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Hoje (16) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca. É uma condição autoimune crônica que causa intolerância ao glúten (presente em pães) e que impacta o intestino. A medicina ainda não sabe exatamente o que causa a doença, alguns especialistas afirmam que a origem pode ser relação genética ou estresse e ansiedade. Em pessoas celíacas, quando o glúten chega no intestino, o sistema imunológico encara o nutriente como algo a ser combatido.

Essa reação do organismo inflama as pequenas dobras na superfície interna do órgão responsável pela absorção dos nutrientes. A inflamação prejudica diversas funções do órgão. Presente na alimentação, o glúten vem sendo questionado cientificamente sobre seu impacto na manutenção de um estilo de vida saudável. Confira a seguir, como o organismo das pessoas com esta condição reage ao glúten, segundo especialistas: 

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O glúten prejudica a digestão: De acordo com nutricionistas, um dos primeiros impactos do glúten nestas pessoas é na função principal do intestino – a digestão. Por conta da inflamação do órgão, a pessoa pode experienciar diarreia ou constipação, que também pode ser acompanhada de sintomas como empachamento gástrico (sensação de inchaço), cólica intestinal e desconforto abdominal. 

Pode impactar o sistema imunológico: Outra consequência da ingestão de glúten por celíacos é um sistema imunológico deficiente. A intolerância ao glúten interfere na microbiota intestinal (bactérias benéficas que vivem no órgão que, dentre outras funções, ajudam o sistema imune a identificar microrganismos invasores), o que causa uma piora na resposta imunológica da pessoa. 

Diminui a capacidade de absorção de nutrientes: A doença também pode desencadear outras condições de saúde, principalmente as ligadas a alguma deficiência nutricional, como anemia (por falta de ferro), ou perda de peso sem motivo aparente. Isso porque, segundo nutricionistas, a inflamação na parede intestinal impede com que o corpo absorva os nutrientes durante o processo de digestão. Por causa disso, algumas pessoas também podem desenvolver sintomas de intolerância à lactose, não por realmente serem, mas por não conseguirem absorver os nutrientes do leite. 

A doença celíaca afeta o sistema nervoso central: A doença também pode afetar o sistema nervoso. O intestino, apesar de estar longe do cérebro, também possui neurônios o suficiente para formar um sistema nervoso próprio, responsável por coordenar tarefas como a liberação de substâncias digestivas e os movimentos que o alimento faz até sair do corpo como bolo fecal. Além disso, o intestino é considerado o responsável pela produção de mais de 90% da serotonina do corpo.  

 

Uma denúncia anônima levou o Ministério Púbico do Ceará abrir uma investigação contra uma empresa de formação de coach por intolerância religiosa. Na acusação, a companhia é indiciada por admitir que não contrataria “petistas, comunistas ou pessoas que fazem parte de religiões como candomblé e etc”.

A denúncia, feita ao Ministério Público do Trabalho, veio de um amigo de uma das funcionárias da empresa. A mulher fotografou uma das reuniões, mas, temendo represaria, autorizou que a denúncia fosse feita pelo colega.

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“Passando aqui para denunciar o que está acontecendo em uma instituição de ensino e de “coaching” aqui de Fortaleza. Uma amiga trabalha lá, mas tem medo de denunciar porque pode ser demitida, mas me autorizou a formalizar denúncia. Em uma reunião em 27 de outubro de 2022 ela tirou essa foto. A reunião é sobre como contratar alguém com a “Cultura Febracis” e pasmem! Nesse slide, é dito que não se deve contratar “petistas, comunistas ou pessoas que fazem parte de religiões como candomblé e etc”.", disse o jovem que realizou a denúncia, nas redes sociais.

"Sei que se trata de uma empresa privada, mas isso é um absurdo, pessoal. Um preconceito sem tamanho, em especial contra pessoas que são de religiões com matrizes africanas. Peço que se possível investiguem isso. Muita gente saiu de lá por conta disso (e tantas pessoas devem não ter entrado por se enquadrarem nessas categorias sem noção)”, completou o rapaz. 

O caso está sendo investigado pela 95ª Promotoria de Justiça de Fortaleza.

O Brasil é um país multicultural, que tem na sua formação influências de diversas origens. Nossa construção identitária levou à miscigenação e ao sincretismo religioso, em que diversas correntes ideológicas acabaram se misturando, por vários motivos. A vivência de fé é algo muito pessoal e privado, não cabendo a ninguém mais tecer algum juízo de valor, diminuindo essa ou aquela religião. No entanto, em pleno século 21, a intolerância religiosa ainda traz máculas à sociedade.

Chega a ser um contrassenso que um país tão diverso em seu(s) rosto(s) seja tão intolerante em seu pensamento. Segundo os dados mais recentes, do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apenas em 2021, foram registradas mais de 800 denúncias de intolerância religiosa no país – isso contando somente as que foram oficializadas; o número real, no entanto, sabemos que é bem maior. As religiões de matriz africana são os maiores alvos: agressões, depredação de espaços de culto, demonização das práticas. Todas essas ações, repetidas por décadas, ou séculos, relegaram a fé de herança africana a um espaço de medo. Falar de Candomblé, Umbanda ou práticas semelhantes gera medo em muitas pessoas, por puro desconhecimento. Não, nenhuma dessas religiões prega o mal ou inclui práticas “sombrias”. Nesse ponto, o conhecimento é a melhor arma para quebrar preconceitos e paradigmas.

Na TV, dois exemplos recentes do tratamento dessa questão. No “Big Brother Brasil”, o participante Fred Nicácio, adepto ao Ifá, culto tradicional Iorubá, sofreu intolerância por parte de outros competidores, que afirmaram ter medo de suas orações e práticas religiosas. Voltamos ao ponto: a ignorância leva ao preconceito. Claramente, quem desrespeita outra fé, atribuindo a ela um status negativo, desconhece aquela prática e seus princípios. Por outro lado, a novela “Vai na fé”, também na Globo, tem abordado as religiões com olhar positivo: de evangélicos a candomblecistas, os personagens ajudam a trama a expor a beleza de cada sistema religioso. E esse é o caminho: educar para combater o preconceito.

Religião é um tema muito sensível. Ninguém gosta de ter sua crença desrespeitada. Da mesma forma, faz-se necessário saber conviver e valorizar. A palavra religião vem do latim religare, que significa religar; ou seja, é a prática que nos reconecta a algo maior. Sendo assim, precisa ter seu lugar garantido. Especialmente em um país tão diverso, não há mais espaço para a intolerância. O ponto que conecta, em suma, todas as religiões, é muito simples: o amor.

Emicida publicou um vídeo, em suas redes sociais, após tomar conhecimento que seu livro ‘Amoras’ foi alvo de intolerância religiosa em uma escola de Salvador (BA). A unidade da obra recebeu diversas marcações, por parte da mãe de um aluno, com versículos bíblicos e mensagens de teor evangélico que criticavam o conteúdo da publicação.. No desabafo, o rapper lamentou o ocorrido.

O caso aconteceu em uma escola de Salvador (BA) na última segunda (6). Segundo o G1, o livro é adotado nas práticas de ensino da instituição e foi indicado como sugestão de obras didáticas para o projeto Ciranda Literária, que estimula a leitura. No entanto, a mãe de um aluno acabou riscando as páginas da obra com indicações de salmos bíblicos, Ela também assinalou informações sobre orixás como sendo "falsas". 

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Ao saber do ocorrido, Emicida, autor de ‘Amoras’, foi às redes sociais para fazer um desabafo. Ele disse não ter sido a primeira vez que algo do tipo aconteceu e lamentou o fato. “ eu fiquei triste porque é de entristecer viver entre radicais que se propõem a proibir e vandalizar livros infantis. Livros. Sobretudo um livro tão inofensivo como esse, Amoras. Quer dizer inofensivo para os não racistas. A tristeza é por essas pessoas que querem que a sua religião, no caso o cristão, protestante, conhecidos como evangélicos, seja respeitada, e deve ser respeitada, mas não se predispõem nem por um segundo a respeitar outras formas de viver, de existir e de manifestar sua fé". Confira o vídeo. 

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O dia 21 de janeiro marca o combate à intolerância religiosa no Brasil. A data é uma forma de reforçar o diálogo inter-religioso e a troca intercultural como eixos fundamentais para solucionar os maiores desafios do mundo atual.

A data foi instituída em 2007 e homenageia a Iyalorixá Mãe Gilda. A ativista e líder candomblecista foi vítima de um infarto fulminante depois que o terreiro Abassá de Ogum, na Bahia, foi invadido duas vezes por membros de uma igreja cristã na virada dos anos 2000.

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A religião católica chegou ao Brasil com a coroa portuguesa como a oficial do império e acabou marginalizando as práticas negras e originárias. Nessa realidade, índios e escravos precisaram recorrer ao sincretismo para que suas culturas sobrevivessem em meio à imposição da cultura dominante. 

"Foi-se gerando dentro do cristianismo uma certa dificuldade de respeitar e permitir que outras culturas vivessem a sua própria experiência religiosa. A ideia da conversão significa tirar o outro da sua religião, inserindo o cristianismo como sendo a única religião verdadeira", analisou o doutor e coordenador do curso de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco, Sérgio Vasconcelos.

De acordo com o especialista, os maiores conflitos religiosos do mundo são provenientes do fundamentalismo. Apesar das diferenças naturais, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo nasceram das raízes do patriarca Abraão. As três alimentam seus fieis com a ideia de missão e estão presentes na maioria desses conflitos. O cristianismo fala em anunciar a "verdade" ao mundo. O judaísmo defende a ideia do povo escolhido. Enquanto o islamismo cita a guerra santa.

Vasconcelos explica que apesar dos aspectos que podem culpabilizar essas religiões, a realidade dos ataques parte de dois pontos. O primeiro é a interpretação distorcida dos valores de cada religião e de suas escrituras. O segundo é a insegurança causada pelas revoluções que aceleraram o processo de globalização. 

O pesquisador define a religião como uma construção de estrutura de sentido para a existência humana. Antes, cada cultura construía seu sentido com a ilusão de que ele era único e universal. Entretanto, o mundo moderno fez com que a imensa pluralidade de ofertas de sentido tivesse contato.

"Uns vivem essa pluralidade com certa facilidade, mas outras pessoas, de outras culturas, dependendo dos seus contextos, vivem isso com muita insegurança. Quanto mais psicologicamente inseguro é uma pessoa ou um grupo, mais uma tendência fundamentalista ela tem. Por trás de todo fundamentalista há uma pessoal tipicamente insegura", observou o teólogo.

Nesse contexto, a religião acabou se distanciando da própria finalidade e expôs a necessidade de um diálogo comum na busca por respostas ao sofrimento humano. Mesmo com as estruturas diferentes, há temas que convergem na atual agenda mundial, como a luta por justiça social, a preservação da natureza e a paz. 

Esses assuntos são a válvula para mitigar os prejuízos da intolerância religiosa. Ao mesmo tempo, uma relação mais próxima vai promover um intercâmbio entre as riquezas éticas e simbólicas de cada crença.

"A maturidade psíquica convive com a pluralidade, o que não significa que eu aceito, mas eu sou capaz de respeitar que o caminho dele é outro", complementou Vasconcelos, que parafraseou o teólogo pós-moderno Hans Küng: "sem paz entre as religiões não haverá paz no mundo”.

O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (26) que reza para que o povo do Brasil fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

A declaração chega duas semanas depois de militantes bolsonaristas terem causado tumulto no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais.

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"Rezo para que Nossa Senhora Aparecida proteja e cuide do povo brasileiro, para que o libere do ódio, da intolerância e da violência", afirmou Francisco durante sua audiência geral na Praça São Pedro, Vaticano.

O Papa também mencionou a recente beatificação de Benigna Cardoso da Silva, jovem católica assassinada em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos de idade, durante uma tentativa de estupro.

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em especial os que vieram de São Salvador da Bahia, Anicuns, Taubaté e São Paulo. Queridos irmãos e irmãs, anteontem, em Crato, no estado brasileiro do Ceará, foi beatificada Benigna Cardoso da Silva, uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade", disse o líder da Igreja Católica.

"Que o seu exemplo nos ajude a ser generosos discípulos de Cristo. Um aplauso à nova beata", acrescentou. 

Da Ansa

"Liberdade religiosa. Eu tenho fé” foi o lema da 15ª edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que ocorreu hoje (18) em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O ato reuniu representantes de diversas religiões, com um objetivo em comum de combater o preconceito religioso e defender a diversidade e o direito de professar os diferentes credos, como previsto na Constituição brasileira.

“A caminhada está falando de democracia, de liberdade, de diversidade e do Estado laico, isso que ela faz desde o início”, afirmou o professor Babalawô Ivanir dos Santos, organizador do evento. “[O objetivo é] mostrar para a sociedade que a diversidade é muito importante”, acrescenta.

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A programação começou pela manhã, com um café da manhã no Clube Israelita Brasileiro Bene Herzl, em Copacabana, e seguiu ao longo do dia, com a caminhada pela orla. O ato contou com a participação de diversos grupos culturais, como Banda Omi Okun, Marquinhos Oswaldo Cruz, Grupo Awurê e Regional Biguá.

Segundo a organização, durante o dia, cerca de 50 mil pessoas participaram da caminhada.

Dados do Observatório das Liberdades Religiosas (OLR) mostram que apenas no estado do Rio de Janeiro ocorreram pelo menos 47 casos de intolerância religiosa, em 2021. Neste ano, de janeiro a junho, foram 38 casos. Entre eles, ataques a terreiros de religiões de matriz africana, agressões físicas e ameaças virtuais.

O responsável pelo Santuário de Zé Pelintra, na Lapa, no Centro do Rio, Diego Gomes, é uma das vítimas desses ataques. Entre 2018 e 2022, o santuário sofreu 22 ataques. Foram feitos, segundo Gomes, cinco registros de ocorrência.

“Continuamos nossa luta. Às vezes, tem depredação da imagem de Zé Pelintra e a gente vai e recoloca. Tivemos bastantes casos e hoje a gente tem pedido, com a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, mais ação da polícia, dos governos, com todas as estruturas, e do Ministério Público para trazer um resultado para a população”, diz Gomes.

Para a professora e pesquisadora do Laboratório de Ensino Religioso e da História Comparada e Núcleo de Saberes Ancestrais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Helena Theodoro, presente na caminhada, o caminho para combater a intolerância no Brasil passa pela educação, pelo amor e por respeito.

“Lidar com as diferenças é crescer como ser humano, entendendo que as pessoas são diversas, os territórios são diversos, as línguas são diversas. Todas são necessárias. Nem todos precisam falar as mesmas línguas, comer as mesmas comidas ou vestir as mesmas roupas. [É preciso] entender que a diversidade é a base da vida humana”, diz.

A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, surgiu em 2008, em reação aos episódios de intolerância religiosa que aconteceram no Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Na ocasião, adeptos das religiões de matriz africana foram expulsos da comunidade pelo traficante Fernandinho Guarabu, que, na época, comandava o tráfico local e os impedia de usar suas vestes religiosas e seus fios de conta.

Defensores das diversidades e membros de grupos sociais passaram a se unir e reunir, anualmente, para em prol da tolerância, da equidade e da pluralidade. Além das Caminhadas, os religiosos criaram a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que passou a ser um instrumento de acolhimentos e denúncias dos crimes de intolerância religiosa.

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) realizou, nesta quinta-feira (18), o encontro “Paz nas eleições”, com o objetivo de fortalecer um pacto pela paz e pela tolerância entre os cidadãos e eleitores. Líderes de vários segmentos religiosos participaram do encontro, como religião de matriz africana, budistas, espíritas, evangélicos, católicos, adventistas. Além disso, também foi reforçada a importância do voto e a segurança da urna eletrônica, com vários exemplos de como ela funciona e de como funciona todo o processo em torno dela. 

O desembargador e presidente do TRE-PE, André Guimarães, salientou a importância da democracia como um campo fértil de defesa das ideias, “mas nunca de forma radical, com fanatismo exagerado e intolerância”. “Os representantes sabem melhor que eu que o fanatismo e radicalismo religioso deturpa as ideias, e não é isso o que queremos. Eles não trazem harmonia social e nem traz o bem social. Estamos convictos de que as religiões têm por princípio fundamental a harmonia, fraternidade, solidariedade, e esperança”, disse. 

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Ele exaltou as vantagens da que a urna eletrônica trouxe ao processo eleitoral brasileiro desde a sua implementação, há 26 anos. “Com ela, afastamos inúmeras fraudes que ocorriam no sistema anterior. Não obstante alguns ataques infundados, até agora demonstramos, há 26 anos, que utilizamos a urna eletrônica sem qualquer notícia de fraude ou impugnação ao resultado das eleições. O povo confia na urna eletrônica e os políticos que participam do processo também. Nada temos que mudar, só aprimorar cada vez mais”, pontuou, em referência a falsa propagação do presidente Bolsonaro (PL) sobre a garantia e segurança da urna eletrônica. 

 

Abordagem dos templos

O pastor da 2º Igreja Batista do Ibura, na comunidade do Ibura de baixo, Benilton Custódio, questionado sobre como evitar a orientação de voto pelos líderes religiosos, explicou que “não trabalhamos dessa forma”. “A gente procura manter o papel da igreja de estar ensinando, doutrinando, no sentido do que é o propósito e a proposta da igreja para a sociedade. Logicamente, não costumamos abrir espaço para que as pessoas utilizem nossos púlpitos para pedir voto e nem tampouco indicamos, mas não ficamos fora do processo eleitoral, já que fazemos parte da sociedade. No entanto, entre os representantes e os fiéis, cada um tem o direito de escolher aquele candidato que tem uma proposta que se identifique”, pontuou. 

Por sua vez, o pastor da Universal e integrante da coordenação da União Nacional das Igrejas de Pastores Evangélicos do Brasil, Elenilson de Brito, defendeu que “cada mente é um mundo”. “Cabe a cada um de nós, respeitar o espaço do outro. Eu posso ter uma pessoa que é o meu favorito, mas eu não posso, jamais, induzir ou obrigar alguém a seguir o que eu quero. Nós sabemos que a posição que tomamos vai nos trazer paz ou não; toda paz passa primeiro por uma decisão, e assim também vai ser na política.”, afirmou. 

“Eu respeito o espaço de cada pessoa independente do que seja. No universo evangélico da igreja, temos diversas pessoas, diversos pensamentos, e cada um tem o desejo a quem vai apoiar e ao que vai fazer. Nós simplesmente fazemos o nosso papel que é pregar a palavra de Deus”, explanou.

Já sobre a tentativa de não ultrapassar o limbo entre o conservadorismo e a intolerância,  Benilton Custódio disse, sobre a intolerância, que “são questões que, às vezes, são criadas por um grupo de pessoas e a gente não pode apontar”. “Respeitamos o direito do próximo. Você tem o direito e a liberdade de escolher o que você quer, tem alguns princípios que não negociamos, como a questão bíblica e os ensinamentos. Com relação à tolerância, a gente respeita, temos relacionamentos e contatos com várias pessoas, independente de cor, raça, opção sexual (o que às vezes bate muito hoje em dia). Respeitamos porque é um direito, eu não posso impor e nem tampouco querer que seja importo na minha vida”, contou, ao justificar que “a gente só pode responder diretamente por nós”. 

O pastor Elenilson, no entanto, afirmou que “aquilo o que a pessoa decidiu ser, se ela me respeita por onde eu vou, eu respeito ela por onde ela vai”. “Que haja mudança dentro da coerência aonde eu te respeito e você me respeita. É isso o que a bíblia ensina”. 

 

O Brasil já contabilizou neste ano 26 assassinatos por motivações políticas ou pelo exercício da atividade pública. O número já é maior do que o registrado em quatro campanhas presidenciais desde a redemocratização. Monitoramento da violência política do Estadão mostra que, a partir de 2018, homicídios por divergências partidária e ideológica tornaram-se mais frequentes.

Nas eleições municipais de 2020, foram 16 assassinatos por intolerância e discussões sobre candidatos em caminhadas, panfletagens e comícios, crimes não premeditados. Nos últimos seis meses, os homicídios desse tipo ocorreram também por causa de atividade exercida no serviço público (seis), atividade comunitária ou associação de classe (quatro), denúncia de corrupção (dois) e conflito social (uma). Os demais casos se enquadram em crimes de mando, em que alguém encomendou o assassinato do agente político.

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Mais do que qualquer outro tipo de crime político, o homicídio por discussão partidária tem efeito corrosivo de inibir o debate em grupos de amigos e familiares e até em grandes comunidades. Esse tipo de crime atinge políticos de vários partidos.

Em maio, o vereador Ednaldo Isidório Neto, do PP, de Serra Talhada (PE), foi assassinado numa antiga guerra de família no município sertanejo. Ele já tinha sofrido atentado dois anos antes. O parlamentar estava em frente a sua residência quando foi executado à queima-roupa por uma dupla que passava de motocicleta, clássica ação de crime de mando.

Em janeiro, outro vereador, Carlos Gabriel Ferreira Lopes, do Solidariedade, de Mocajuba (PA), foi morto na orla da cidade por dois homens que também estavam em moto. No município catarinense de Major Vieira, o ex-secretário de Obras Sérgio Roberto Lezan, do Republicanos, sofreu um atentado fatal. Meses antes, ele tinha denunciado políticos locais por corrupção.

Professor da Fundação Getúlio Vargas, o cientista político Sérgio Praça afirmou que não se pode "subestimar" a gravidade desses casos de crimes por discussão partidária. "Isso não pode virar algo normal. Um petista é atacado, depois um bolsonarista. Logo, logo, a competição violenta torna-se comum", ressaltou.

O Estadão monitora os assassinatos na política brasileira há nove anos. É o mais antigo acompanhamento desse tipo de crime no País e o de corte mais amplo. A série histórica começa com registros de dados a partir da Lei da Anistia, em 28 de agosto de 1979, e o início da redemocratização. De lá para cá, 1.999 homicídios foram tabelados. Casos de latrocínio - roubo seguido de morte - e crimes passionais não foram incluídos. O levantamento considera para efeitos de tabelamento homicídios como a eliminação do adversário em busca de espaço de poder, por vingança política e divergências entre militantes de campos opostos. Inclui ainda assassinatos de agentes públicos no exercício do cargo.

Na última semana, o guarda municipal Marcelo Arruda, filiado ao PT, foi assassinado pelo agente penal Jorge Guaranho durante sua festa de aniversário em que o tema era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Paraná. Segundo testemunhas, antes de cometer o crime, Guaranho foi para a porta da festa e os dois discutiram por causa das preferências políticas. "Seus filhos da p..., Lula ladrão, aqui é Bolsonaro, é mito", teria gritado o assassino. Para a polícia, o episódio de Foz do Iguaçu não se trata de crime político. O caso não foi considerado no levantamento do Estadão.

O monitoramento dos assassinatos mostra que raramente as autoridades do inquérito de um homicídio registram a motivação política, por temerem retaliações. Os dados mostram que as eleições municipais são as que registram mais assassinatos. Entretanto, as majoritárias para presidente, governador e senador e as proporcionais para deputado federal e deputado estadual já apresentaram picos de incidência de homicídios. Foi o que ocorreu em 2010 (73 casos), 2018 (71), 1998 (57) e 2002 (43).

O ano eleitoral de 2022 supera em homicídios as disputas diretas de 1989 (23), 1994 (17), 2006 (25) e 2014 (20). Ex-secretários e secretários municipais (cinco casos), servidores públicos (quatro), vereadores e líderes comunitários (três), policiais ligados a políticos (dois) e ativista (um) foram os principais alvos dos matadores.

Local em que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram mortos em junho deste ano, o Alto Solimões já registrou assassinato por motivos políticos. Em maio, Olímpio Guedes Olavo Júnior, vereador da vizinha Tabatinga pelo PSD, foi baleado em Manaus. Ele havia sofrido um atentado em setembro, após uma série de denúncias sobre políticos e traficantes.

Outra marca do problema da violência na política é que nenhum poder assume a responsabilidade para combatê-lo. Em 2020, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse numa entrevista que assassinatos do tipo eram decorrência da criminalidade em geral e não era assunto do órgão.

No começo deste ano, o atual presidente do TSE, Edson Fachin, se reuniu com líderes políticos e religiosos para pedir apoio ao combate à violência política. "A Justiça Eleitoral defronta com a decorrência da crescente intolerância e do evidente processo de degradação de valores", afirmou o ministro. 

Bruno Gagliasso compartilhou na internet algumas fotos da sua visita ao terreiro Ilê Axé Opô Aganjú, localizado na Bahia, ao lado do babalorixá Daniel de Paulo e da mãe de santo Fabiana de Paula,  foi alvo de comentários preconceituosos. A postagem recebeu mais de seis mil comentários, alguns deles carregados de intolerância religiosa. Alguns seguidores do artista chegaram a discutir sobre o assunto.

Na publicação, Gagliasso celebrou sua ida ao Ilê e demonstrou todo seu respeito e carinho aos zeladores da casa. “A felicidade de bater cabeça e tomar a bênção de quem há tanto tempo cuida de mim e da minha família. Viva Pai Balbino e Mãe Fabiana de Paula”. 

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Entre algumas respostas de admiração e congratulação pela manifestação do ator, alguns comentários apareceram com tom intolerante. “Sangue de Jesus tem poder”; “Deus tenha misericórdia”; “Pena Gagliasso, quem morreu na cruz por você foi Jesus”; “Deus é mais, prefiro não ter nada na vida mas tenho Deus todo poderoso”.

Os fãs do ator saíram em sua defesa e alegaram que "intolerância religiosa é crime". O próprio Gagliasso chegou a responder a alguns comentários contrários à sua sé, mas limitou-se a desejar “axé” para aqueles com opinião diversa à sua. 

O governo estadual de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (26) a criação da Delegacia de Diversidade Online. A unidade será responsável por registrar ocorrências relacionadas à intolerância de gênero, de raça, de origem, de religião, de orientação sexual e outros. A vítima pode fazer a denúncia clicando aqui.

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz, informou em coletiva de imprensa que 26 policiais farão parte da nova unidade. A delegacia contará ainda com quatro viaturas descaracterizadas para ajudar no esclarecimento dos crimes.

As denúncias recebidas no canal digital serão analisadas pela equipe especializada, que foi treinada para atuar com esse tipo de delito. O site está apto a receber denúncias de todo o Estado e os casos registrados no interior serão posteriormente encaminhados aos Departamentos Estaduais de Investigação Criminal (DEICs).

Na capital, as ocorrências passarão para a recém criada 2ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais, contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância. A unidade, que antes se chamava 2ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), foi reformulada.

"Cerca de 20% dos policiais do Estado fizeram curso específico para atendimento a esses casos. Estamos treinando os policiais do interior para que atendam a vítima com a dignidade merecida", afirmou Ferraz. Questionado, o Estado ainda não informou se há pessoas negras ou LGBTQIA+ trabalhando na Delegacia de Diversidade.

O secretário executivo da Polícia Civil, Youssef Chahin, informou que nos últimos dois anos o Estado registrou cerca de mil denúncias de intolerância por ano. "Com a delegacia, esperamos um aumento significativo no número de registros. O serviço vai encorajar e estimular as denúncias", disse.

Edgar de Souza (PSDB), ex-prefeito de Lins e presidente nacional do Diversidade Tucana, foi o único membro da comunidade LGBTQIA+ a se manifestar na coletiva. Apesar de a nova delegacia também atender a crimes de racismo, não havia pessoas negras à mesa. "Nós, LGBTs, morremos todos os dias com esses discursos, essas ‘brincadeirinhas’. Não há mais espaço para isso. Queremos que todo mundo possa viver na sua integralidade", disse Souza.

Após assinar o decreto que oficializa a criação da nova unidade, o governador João Doria (PSDB) falou que a intolerância é marca das pessoas que "odeiam e se odeiam". "Quem ama a si próprio é capaz de amar ao seu próximo independente da sua cor, sexo, idade ou ‘opção’ sexual", falou.

Questionado pela reportagem sobre a presença da maioria de homens na mesa de apresentação da iniciativa, o governo paulista destacou que havia uma mulher na composição da mesa. Disse ainda que o evento "contou com o discurso de Edgar de Souza, representante LGBTQIA+, além de diversos convidados do sexo feminino, negros e da comunidade LGBTQIA+".

Ainda conforme o Estado, o governo paulista é aquele "com maior percentual de mulheres no primeiro escalão, com mais de dez mulheres". E acrescentou que, por decisão de Doria, "a coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, Jamila Jorge Ferrari, participa das reuniões semanais de segurança pública, junto ao secretário Gal. João Camilo Pires de Campos e os chefes das polícias civil e militar, Ruy Ferraz e Cel. Álvaro Camilo".

Como denunciar

A denúncia pode ser feita pela internet através de qualquer dispositivo. O site para registro da ocorrência é o da Delegacia Eletrônica. A exceção é para crimes de estupro, latrocínio e homicídio que precisam ser informados pessoalmente.

Na tarde desta segunda-feira (16), um protesto que leva o nome de “Ato-xirê contra o racismo religioso” está marcado para acontecer no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife (PE). Os manifestantes farão uma caminhada ao longo do Túnel da Abolição, onde um mural pintado pelos artistas negros Adelson Boris, Emerson Crazy e Nathê Ferreira foi alvo intolerância religiosa praticada por um pastor evangélico.

A mobilização é capitaneada pela Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE), em conjunto com outros grupos do movimento negro, e visa cobrar posicionamento dos órgãos públicos frente ao episódio classificado como um exemplo de racismo religioso.

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O painel “Do Orum ao Aiye: Afrika Elementar” foi feito com incentivo da Secretaria-Executiva de Inovação Urbana, que através do projeto “Colorindo o Recife” passou a criar galerias de arte a céu aberto com a participação de artistas. A obra, inaugurada em julho, reflete elementos da cultura e religiosidade afro-brasileiras, funcionando como uma espécie de memória ancestral cartografada na cidade.

“É muito triste essa impunidade”

Ainda durante o mês de julho, o pastor Aijalon Berto, que atua na área de Igarassu (PE), na Região Metropolitana do Recife (RMR), usou as redes sociais para divulgar um vídeo, em tom impositivo, no qual proferiu ofensas aos artistas que compuseram a obra no Túnel da Abolição.

Apoiado no pressuposto da laicidade religiosa e da liberdade de expressão, Berto fala em “bruxaria” e “portal demoníaco” ao citar a obra, além de associar os orixás - divindades cultuadas nas religiões de matriz africana e afro indígena - à “feitiçaria”. O pastor usa ainda imagens dos autores do mural para incitar o discurso de ódio.

Para Nathê Ferreira, grafiteira e uma das artistas atacadas pela fala do líder religioso, além da violência presente no vídeo, há também o desejo de autopromover-se através da propagação de notícias falsas. A fala da artista reforça que “ele [Aijalon Berto] insistiu para que o argumento dele chegasse onde queria, e, inclusive ele inventou coisas que não existem”.

Embora o objetivo do mural seja ilustrar os elementos ar, terra, ar e água, o modus operandi do pastor foi apresentar informações inverídicas sobre as pinturas, associando todo o trabalho às representações de matriz africana. No vídeo, Berto chegou a inventar uma entidade inexistente.

“Por que isso não dá em nada? Por que ele não é preso? Por que ele não paga indenização a nenhuma das vítimas? É muito triste essa impunidade”, desabafou Nathê, que durante a fala também compartilhou o medo que o episódio de racismo trouxe. Os artistas estão recebendo apoio jurídico para levar o caso adiante.

Injúria racial ou racismo?

Segundo Priscila Rocha, integrante do setor jurídico da Articulação Negra de Pernambuco, que está acompanhando o caso, a intenção dos advogados à frente do processo é tipificar as declarações do pastor Aijalon Berto como racismo. Os profissionais estão atuando de maneira voluntária.

“O que acontece na maioria dos casos é que todo esse racismo contra uma pessoa ou contra uma religião de matriz africana e toda sua cosmologia é reduzido a injúria racial, que é um crime de competência privativa e exclusiva a um afeto próprio, um afeto particular. Quanto ao crime de racismo, ele é voltado a uma coletividade”, explicou Rocha.

O objetivo da assessoria jurídica das vítimas é apresentar uma "notitia criminis”, ou “notícia crime” para embasar a denúncia. “A partir dessa notícia crime, que vai reunir todas as representações sobre o caso, dos movimentos sociais, dos partidos políticos, dos movimentos negros, vai acontecer a apresentação à delegacia responsável pelo caso e para Ministério Público [MPPE], solicitando que uma investigação seja aberta e também que se faça a oitiva, ou seja, a ouvida das pessoas que foram ofendidas e do ofensor”.

Além disso, também haverá uma representação na esfera cível solicitando a retirada do conteúdo publicado pelo pastor das redes sociais, sob pena de multa, já que veiculam as imagens dos artistas de maneira não autorizada pelos mesmos. A advogada ressalta ainda que o grupo jurídico solicitará indenização por danos morais e materiais aos representados.

“Não vimos nos Evangelhos Jesus perseguir pessoas de outra religião”

Em nota, o Movimento Negro Evangélico (MNE) em Pernambuco afirmou que “repudia veementemente a publicação e postura de propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africanas à profissionais negras e negros da área do grafite, perpetrada pelo dito então pastor Aijalon Berto na sua página pública no Instagram”.

“O Evangelho vivido e ensinado pelo Mestre Jesus Cristo aponta para o caminho do respeito à dignidade e liberdade humana: A 1ª Carta de João 4.12-21 diz que aquele que diz que ama a Deus, mas odeia seu irmão é mentiroso. Não vimos nos Evangelhos Jesus perseguir pessoas de outra religião. Pelo contrário, Jesus admoestava e denunciava as condutas hipócritas dos da sua própria religião. Jesus não falava contra outras religiões ou profissões de fé”, continua a nota.

Para Jackson Augusto, Integrante da coordenação nacional do MNE, a importância do posicionamento diante do mais recente episódio é “dizer que existe uma outra forma de construir a experiência da fé evangélica que não seja baseada no racismo, que vai construindo a lógica em toda a sociedade, inclusive na religão, e que olha para tudo que pertence ao povo negro, que tem o protagonismo negro, como ruim, como feio, como profano, como diabólico”.

“Existem sim formas de olhar para a fé evangélica e de construir a fé evangélica de uma maneira não só que tolere o diferente, o outro, mas que também promova e valorize a importância das religiões de matriz africana para a construção da negritude brasileira”, completou.

O que diz a Secretaria-Executiva de Inovação Urbana

A equipe do LeiaJá questionou a Secretaria de Inovação Urbana sobre o futuro do projeto “Colorindo o Recife”, já que no dia 2 de agosto, de acordo com o Diário Oficial, o secretário da pasta, Tullio Ponzi, foi exonerado do cargo.

Nós também perguntamos se a saída de Ponzi da pasta tem alguma relação com a polêmica gerada em torno do caso de intolerância religiosa. Confira a resposta da secretaria:

A Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife informa que o painel do Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, é mais uma das intervenções do programa Colorindo o Recife, que está ressignificando áreas e equipamentos públicos da cidade por meio da arte urbana.

A proposta do programa é fazer da capital pernambucana uma grande galeria de arte a céu aberto, trazendo mais cores e vida para a cidade e promovendo o protagonismo dos artistas urbanos. A Secretaria destaca ainda que os painéis do Túnel da Abolição foram criados pelos artistas Adelson Boris, Nathê Ferreira e Emerson Crazy, que escolheram a cultura afrobrasileira como inspiração. Os temas abordados em cada painel são frutos de uma construção colaborativa entre a Prefeitura e os artistas.

Todos os artistas do Colorindo o Recife são selecionados a partir de cadastro realizado através de chamamento público e terão sua liberdade de expressão asseguradas pela gestão.  A administração municipal reafirma sua posição contra a intolerância religiosa e em defesa da diversidade.

O programa Colorindo o Recife foi criado em 2013 e, desde 2017 se tornou política pública da cidade, fomentando a arte urbana e promovendo interação com os espaços públicos, reinventando o olhar de turistas e moradores da capital pernambucana. Criado sob a gestão da então Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer (Seturel), atualmente a iniciativa está sendo desenvolvida pela Secretaria Executiva de Inovação Urbana e já conta com intervenções artísticas em mais de 200 espaços urbanos da cidade desde sua criação.

A Secretaria Executiva de Inovação Urbana esclarece ainda que o Colorindo o Recife segue com suas atividades normais e que o ex-secretário foi exonerado, a pedido, conforme publicado no D.O, sem qualquer relação com o episódio citado.

 

A aprovação, na Câmara Federal, da adesão do Brasil à Convenção Interamericana contra o Racismo foi comemorada pelo deputado José Queiroz (PDT), em Reunião Plenária na Alepe. O compromisso internacional acatado pelos deputados federais na última quarta (9) exige que o Brasil aja para prevenir, eliminar, proibir e punir todos os atos e manifestações de racismo, discriminação racial e formas correlatas de intolerância.

“Foi uma votação histórica, em que a Câmara marcou posição em uma Sessão Plenária presidida por um negro, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP)”, salientou Queiroz. A adesão foi proposta no Projeto de Decreto Legislativo nº 861/2017, aprovado com 417 votos a favor e 42 contrários, em Segunda Discussão. Se também receber aval do Senado com quórum equivalente ao de uma emenda constitucional (mais de 3/5 dos votos), o instrumento passará a ser considerado parte da Constituição Federal.

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A Convenção inclui um compromisso para combater “qualquer ação repressiva fundamentada em discriminação em vez de basear-se no comportamento da pessoa ou em informações objetivas que identifiquem seu envolvimento em atividades criminosas”. O documento também prevê que os países participantes devem se comprometer a garantir sistemas políticos e jurídicos que “reflitam adequadamente a diversidade de suas sociedades”.

“É preciso, porém, não apenas se declarar contra o racismo, mas ter práticas para combatê-lo dentro e fora dos parlamentos. Precisamos apoiar aqueles que mostram o racismo estrutural, revelam as manifestações de preconceito, apontam todos os crimes e mortes que são impostos à juventude negra”, ressaltou Queiroz.

Governo Federal – Na ocasião, o pedetista voltou a criticar a política do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia. “Enquanto as medidas de todos os governos do mundo são para antecipar, ao máximo, a utilização das vacinas contra o novo coronavírus, o Governo brasileiro propõe apenas meros paliativos e não antecipa a criação de uma estrutura para proteger nossa população”, declarou.

Ele também repudiou um comentário de Bolsonaro sobre terapia com ozônio para tratar a doença. Registrado em 27 de novembro, o vídeo em que o governante gargalha ao falar do assunto foi exibido pelo deputado durante a sessão. “É um episódio triste, melancólico, de zombaria”, comentou Queiroz, salientando o saldo de 1,6 milhões de mortos no mundo pela Covid-19, dos quais mais de 179 mil no Brasil, com 848 mortes só nessa quarta. Ao fim do discurso, o parlamentar leu uma mensagem enviada por um cidadão: “Este presidente é um monstro, é a reencarnação de Hitler”, dizia.

A frase foi condenada pelo líder da Oposição, deputado Antonio Coelho (DEM). “É repulsiva a noção de que a gente possa igualar um um ditador totalitário de um regime fascista e racista com um presidente que governa um dos países mais heterogêneos e tolerantes do mundo, e que faz isso em diálogo constante com o Congresso, reiterando seu compromisso com as instituições estabelecidas e a democracia”, declarou. Ele pediu que o colega retirasse a declaração e que a presidência a removesse das notas taquigráficas.

Em resposta, Queiroz argumentou que o comentário não poderia ser retirado, pois não era dele, e sim de um terceiro. Após isso, o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), determinou que a frase fosse registrada entre aspas nos anais do Poder Legislativo Estadual, para deixar claro que não foi proferida, originalmente, por um parlamentar.

*Do site da Alepe

O Núcleo de Diversidades e Identidades Sociais (NDIS), da Universidade de Pernambuco (UPE), realizará, desta sexta-feira (11) a 13 de dezembro, a Jornada DH 2020 que abordará direitos humanos em uma sociedade marcada pela intolerância. De forma virtual, os participantes poderão acompanhar palestras, sessões de cinema e debates.

Gratuito, o evento, que é aberto ao público em geral, busca fazer com que os participantes compartilhem conhecimentos e saberes sobre diferentes lutas, experiências e modos de sentir e viver na relação estreita entre a defesa por direitos e o respeito à dignidade humana nas suas diversidades, identidades sociais e culturais. A Jornada DH deste ano reunirá produções de professores vinculados aos diversos campi da UPE.

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Quem deseja participar ainda precisa ficar atento a algumas sessões com limitação de pessoas, pois apenas nessas atividades será preciso fazer as inscrições antecipadamente. Ao final do evento, os participantes ganharão certificados de participação. Confira a programação completa e os links para as inscrições através do site do NDIS.

Autoridades belgas prenderam e expulsaram cinco ativistas dinamarqueses de extrema direita que planejavam provocar muçulmanos na Bélgica queimando um exemplar do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, informaram fontes oficiais nesta quinta-feira (12).

O secretário de Estado belga para Asilo e Migração, Sammy Mahdi (filho de um refugiado iraquiano), disse que os cinco "receberam ordem de deixar o país imediatamente, o que já fizeram".

A permanência dos ativistas "foi rejeitada porque esses homens representam uma séria ameaça à ordem pública na Bélgica", acrescentou Mahdi.

De acordo com a página de seu grupo no Facebook, os presos são membros do "Stram Kurs" ou "Hard Line", um movimento liderado pelo militante dinamarquês anti-islâmico e anti-imigração Rasmus Paludan.

Segundo a publicação, Paludan foi preso na França e também foi expulso.

"Stram Kurs" é conhecido na Escandinávia por atos provocativos e as autoridades belgas acreditam que o grupo planejou a queima do Alcorão em Molenbeek, um distrito de Bruxelas com uma grande população marroquina.

O suposto plano faz parte do caso enviado pela polícia ao Ministério Público de Bruxelas, disse à AFP uma fonte próxima à investigação.

Os confrontos eclodiram em agosto em Malmo, no sul da Suécia, depois que provocadores de extrema direita queimaram um Alcorão. Moradores protestaram atacando a polícia e vários agentes ficaram feridos.

Paludan, um advogado que vive na Dinamarca, era inicialmente esperado para assistir à manifestação, mas as autoridades suecas o impediram de entrar no país.

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE-AL) pediu que polícia apure crime de homofobia no caso do pai que espancou o filho adolescente. O jovem de 14 anos foi agredido violentamente pelo pai após assumir que era homossexual. O caso ocorreu na segunda-feira (24) no bairro de Bebedouro, em Maceió-AL.

O promotor de Justiça Antônio Jorge Sodré encaminhou ofício ao delegado-geral da Polícia Civil pedindo imediata instauração de inquérito policial. "Não entendemos que possa ser visto apenas como uma lesão, já que a mesma foi em decorrência da não aceitação da opção sexual da vítima", disse o promotor.

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Sodré também encaminhou ofício ao Conselho Tutelar para que envie relatório sobre o atual estado do menor, de sua genitora e demais familiares. A Secretaria da Mulher e Direitos Humanos foi notificada para que se pronuncia sobre as providências já adotadas.

O pai e o irmão do adolescente, que é acusado de participar das agressões, prestaram depoimento na sexta-feira (28) na Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DCCA). O pai disse que o jovem chegou na casa dele sob efeitos de drogas e que a pancada que deu foi para se defender. O homem também afirmou que já sabia que o filho era homossexual e que o ocorrido não está relacionado a isso.

De acordo com a Polícia Civil, o menor mora com a mãe, com quem conversou primeiro sobre sua sexualidade. Eles foram juntos na casa do pai para falar sobre o mesmo assunto. Após ser espancado, o jovem levou mais de 10 pontos na cabeça.

No Brasil, a homofobia passou a ser considerada crime em 2019, após o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.

Beyoncé enviou uma mensagem no domingo para a geração de formandos 2020, em um discurso no qual destacou as conquistas dos estudantes e divulgou a mensagem do movimento "Black Lives Matter", além de elogiar os que trabalham por mudanças.

A estrela estava em uma privilegiada lista de personalidades convidadas para participar na cerimônia virtual global do Youtube "Dear Class of 2020" ("Querida Classe 2020").

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"Vocês chegaram aqui no meio de uma crise global, uma pandemia racial e uma expressão mundial de indignação pelo assassinato sem sentido de mais um ser humano negro desarmado", afirmou a artista de 38 anos, que tem três filhos. "E mesmo assim vocês conseguiram. Estamos muito orgulhosos de vocês".

Beyoncé se referia aos protestos contra o racismo que acontecem nos Estados Unidos, com milhares de pessoas nas ruas para denunciar a brutalidade policial e a supremacia branca sistêmica.

"Obrigado por usar sua voz coletiva para que o mundo saiba que as Vidas dos Negros Importam", disse, ao mencionar o movimento "Black Lives Matter".

"A verdadeira mudança começou com vocês, esta nova geração de formandos do Ensino Médio e das Universidades que celebramos hoje", emendou.

A artista também denunciou o persistente sexismo na indústria da música. "Como mulher, eu não vi modelos femininos suficientes tendo a oportunidade de fazer o que sabia que tinha que fazer", relatou.

"Para dirigir minha gravadora e administrar minha empresa, administrar minhas turnês, isto significava ser dona - dona das minhas fitas masters, dona do meu coração, dona do meu futuro e dona da minha própria história", completou.

Beyoncé concluiu a mensagem com um recado aos que se sentem marginalizados: "Sua homossexualidade é linda, sua negritude é linda, sua compaixão, seu entendimento".

"Sua luta por pessoas que podem ser diferentes de você é linda".

A Pepsico, fabricante do salgadinho Fandangos, mandou recolher o salgado de sabor presunto por conta da presença de proteína de leite não recomendada para o consumo de pessoas alérgicas. A Pepsico diz que o alimento não apresenta problemas de fabricação ou qualidade e estaria apto para o consumo se não fosse essa quantidade mínima da proteína de leite e a falta da descrição do conteúdo nas embalagens. 

A fabricante aponta que o consumo dos produtos por pessoas alérgicas poderia acarretar reações como inflamações na pele, desconforto gastrointestinal ou respiratória. De acordo com o Extra, a Pepsico está recolhendo voluntariamente as unidades do produto com prazos de validade entre 2 de dezembro de 2019 e 17 de fevereiro de 2020, e já fez contato com os distribuidores e as lojas que receberam os lotes para que eles fizessem o bloqueio imediato das vendas e a retirada das gôndolas.

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 "Todos os demais itens e lotes da linha Fandangos estão com informações corretas em suas embalagens", afirma a fabricante. 

Número dos lotes

Embalagens 164g: lotes LA 258 a LA 303, lotes LB 260 a LB 296, lotes LC 261 a LC 269 e lotes LD 261 a LD 288

Embalagem 59g: lotes LA 236 a LA 306, lotes LC 226 a LC 273 e lotes LD 232 a LD 288

Embalagem 22g: lotes LA 290 a LA 300

Embalagem 23g: lotes LC 237

Embalagem 54g: lotes LC 268 a LC 273

Embalagem 280g: lotes LB 238 a LB 296 e lotes LD 269 a LD 289

Embalagem 44g: lotes LB 285 a LB 296 e lotes LD 282 a LD 283

Lanchinho Sortido 101g: lotes LA 284 a LA 308 e lotes LD 273 a LD 298

Mesmo sabendo de sua intolerância ao camarão, o garçom de 32 anos, identificado como Elton Gravatar Alves Fernandes, tentou arriscar e acabou morrendo após comer um prato de paella, que leva camarão. A vítima estava trabalhando como freelancer em um pequeno evento empresarial, quando insistiu na comida.

Por conta de sua intolerância, Elton morreu com choque anafilático na Rua Gonçalves Dias, em Belo Horizonte, Minas Gerais. De acordo com o site Estado de Minas, o garçom-chefe que contratou a vítima relatou à polícia que Elton havia dito que era alérgico a frutos do mar, principalmente ao camarão. 

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Depois que se arriscou comendo o prato e começar a passar mal, o rapaz ainda recebeu os primeiros socorros no local do evento. O SAMU foi acionado mas a vítima não resistiu e morreu. Ele era natural da Bahia e estava morando sozinho em Belo Horizonte.

Em meio à intolerância e discursos de ódio na atualidade, o “História ao ar livre” levou a dezenas de jovens assuntos como empatia, respeito e o conceito de amor, todos relacionados à área de história. O evento foi realizado na tarde deste sábado (25), na Praça do Entrocamento, Zona Norte do Recife.

Organizado pelos professores de história Júlia Ribeiro, Luiz Paulo Ferraz e Rodrigo Bione, o aulão contou com a presença de vários professores que ofereceram dinâmicas aliadas a temáticas para ajudar nos estudos dos ouvintes. Houve música tocada a voz e violão, além de recitação de poesia.

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De acordo com o professor Rodrigo Bione, o aulão traz a oportunidade de discutir preconceitos e a importância de se praticar o amor. "O amor tem diversas vertentes, como o amor a uma causa, o amor social. O amor perpassa todas as essas discussões. A gente não pode esquecer que o amor deve ser a mola propulsora de todas as nossas ações", comenta.

O professor de história e sociologia Frederico Neto falou dos temas levantados pelo aulão e enfatizou a utilização do espaço público como memória e afetividade. Segundo o educador, existe um abandono dos luagares públicos, bem como dos patrimônios históricos, que para ele, estão relacionados à identidade de um povo. "Aqui na Praça do Entrocamento tem uma história relacionada às ferrovias do século XIX até o final do século XX e muita gente passa por aqui e não sabe a importância desse espaço. Acho que momentos como o de hoje são importantes para que as pessoas valorizem o espaço. Então essa relação de amor não é só entre humanos, é entre você e o espaço", explica o docente.

Dentre os ouvintes, estavam estudantes do ensino médio que agora se preparam para ingressar no ensino superior por meio do Exame Naconal do Ensino Médio (Enem). Gionvanna Vasconcelos, 17, está no terceiro ano do ensino médio e pretende cursar medicina. A estudante conta que sempre se identificou com história, pois vê na disciplina uma maneira de conhecer o mundo.

"Essa aula de hoje para mim é muito importante porque eu acredito no que eles (professores) querem passar, eu acredito numa história que pode ser democratizada, acredito na educação como poder de transformação", opina a jovem.

Para além da defesa de uma educação mais democrática e inclusiva, o projeto proporcionou um ambiente familiar atraindo pais de alunos, assim como crianças e idosos. Confira imagens:

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