Pesquisa do Sebrae identifica leve recuperação em negócios
Empreendedores tentam resistir aos efeitos da pandemia da Covid-19
Após alguns meses de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, o comércio vem reabrindo suas portas gradativamente para manter os negócios em funcionamento. As micro e pequenas empresas brasileiras, por exemplo, apresentaram sinais de pequena reação diante dos impactos da pandemia, como mostra um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A 5ª edição da Pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”, realizado entre os dias 25 e 30 de junho, contou com 6.470 participantes entre Microempreendedores Individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte, para obter os dados. Segundo as informações levantadas, houve uma leve e gradual recuperação, com uma redução na queda média mensal do faturamento dos pequenos negócios.
Enquanto na primeira semana de abril a perda média do faturamento chegou a 70%, no último levantamento esse percentual caiu para 51%. Apesar dessa pequena evolução, a pesquisa mostra também que a concessão de crédito para as pequenas empresas ainda não tem acompanhado o aumento significativo da procura desses negócios por empréstimos.
O levantamento aponta que, desde o início da pandemia, 800 mil empresas conseguiram estancar a queda no faturamento. A proporção de pequenos negócios com redução no faturamento caiu de 89% para 84%, desde março, quando foi feita a primeira edição da pesquisa. Essa recuperação, entretanto, não é igual para todos os segmentos. Alguns setores como o agronegócio, indústria alimentícia e pet shop/veterinária apresentam maior capacidade de retomada, ao contrário de setores como turismo e economia criativa.
“O estancamento na queda de faturamento sinaliza um tímido movimento de recuperação. Mas ainda estamos longe de vencer a crise. E sem o destravamento do dinheiro disponível nos bancos, essa retomada será extremamente lenta ou até fatal para os pequenos negócios, pois a reabertura implica em gastos e não necessariamente em demanda de clientes”, ressalta, por meio de nota, o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
O levantamento do Sebrae também mostrou que 30% das empresas voltaram a funcionar desde o início da crise, adaptando-se ao novo cenário, intensificando a transformação digital dos negócios com o aumento das vendas on-line. Em dois meses, 12% das empresas adaptam seus negócio para a internet. Ao mesmo tempo em que houve um aumento de 37% para 44% das empresas que estão utilizando ferramentas digitais para se manterem em funcionamento, houve uma redução de 39% para 23% das empresas que afirmam que só podem funcionar presencialmente.
De forma geral, o levantamento realizado pelo Sebrae ainda mostra outros dados sobre os impactos da pandemia nas pequenas e grandes empresas do Brasil. Quem deseja obter mais informações e conferir os dados da pesquisa, pode acessar o documento.