Covid: Pesquisas revelam estudantes estão mais estressados

Levantamentos apontam que alunos relataram maior nível de estresse, bem como danos na saúde mental

por Jennifer Buarque sex, 26/02/2021 - 13:15
Freepik . Freepik

 O estudo Global Student Survey, divulgado nesta sexta-feira (26), organizado pela Chegg.org, mostrou o Brasil liderando o ranking de alunos mais afetados com o ensino a distância na pandemia. Enquanto isso, uma pesquisa liderada pela NBC News e pela organização Challenge Success mostrou, a nível global, que estudantes de ensino a distância (EAD) têm mais propensão a apresentarem danos na saúde mental comparados aos alunos de aulas presenciais.

A pandemia do novo coronavírus resultou em medidas e alterações nas rotinas de vários setores. Na educação não foi diferente. Com o ensino a distância como principal solução adotada pelas instituições para manter as aulas, o número de estudantes que sentiram o efeito na mudança de rotina é crescente.

O estudo liderado pela NBC News e pela organização Challenge Success "utilizou as respostas de mais de dez mil estudantes espalhados por doze escolas estadunidenses em todo os Estados Unidos. A constatação da pesquisa com essa amostragem foi que 2020 foi o ano em que os alunos mais tiveram estresse na escola. A taxa saiu de 78% para 84% de alunos com insônia, dores de cabeça e exaustão. Os pesquisados afirmam que a modalidade EAD é mais desafiadora, pois não há contato com professores e colegas diretamente.

Brasil

A pesquisa organizada pela Global Student Survey ouviu 16,7 mil estudantes de 18 a 21 anos de 21 países. No Brasil, sete a cada 10 universitários (76%) apresentou uma mudança no quadro mental. O estudo publicado nesta sexta-feira (26) apontou ainda que 87% dos alunos se sentem estressados, mas apenas 21% buscaram ajuda. Há ainda uma taxa de 17% que afirmaram ter pensamentos suicidas.

Foi observado que a insegurança atual e a incerteza sobre o futuro podem estar ligadas ao estresse e ansiedade apontados pelos jovens universitários.  Dos estudantes, 61% afirmaram ter dificuldades para pagar as contas. Já 40% dos entrevistados estavam com dificuldade de pagar contas básicas como luz, água, alimentação e contas médicas.

Em torno de 39% dos entrevistados afirmaram que o Brasil é um bom local para viver, enquanto 48% acreditam que o país está pior do que nos últimos cinco anos. A pesquisa ainda ressaltou que: "os três principais desafios que a geração irá enfrentar são o aumento da desigualdade (34%), a dificuldade de ter acesso a empregos de qualidade (24%) e garantir educação a todas as crianças (14%)."

COMENTÁRIOS dos leitores