Havan é condenada a indenizar ex-funcionária por racismo
Vítima era operadora de caixa em uma loja de Santa Catarina
A Havan foi condenada a pagar R$ 50 mil a ex-funcionária que alegou ter sido vítima de racismo. Na época, o ex-chefe da trabalhadora disparou frases como "melhora essa cara para não ir para o tronco" e "melhora essa cara para não tomar umas chibatadas".
Na decisão contra empresa, a ex-funcionária, contratada em 2018 como operadora de caixa em uma loja de Santa Catarina, alega que, além das frases ditas pelo seu antigo superior, ele teria mostrado a foto de uma antiga escrava negra e dito: "achei uma foto tua no Facebook. Melhorasse né? Se não for você é alguma parente tua".
Na ocasião, a vítima chegou a relatar o ocorrido a uma gestora. O homem foi advertido, no entanto, um mês depois, ela teve a função modificada e a gestora trocada.
Na decisão judicial, o juiz do trabalho Fabio Augusto Dadalt afirmou que o caso da trabalhadora "não é frescura." "Não é 'mimimi'. Não é brincadeira. Não é engraçado. Não é legal. Não deve ser aceito". "É crime de injúria racial dizer a um negro que ele será amarrado a um tronco e levará chibatadas, mostrar-lhe a foto de uma negra qualquer e dizer que é ele ou algum parente dele ali na foto", disse o juiz.
Inicialmente, o valor pedido pela vítima foi R$ 1 milhão em danos morais, mas o magistrado concedeu R$ 50 mil e as custas serão pagas pela Havan, no valor de R$ 1.200. A decisão contra a varejista é de primeira instância e cabe recurso.