Ciência sustenta o tripé das universidades

No Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, o coordenador do comitê de pesquisas da UNG explica a importância da iniciação científica para despertar esta vocação entre alunos da graduação

por Alfredo Carvalho qui, 08/07/2021 - 22:06
Wikimedia/ The Saver 99 Wikimedia/ The Saver 99

Nesta quinta-feira (8) comemora-se o Dia Nacional da Ciência e o Dia do Pesquisador Científico, datas instituídas pelas Leis nº 10.221 (2001) e nº 11.807 (2008) respectivamente, que visam lembrar o surgimento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 8 de julho de 1948.

As instituições universitárias são sustentadas pelo tripé ensino, pesquisa e extensão e o coordenador do mestrado em análise geoambiental e coordenador do comitê de iniciação científica da Universidade Guarulhos (UNG), Fabrício Bau Dalmas, destaca que atual momento de pandemia do Covid-19 mostrou o quanto é importante possuir projetos de pesquisa desenvolvidos no ambiente acadêmico, uma vez que diversas instituições trabalham em vacinas imunizantes do novo vírus, das novas cepas que surgiram e das que ainda podem vir.

Dalmas lembra que a vacina criada pelo Laboratório Astrazeneca, foi concebida em parceria com Universidade Oxford e a CoronaVac, elaborada pelo Instituto Butantan, teve fortes parcerias com a Universidade de São Paulo (USP). Além disso, diversos avanços só foram possíveis graças a projetos de pesquisas desenvolvidos em parceria com instituições universitárias. “A penicilina, antibiótico utilizado no mundo todo, é outro fruto de uma pesquisa desenvolvida dentro de uma universidade, descoberta por Howard Florey, patologista da Universidade de Oxford, em 1928”, ressalta.

Segundo Dalmas, o Programa de Iniciação Científica, é um dos primeiros contatos que os universitários possuem com a pesquisa acadêmica e visa garantir a melhor performance profissional em qualquer área de atuação. “Isso porque o programa proporciona ao estudante um grande aprofundamento em uma área de conhecimento”, afirma.

Entre os benefícios do Programa de Iniciação Científica, Dalmas evidencia a melhora no rendimento acadêmico, uma vez que o aluno compreende o processo de montar uma pesquisa, seguir uma metodologia, apresentar os resultados e redigir um texto acadêmico. Outra vantagem, é que a concepção do projeto pode aumentar as chances de ingresso em programas de pós-graduação. “Além de uma melhor preparação para enfrentar o mercado de trabalho”, aponta.

Na UNG, os alunos pesquisadores de Iniciação Científica já estiveram presentes em congressos, simpósios e concursos. Um exemplo é o Selo Ambiental de Guarulhos, evento anual criado pela Câmara Municipal de Guarulhos. “Esse concurso de abrangência regional visa reconhecer, valorizar e divulgar projetos de defesa e de preservação do meio ambiente com resultados significativos para a melhoria da qualidade ambiental, laureando seus autores”, comenta Dalmas.

Também foi destaque na instituição a aluna do curso de ciências biológicas Beatriz Barbosa Souza, que sob a orientação da docente do programa de mestrado em análise geoambiental da UNG, professora Dra. Patrícia Bulbovas, concebeu a pesquisa “Avaliação de sintomas foliares visíveis induzidos por ozônio em vegetação urbana do município de Guarulhos, SP”. Dalmas conta a pesquisa rendeu para a estudante a primeira colocação no Selo Ambiental de 2019 e primeiro lugar no Congresso Nacional de Iniciação Científica, na categoria Meio Ambiente de 2019.

Além disso, o coordenador do comitê de pesquisas da UNG reforça que, os alunos da instituição possuem autoria em artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais, entre eles, Dalmas acentua a aluno do curso de biomedicina Talita Gonçalves Aires de Queiroz, que sob a orientação do docente do programa de mestrado e doutorado em enfermagem e coordenador do núcleo de pesquisas em doenças negligenciadas da UNG, professor Dr. Josué de Moraes, desenvolveu a pesquisa “Anti-inflamatórios não-esteroidais: avaliação do efeito antiparasitário em Schistosoma mansoni”. “Essa pesquisa teve repercussão nacional e internacional, em mais de 500 veículos, dentre os quais Galileu e Exame”, relata.

Para desenvolver bons projetos científicos, Dalmas aconselha ao aluno, ingressar em uma carreira acadêmica que esteja próximo de seus gostos e habilidades. Segundo ele, essa decisão pode ser auxiliada por testes vocacionais, pessoas que já atuam na área ou vídeos que detalham sobre o ônus e bônus de cada profissão.

Outro fator importante na hora de tomar a decisão é o cenário econômico, mas deve-se ter em mente que esse não pode ser o único critério, uma vez que a economia global se comporta de maneira volátil. “Além disso, novas profissões estão surgindo e outras deixando de existir, em um curto espaço de tempo”, afirma Dalmas. “Diante do exposto, é importante que essa escolha seja feita com calma e baseada em conversas e pesquisas. E necessário entender também que cada pessoa tem o seu tempo certo para fazer esse tipo de decisão e isso também deve ser respeitado”, complementa.

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