Tópicos | sincretismo religioso

Os pedidos de respeito às tradições afro-brasileiras e o fim do racismo religioso deram o tom da 9° edição da Festa da Mãe das Águas do Rio, que celebra a orixá Oxum. O evento que reuniu adeptos das religiões de matriz africana na Praça da Bandeira, área central de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, no último domingo (16). 

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No coreto da praça pública, uma imagem reverenciando a orixá da fertilidade e da beleza, foi posicionada. Além disso, em uma tenda, eram deixadas oferendas, enquanto ao redor, religiosos entoavam cânticos e dançavam para reverenciar a homenageada do dia e saudar os outros orixás.

Pai Alan de Oxalufan, organizador da festa, disse que o evento consegue a cada ano, reafirmar a força do povo negro de terreiro. O líder religioso também disse enxergar alguns nítidos avanços nos direitos da população preta, porém acredita que ainda há muito o que avançar.

"É preciso que haja mais políticas públicas que levem igualdade às pessoas. Quando se fala de povo preto e povo de terreiro, ainda são discutidos o racismo e a intolerância religiosa, então a Odùn Ìyá Omi Odò, a Festa da Mãe das Águas do Rio, vem anunciar o clamor da sociedade por justiça e reparação", pontuou.

Nos últimos anos, com o avanço do conservadorismo e do fundamentalismo religioso no país, a população passou a presenciar mais casos de ataques de cunho religiosos. Sendo assim, Pai Alan acredita que os cidadãos precisam entender melhor a formação da identidade do próprio país, a história da origem do povo preto e suas contribuições. 

"Vinhemos escravizados, mas nas nossas terras éramos reis, rainhas, príncipes e princesas. Então é preciso que a sociedade reconheça toda a contribuição do povo preto e do povo de terreiro na formação deste país, na formação deste estado e na formação deste município", afirmou.  Lideranças religiosas e representantes de outros terreiros de cidades pernambucanas também marcaram presença na celebração.

Pai Júnior T' Ògìnyán, líder de um casa de candomblé na cidade de Olinda, afirmou que os adeptos às religiões de matriz africana "não precisam ser tolerados, e sim respeitados", e assim diminuirá os casos de racismo e intolerância. Já a jovem Thaynan França, do Ylé Asé Oyá Oju Yzó, localizado no bairro de Engenho Velho, em Jaboatão dos Guararapes, disse que o evento por ter conseguido reunir pessoas de várias partes de Pernambuco, mostrou que a "religião está unida e sempre resistirá". 

"Eu sou um tipo de pessoa que sempre diz: 'seja uma mulher que levanta outras mulheres'. Da mesma forma falo quando a questão é o candomblé. Então que sejamos um terreiro que levanta outros terreiros. Isso que está acontecendo mostra o como somos fortes", afirmou Thaynan.

Compartilhando do mesmo sentimento, o farmacêutico Augusto Magistral, participante de um terreiro no Ibura, Zona Sul do Recife, e a Adriana Bezerra, adepta de uma casa no bairro de Prazeres, afirmaram o como é gratificante participar da Odùn Ìyá Omi Odò.

"O candomblé não é isso o que as pessoas demonizam, e essa festa consegue mostrar o que verdadeiramente somos", explicou Augusto. "É um prazer estar aqui. Já é o meu segundo ano prestigiando mamãe Oxum", disse Adriana.

Secretaria de Cultura presente no evento 

Representando a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes de Moreno, o secretário executivo Genilson Pretinho, falou em entrevista ao LeiaJá que durante os nove anos do evento, as gestões municipais sempre auxiliaram na organização da festa.

"A prefeitura apoia no que for preciso. As secretarias de saúde, de educação, da ação social e da cultura estão hoje aqui unidas para ajudar neste evento encabeçado por Pai Alan", disse o secretário ao ser questionado sobre o papel social da gestão do prefeito Edmilson Cupertino (PP) com a manutenção dos direitos do povo de terreiro do município.

"A Secretaria de Cultura apoia a realização do evento, porém é a Secretaria de Ação Social que é responsável por ajudar e garantir os direitos a todos os terreiros de Moreno. Pai Alan e outros pais de santos da cidade vêm sempre conversando com o secretário de ação social para que possa amenizar casos de preconceitos. A gente sabe que a intolerância religiosa é crime e o que a prefeitura puder fazer para punir esses criminosos, vai fazer", afirmou.

O gerente de Igualdade Racial da Prefeitura do Recife, Marcelo Diniz, também marcou presença no evento e falou da importância em ter pessoas pretas expressando suas crenças publicamente.

"É sempre um prazer a gente poder aquilombar e participar junto com outras pessoas negras de eventos que fazem essa afirmação da necessidade da luta contra o racismo religioso. Hoje eu atuo lá na Prefeitura do Recife sempre em contato com os movimentos sociais da cidade, mas também com movimentos sociais de outras cidades daqui do estado, procurando fortalecer essa rede, afinal de contas, o racismo é estrutural na nossa sociedade e se apresenta de diversas formas", disse Marcelo.

O grupo de danças Culturarte também participou da Odùn Ìyá Omi Odò, realizando apresentações culturais que puderam ser prestigiadas pelos os que estavam presentes na Praça da Bandeira.

Oxum e o sincretismo religioso 

O termo ‘Oxum’ vem da língua iorubá, tendo como origem o nome do rio Osun, que fica localizado na Nigéria, na África Ocidental. É uma orixá que tem o seu significado como divindade contado através de vários saberes passado de geração em geração. Na maioria destas histórias, é geralmente retratada como a protetora e responsável pelo equilíbrio espiritual. 

No sincretismo religioso, Oxum representa diversas “Nossa Senhoras”. Para alguns é celebrada no dia 12 de outubro, data em que o Brasil reverencia sua padroeira, a Nossa Senhora Aparecida. Para outro, sua imagem é associada à Nossa Senhora do Carmo. Ambas representam a figura da Virgem Maria, santa e pura, como o coração de Oxum.

Sendo assim, neste último domingo (16), enquanto fiéis da capital pernambucana comemorava a 327° edição da Festa de Nossa Senhora do Carmo, os seguidores do candomblé reverenciavam Oxum em alguns terreiros da Região Metropolitana do Recife.

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O Brasil é um país multicultural, que tem na sua formação influências de diversas origens. Nossa construção identitária levou à miscigenação e ao sincretismo religioso, em que diversas correntes ideológicas acabaram se misturando, por vários motivos. A vivência de fé é algo muito pessoal e privado, não cabendo a ninguém mais tecer algum juízo de valor, diminuindo essa ou aquela religião. No entanto, em pleno século 21, a intolerância religiosa ainda traz máculas à sociedade.

Chega a ser um contrassenso que um país tão diverso em seu(s) rosto(s) seja tão intolerante em seu pensamento. Segundo os dados mais recentes, do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apenas em 2021, foram registradas mais de 800 denúncias de intolerância religiosa no país – isso contando somente as que foram oficializadas; o número real, no entanto, sabemos que é bem maior. As religiões de matriz africana são os maiores alvos: agressões, depredação de espaços de culto, demonização das práticas. Todas essas ações, repetidas por décadas, ou séculos, relegaram a fé de herança africana a um espaço de medo. Falar de Candomblé, Umbanda ou práticas semelhantes gera medo em muitas pessoas, por puro desconhecimento. Não, nenhuma dessas religiões prega o mal ou inclui práticas “sombrias”. Nesse ponto, o conhecimento é a melhor arma para quebrar preconceitos e paradigmas.

Na TV, dois exemplos recentes do tratamento dessa questão. No “Big Brother Brasil”, o participante Fred Nicácio, adepto ao Ifá, culto tradicional Iorubá, sofreu intolerância por parte de outros competidores, que afirmaram ter medo de suas orações e práticas religiosas. Voltamos ao ponto: a ignorância leva ao preconceito. Claramente, quem desrespeita outra fé, atribuindo a ela um status negativo, desconhece aquela prática e seus princípios. Por outro lado, a novela “Vai na fé”, também na Globo, tem abordado as religiões com olhar positivo: de evangélicos a candomblecistas, os personagens ajudam a trama a expor a beleza de cada sistema religioso. E esse é o caminho: educar para combater o preconceito.

Religião é um tema muito sensível. Ninguém gosta de ter sua crença desrespeitada. Da mesma forma, faz-se necessário saber conviver e valorizar. A palavra religião vem do latim religare, que significa religar; ou seja, é a prática que nos reconecta a algo maior. Sendo assim, precisa ter seu lugar garantido. Especialmente em um país tão diverso, não há mais espaço para a intolerância. O ponto que conecta, em suma, todas as religiões, é muito simples: o amor.

A Noite dos Tambores Silenciosos do Recife, celebrada na última segunda-feira (20), no Pátio do Terço, reforçou a ancestralidade do povo negro escravizado no Brasil. Ao todo, 30 nações e grupos de maracatu desfilaram no Polo Afro, em uma cerimônia que fortalece os laços das religiões de matriz africana.

Pouco antes da meia-noite, as luzes se apagaram em todo o pátio do terço. Os cânticos iniciaram e os tambores do maracatu pausaram para celebrar os Eguns, espíritos dos antepassados que, segundo os credos, circulam entre todos os presentes durante a cerimônia. As orações e cânticos foram realizadas e comandadas pelo babalorixá Tata Amil de Oxóssi.

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Experiência que soma

Para que a noite aconteça com organização e tranquilidade, a presença e trabalho de Demir da Hora, diretor de palco, responsável pela entrada e saída das nações nos palcos durante o desfile. A experiência de Demir veio de sua prática na produção da Terça Negra, evento realizado pelo Movimento Negro Unificado de Pernambuco.

A emoção de Demir em trabalhar na Noite dos Tambores Silencioso vem com uma grande responsabilidade. “É um palco de ancestralidade, onde todas as energias do povo que veio da África e sofreu aqui na frente dessa igreja, onde os negros eram açoitados, eram vendidos. Então, existe muita energia no solo, aqui nesse evento”, explica Demir.

De acordo com o diretor, o palco do polo Afro do Carnaval também ajuda a promover outros artistas, que fomentam e fazem crescer a cultura afro no Brasil. Uma das convidadas para cantar no Pátio do Terço neste carnaval é a cantora Sandra de Sá, que se apresenta nesta terça-feira (21).

 

No dia em que os católicos celebram Nossa Senhora da Conceição também é o momento para adeptos da religião de matriz africana cultuarem o orixá Iemanjá. Nesta terça (8), a 43ª Panela de Iemanjá leva o sincretismo religioso e as homenagens à uma das mais cultuadas divindades do panteão dos orixás à praia do Pina, na Zona Sul do Recife, a partir das 19h.

A partir das misturas das culturas e religiões trazidas do continente africano, com as culturas européias, a figura de Maria foi associada a diferentes orixás. Em Pernambuco, Nossa Senhora da Conceição é associada a Iemanjá, entidade das águas e fertilidade, representada como sereia e sempre trajando vestimentas na cor azul. 

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A celebração desta terça (8) começa com o toque para Iemanjá, na Tenda Espírita José Maria José, localizada na Avenida Encanta Moça, no bairro do Pina, sob condução do pai de santo Josimar Salvador. Em seguida, o evento segue para a praia onde serão colocadas as panelas com oferendas à divindade.

Serviço

43ª Panela de Iemanjá 

Terça (8) - 19h

Toque na Tenda Espírita José Maria José (Avenida Encanta Moça - Pina), seguida de celebração na praia do Pina

Gratuito

 

Para os católicos, 8 de dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição. Para o povo de terreiro, a data é dia de Iemanjá. Devido ao sincretismo religioso, nas datas que celebram os santos católicos também se festejam os orixás de Umbanda. A explicação para isso é que na época da escravidão, como os negros vindo da África não podiam cultuar sua divindades, nem frequentar igrejas, arrumou-se uma forma para que as expressões religiosas negras fosse mantidas.

Com o surgimento da Umbanda no Brasil, Nossa Senhora da Conceição começou a representar Iemanjá. Observem o azul e branco da 'rainha do mar'. Corpo vivo desse sincretismo, Pai Januário subiu o Morro pela fé, em agradecimento a Nossa Senhora. "Eu tenho minha mãe Iemanjá e minha mãe Nossa Senhora da Conceição. Eu tenho muita fé, já alcancei várias coisas graças às duas e tenho certeza que vou alcançar muito mais", diz.

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Para ele, mesmo com a união do sincretismo religioso, ainda falta muita coisa para o povo de terreiro ser respeitado. "Muita gente critica, mas as pessoas deveriam respeitar o direito do outro. Todos nós somos seres humanos, um pedaço de carne podre que deveria ter união, amor e perseverança", pontua Pai Januário.

Festa do Morro

Este domingo (8) é o último dia da Festa de Nossa Senhora da Conceição, que acontece no Morro da Conceição, bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. Já são 115 anos da festividades, que teve início em 1904, quando foi inaugurado o monumento. Assim começava uma tradição secular de romarias e pagamento de promessas. Desde então, a data se tornou feriado municipal. A imagem de 5,5 metros de altura com 1806 kg foi trazida da França por navio e representa Maria Santíssima, toda vestida de branco, envolvida em um manto azul.

No próximo domingo (13), a partir das 16h, filhos de santo, baianas e populares participam da 30° festa dedicada a Nosso Senhor do Bonfim. Os fiéis de várias religiões acompanham a lavagem da escadaria na igreja consagrada ao santo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR).

Mais de cinquenta baianas carregam jarros com água de cheiro e flores fazendo a lavagem do adro da igreja da Sé. Depois o cortejo, a caminhada segue pela Ladeira da Misericórdia Rua do Bonfim, Quatro Cantos, Amparo, Joaquim Nabuco, cruza a Avenida Pan Nordestina, chega a Jardim Brasil e continua em direção até o Culto Afro Nossa Senhora do Carmo. Toda a caminhada será acompanhada por 60 músicos do Afoxé Povo de Ode.

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TEXTO Jullimaria Dutra   EDIÇÃO Raquel Monteath

Na beira da praia, o balanço do mar contínuo leva o barco cheio de oferendas. Em um cortejo que envolve homens, mulheres, idosos e crianças - em sua maioria, seguidores do candomblé ou do catolicismo -, uma celebração religiosa acontece em todo o Brasil e presentes são jogados nas águas para ela, a Rainha do Mar.

E é assim todo dia dois de fevereiro. Os pedidos e oferendas para Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora dos Navegantes (em um paralelismo com a religião Católica) são realizados. Comemora-se nesta data o dia de uma das orixás que fazem parte da Mitologia Africana: Iemanjá. Na Umbanda, além de ser a deusa padroeira dos náufragos, ela é considerada a mãe de todas as cabeças humanas.

A santa, cujo nome deriva da expressão Iorubá “Yèy Omo ejá” (Mãe cujos filhos são peixes) é um orixá africana, conhecida por todos como Rainha dos Mares. Na mitologia Yoruba, a dona do mar é Olokun que é mãe de Yemojá, ambas de origem Egbá que é cultuada em muitos países e por variados nomes - inclusive na África, onde seu nome Aiocá significa “terras misteriosas da felicidade e imagem das terras natais”.  

Durante o período da escravidão no Brasil, os negros africanos passaram a usar o pseudônimo de Iemanjá e encontraram na maneira mais branda - o “sincretismo”, que é a fusão de doutrinas de diversas origens – uma forma de perpetuar os cultos tradicionais sem a intervenção dos seus senhores, que consideravam inadmissíveis as manifestações pagãs em suas propriedades, por terem uma formação religiosa católica.

No País, o culto a Iemanjá ganhou o gosto popular e foi difundido das religiões afro-descendentes para o meio artístico. São inúmeras as composições de autoria popular para saudar “Janaína do Mar”, assim como canções litúrgicas. Adriana Calcanhoto, Otto, Marisa Monte e Maria Betânia são alguns dos que reverenciam em suas letras e interpretações a santa, que ganhou o mundo com a imagem vestida, ora de azul ora de verde, de seios fartos (que remete à fertilidade) e de beleza escultural.

(...) Perfume, flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Para ela se enfeitar
Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d'água,
Odoyá!
Qual é seu dia,
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar (...)

(Canto de Oxum - Maria Bethânia)

Conhecida por ser vaidosa, os seguidores da deusa da fertilidade a presenteiam, quase sempre, com espelhos, pentes, flores, colares e brincos para agradá-la. Alguns entendem que, se ela devolve o presente jogado ao mar, significa que o desejo não será realizado. Por esta razão, há pessoas que soltam suas oferendas apenas em alto mar, evitando que seus pedidos não sejam realizados.

O etnólogo e fotógrafo franco–brasileiro, Pierre Verger, em seu livro Dieux D’Afrique registrou: “Iemanjá é o orixá dos Egbá, uma nação ioruba estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Com as guerras entre nações, os iorubas levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo objetos sagrados, suportes do axé da divindade e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros”.

A versão de Verger foi introduzida no País e Iemanjá passou a ser representada como a mãe que protege os filhos a qualquer custo; a mãe de vários filhos e peixes, que cuida de crianças e animais domésticos.

Na cidade de Salvador, no Estado da Bahia, acontece uma das maiores festas do Brasil em sua homenagem. A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo-mor, localizado próximo à foz do Rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas.

Já no Recife, em Pernambuco, o dia de Iemanjá é comemorado em oito de dezembro, mas no dia dois de fevereiro existem pequenas celebrações referentes à deusa dos mares, muito embora a maior parte dos terreiros e cultos sejam direcionados ao orixá Oxúm, representado no catolicismo por Nossa Senhora da Saúde. A costureira D. Enilda Dutra, moradora do bairro do Arruda, há mais de 30 anos frequenta terreiros de Umbanda. “No Recife, a data não é tão celebrada quanto em Salvador, pois o dia em que comemoramos é o de Nossa Senhora da Conceição, em dezembro. Mas existem alguns locais na cidade que celebram, em fevereiro, a data de Iemajá”, explica.

Ainda no mês do fevereiro, Iemanjá é também cultuada em diversas praias brasileiras. Uma manifestação que reúne milhares de pessoas, das mais variadas condições sociais. Negros, brancos, ricos, pobres se encontram e curvam-se em reverência às mãos dos orixás, em busca de crescimento e da proteção espiritual.

Saiba mais sobre a Rainha do Mar:

Dia: Quinta-feira
Data: 2 de fevereiro
Metal: prata e prateados
Cor: prata transparente, azul, verde água e branco
Comida: manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá
Arquétipo dos seus filhos: voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores, e tem um certo medo do mar
Símbolos: abebé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulseiras

Confira a riqueza da festa de celebração à Iemanjá em Rio Vermelho, na Bahia:


Serviço

Recife:
Panela de Iemanjá
Local: Brasília Teimosa
Horário: 19h

Salvador:
Mirante Yemanjá
Atrações: Batifun e Filhos de Jorge
Local: Terraço Hotel Golden Tulip, Rio Vermelho
Horário: 13h
Ingressos: R$ 150 (só a festa) e R$ 270 (festa + hospedagem) - ALL INCLUSIVE
Vendas: Ticketmix/ Tri Tour Eventos

Festa Odoyá Yemanjá
Atrações: Alexandre Peixe, Psirico e Magary Lord
Local: estacionamento da Villa Forma
Horário: 14h
Ingressos: Arena – R$ 50 (feminino) e R$ 60 (masculino) / Front Stage – R$ 90 (feminino) e R$ 120,00 (masculino) - ALL INCLUSIVE
Vendas: Padaria Bar, Academia Villa Forma (Rio Vermelho) e Ilha exclusiva de venda no Shopping Iguatemi

Oferendas - Dia de Iemanjá
Atrações: Bloco de hoje a 8, Marcela Bellas, DJs Pavlos Neptune, Camilo Fróes, Riffs, Suki 4 Tons, Bankiva e Maira 16 Toneladas
Local: Orla do Rio Vermelho - Rua da Paciência
Horário: 12h
Gratuito

Festa de Yemanjá
Atrações: Banda TH e Nata do Samba
Local: Zen - Dining & Music (Rio Vermelho)
Horário: 12h
Ingressos: R$ 90 (feminino) e R$ 120 (masculino) - ALL INCLUSIVE

Feijoada Terra & Mar
Atrações: Roney e Raney, samba Clube e Dj Nenga
Local: Moema Batataria
Horário: 13h
Ingressos: R$ 80 (feminino) e R$ 120 (masculino) - ALL INCLUSIVE

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