Aula ao ar livre aborda amor em tempos de intolerância

Projeto reuniu conhecimento, música e poesia em praça do Recife

por Francine Nascimento sab, 25/05/2019 - 19:58
Francine Nascimento/LeiaJáimagens Aulão reuniu estudantes na Praça do Entrocamento, no Recife Francine Nascimento/LeiaJáimagens

Em meio à intolerância e discursos de ódio na atualidade, o “História ao ar livre” levou a dezenas de jovens assuntos como empatia, respeito e o conceito de amor, todos relacionados à área de história. O evento foi realizado na tarde deste sábado (25), na Praça do Entrocamento, Zona Norte do Recife.

Organizado pelos professores de história Júlia Ribeiro, Luiz Paulo Ferraz e Rodrigo Bione, o aulão contou com a presença de vários professores que ofereceram dinâmicas aliadas a temáticas para ajudar nos estudos dos ouvintes. Houve música tocada a voz e violão, além de recitação de poesia.

De acordo com o professor Rodrigo Bione, o aulão traz a oportunidade de discutir preconceitos e a importância de se praticar o amor. "O amor tem diversas vertentes, como o amor a uma causa, o amor social. O amor perpassa todas as essas discussões. A gente não pode esquecer que o amor deve ser a mola propulsora de todas as nossas ações", comenta.

O professor de história e sociologia Frederico Neto falou dos temas levantados pelo aulão e enfatizou a utilização do espaço público como memória e afetividade. Segundo o educador, existe um abandono dos luagares públicos, bem como dos patrimônios históricos, que para ele, estão relacionados à identidade de um povo. "Aqui na Praça do Entrocamento tem uma história relacionada às ferrovias do século XIX até o final do século XX e muita gente passa por aqui e não sabe a importância desse espaço. Acho que momentos como o de hoje são importantes para que as pessoas valorizem o espaço. Então essa relação de amor não é só entre humanos, é entre você e o espaço", explica o docente.

Dentre os ouvintes, estavam estudantes do ensino médio que agora se preparam para ingressar no ensino superior por meio do Exame Naconal do Ensino Médio (Enem). Gionvanna Vasconcelos, 17, está no terceiro ano do ensino médio e pretende cursar medicina. A estudante conta que sempre se identificou com história, pois vê na disciplina uma maneira de conhecer o mundo.

"Essa aula de hoje para mim é muito importante porque eu acredito no que eles (professores) querem passar, eu acredito numa história que pode ser democratizada, acredito na educação como poder de transformação", opina a jovem.

Para além da defesa de uma educação mais democrática e inclusiva, o projeto proporcionou um ambiente familiar atraindo pais de alunos, assim como crianças e idosos. Confira imagens:

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