Funase retoma aulas presenciais para reeducandos
Cerca de 750 estudantes voltam às salas de aula nesta segunda (3)
Nesta segunda (3), são retomadas as aulas presenciais da rede estadual de ensino para jovens e crianças privados de liberdade nas unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), em todo o estado de Pernambuco. De acordo com o governo do Estado, a medida considera os protocolos de convivência com a Covid-19 em vigor e possui um documento específico, elaborado pela Secretaria de Educação e Esportes (SEE), com orientações para o acolhimento de professores e alunos. Assim, cerca de 750 estudantes em internação ou internação provisória poderão voltar às aulas de forma escalonada, obedecendo a rodízios de turmas.
Por meio de sua assessoria, a Funase informou que a SEE realizou formações com professores e coordenadores educacionais das escolas que funcionam nas unidades socioeducativas, na tentativa de garantir uma melhor aplicabilidade das orientações. As instalações receberam totens de álcool em gel e demarcações relativas ao distanciamento social. O processo de retomada é acompanhado pela Superintendência da Política de Atendimento e pelo Eixo Educação da instituição.
“Em algumas unidades de internação, como Petrolina, Garanhuns e Santa Luzia, no Recife, os professores da Secretaria de Educação e nossos profissionais técnicos já vinham trabalhando esse acolhimento desde a semana passada, em sala de aula. Mas na maior parte das unidades da Funase, as aulas presenciais serão retomadas, de forma propriamente dita, neste início de maio. É um momento muito esperado pelos estudantes e por todos nós. A escola é um espaço de trocas e diálogo por excelência, algo tão necessário no caminho desses adolescentes no sistema socioeducativo”, destaca a presidente da Funase, Nadja Alencar.
Já a gestora da Gerência de Direitos Humanos e Educação Inclusiva (GEIDH) da SEE, Vera Braga, frisa a importância da escuta ativa dos estudantes. “A nossa proposta é que se faça uma roda de diálogo com as turmas, com orientações, com escuta qualificada. Estamos em outro cenário, lidando com jovens privados de liberdade que não tinham acesso à educação remota por cumprimento ao protocolo de medidas socioeducativas. São indivíduos isolados da sociedade e da escola, um espaço fundamental na construção de laços afetivos”, comenta.