Dia do Estudante: a rotina em meio à pandemia

Foco nas aulas remotas é o maior desafio; especialista sugere estabelecer horários de estudo intercalados com pequenas pausas

por Alfredo Carvalho ter, 11/08/2020 - 15:25
Alexandre Koch / Pixabay Alexandre Koch / Pixabay

Diante da pandemia, os estudantes, celebrados nesta terça-feira (11), têm enfrentado diversos obstáculos para realizar o sonho de se formar. Em meio ao isolamento social, quem se manteve firme nos estudos precisou se adaptar ao modelo de aulas remotas proposto por escolas e universidades e driblar problemas com o celular ou computador, além da conexão com a internet. Manter o foco nos estudos também foi um desafio.

Embora disponha dos recursos necessários em sua casa, o estudante de Design de Games Gabriel Tonza, 19 anos, tem feito o possível para manter a concentração nas aulas remotas. "Criei outro usuário no PC, que só tem acesso aos programas que uso na faculdade e para evitar que eu acabe me distraindo com jogos ou outras coisas. Isso me trouxe melhores resultados", conta.

O estudante de Design de Games Gabriel Tonza | Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo se esforçando para amenizar as distrações, o estudante acredita que não está absorvendo o conteúdo de maneira satisfatória. Problemas com a plataforma da faculdade e a instabilidade da internet contribuiram, segundo Tonza, para quebrar o ritmo das aulas. "Por mais que eu prefira aulas presenciais, esse não é o momento pra voltar. Muitas pessoas parecem que nem começaram a quarentena ainda e simplesmente ignoram as medidas de segurança", diz o estudante.

Outra que também tem driblado a distração nas aulas remotas é a estudante de Direito Sarah Gomes, 19 anos. Ela se viu obrigada a estabelecer regras com os familiares para poder se concentrar no seus estudos. "Uma simples conversa faz com que eu perca o raciocínio. Quando uso o celular, ativo um recurso para bloquear as redes sociais", conta ela, que ficou desmotivada no início da pandemia. "Superei participando de cursos gratuitos oferecidos pela universidade, participando de dinâmicas proporcionadas pelo curso e por estar aprendendo coisas novas no estágio", complementa.

A estudante de Direito Sarah Gomes | Foto: Arquivo Pessoal

Sarah só voltaria para a aula presencial caso houvessem medidas rígidas de higienização e cuidados da universidade para com os alunos, pois ela não deseja expor a sua família ao risco de contágio. "Sinto muita saudade da rotina na faculdada. A pandemia nos trouxe a oportunidade de refletir, de valorizar cada minuto, cada oportunidade", comenta.

Algumas dicas

Segundo a pedagoga e analista comportamental Mariza Baumbach, muitos alunos têm acesso e aptidão com aparelhos tecnológicos, mas está muito difícil para eles se organizarem e manterem o interesse nas aulas. Isso acontece porque o ser humano é um ser sociável e muitos estão com saudade dos momentos presenciais com seus colegas e professores.

Para tornar esses momentos mais leves, ter mais eficiência e diminuir os prejuízos no aprendizado, é importante seguir alguns passos, entre eles, organizar um cronograma de aulas e atividades. "Esse plano deve incluir estudos, trabalho, atividades de lazer, exercícios físicos e também meditação. Além de cuidar do corpo, é necessário cuidar da mente, principalmente em tempos que estamos limitados em nossas atividades externas", orienta a pedagoga.

É fundamental cuidar do foco. Por isso, é recomendado desligar as notificações do computador e das redes sociais. "Uma sugestão é estabelecer horários de estudo intercalados com pequenas pausas, que você pode utilizar inclusive para checar suas redes sociais. A técnica pomodoro, onde se estabelece intervalos de 5 minutos a cada 20 minutos realizando uma atividade, é muito interessante e auxilia neste quesito", aconselha Mariza.

Outra dica é estabelecer um espaço para o estudo. Não é necessário um local grande, mas ele precisa ter mesa, cadeira, iluminação e, se possível, estar afastado de agitações. "Além disso, é importante não acumular atividades, pois quanto mais acumular, maior o desânimo. Também é preciso cuidar da alimentação, ela fornece a energia que precisamos. Beba bastante água, nosso cérebro tem um melhor funcionamento quando estamos hidratados", indica a analista comportamental.

Criar grupos online também auxilia o debate de atividades, pois a ajuda mútua é fundamental. "Se precisar de ajuda externa, não hesite em pedir. O importante neste momento é diminuir as dificuldades", finaliza Mariza.

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