Professores rejeitam proposta da prefeitura e greve segue
Gestão ofereceu 23% de reajuste no piso da rede municipal do Recife
Professores da rede municipal do Recife rejeitaram a proposta de 23% de reajuste no piso salarial, dada em nova mesa de negociação, nesta segunda-feira (14), pela prefeitura. A categoria reivindica a porcentagem de 33,23%, valor que é previsto em lei federal.
Em vídeo compartilhado na página do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), a coordenadora geral da organização, Jaqueline Dornelas, ressaltou que a categoria entendeu a proposta do governo municipal como "rebaixada".
"A categoria em assembleia, ocupando as ruas, em frente à Prefeitura do Recife, acabou de votar e rejeitar a proposta do governo municipal, que, ao invés de, aplicar os 33,23% do piso, como rege a lei, ofereceu apenas 23%. A categoria entendeu como uma proposta rebaixada e votou pela continuidade da greve", disse.
Ao LeiaJá, a diretora do Simpere, Socorrinho Assunção, explicou que, além dos 23%, a prefeitura ofereceu mais 12% de abono. No entanto, esse valor, de acordo com a diretora, não faria parte do vencimento dos profissionais. "A categoria rejeitou e nós continuamos em greve. Estamos com o apoio dos vereadores da cidade do Recife, que se comprometeram, em amanhã, conversar diretamente com o prefeito João Campos para que esse abono seja de fato implementado nos nossos vencimentos", explica.
Por meio de nota, enviada à reportagem, a Secretaria de Planejamento e Gestão da cidade esclarece que o governo municipal mantém diálogo com a categoria e que o valor proposto leva em consideração "futuros orçamentos e estão dentro da margem de segurança em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal".
Além disso, o comunicado reforça que nenhum docente receberá abaixo do piso nacional, valor que é estipulado pelo Ministério da Educação em R$ 3.846. “Este aumento contemplará os professores que estão no primeiro nível de carreira. Cada hora/aula equivale a uma remuneração de R$ 19,23 para carga horária de 200 horas/aula mensais”, aponta a secretaria.
E finalizou: “A proposta contempla também os professores que progrediram na carreira e já recebem acima do piso nacional (...) Com a proposta, o servidor que recebe esta média terá R$ 989,00 de aumento no vencimento e abono de R$ 4.644,00, correspondente a 12% de aumento até o final do ano”.
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