Arte circense é abordada por integrantes do Cirque Soleil

Arte-educadores do Estado participam de oficinas destinadas às atividades de circo social

por Roberta Patu sex, 30/10/2015 - 14:21

Alinhar conhecimento prático com a teoria são algumas das propostas do projeto que está sendo realizado na Escola Pernambucana de Circo, situada no bairro da Macaxeira - Região Metropolitana do Recife. O trabalho que está sendo desenvolvido pelos canadenses, integrantes do Circo du Soleil, Emmanuel Bochud e Mariano Lopes, que articulam com vários arte-educadores as diretrizes de educação social, através da arte.

O encontro, que encerra nesta sexta-feira (30), conta com a participação de integrantes de várias instituições de Pernambuco. Entre eles está o caruaruense, Jonathan Marinho, de 20 anos, desde os oito anos de idade vive a arte circense em uma Organização não Governamental (ONG), no Agreste do Estado. "Não escolhi o circo, ele que me escolheu. Comecei como aluno e hoje ajudo várias crianças e adolescentes em situação de risco", falou.

O artista relatou que o encontro possui uma proposta direcionada e que por isso está ajudando bastante para ele obter um conhecimento teórico até antes não percebido na prática. "Estamos tendo noção de assuntos relacionados à ética, educação popular e principalmente trabalhos sociais, que são essenciais para a nossa atuação, principalmente para o nosso reconhecimento como educador, uma vez a que a arte ainda é muito marginalizada", relatou.

O jovem Ivo Amaral, de 27 anos, tem uma história diferente. O arte-educador, que viveu até os 18 anos em abrigos, encontrou na arte circense o caminho para mudar a sua vida e a de dezenas de pessoas que frequentam a sua instituição. "Eu vim de um processo social, passei por vários abrigos e sei como é viver na vulnerabilidade social e esses encontro está sendo muito importante para o direcionamento dos nosso conhecimentos, muitos deles conhecidos apenas na prática e pela vivência", contou. Confira o vídeo com Ivo a seguir.

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O integrante do Cirque du Soleil, Emmanuel Bochud revelou que, especialmente, este grupo possui uma característica muito peculiar. "É muito interessante porque a maioria dos participantes, se não todos, possui uma vivência muito grande com a arte. Muitos deles vêm de um processo social bem latente e uma essência grande de vivência prática e próxima da realidade", identificou.

Participando também do encontro, Mariano Lopez explicou que o encontro tem como proposta formar arte-educadores que já atuam em instituições sociais, coordenando os conhecimentos adquiridos e que são aplicados de forma espontânea. Entre as atividades trabalhadas, ele destacou algumas tópicos que são avaliados durante o curso de formação, "o perfil do arte-educador, ética, resolução de conflitos e o planejamento  de oficinas são alguns deles", concluiu.

 

Esta formação é a primeira ação da Escola Pernambucana de Circo enquanto um dos quatro Centros de Referência em Formação de Educadores de Circo Social da Rede Circo do Mundo Brasil, no país. Além dele, existem a Associação Londrinense de Circo Londrina (PR), Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente - ICA, em Mogi Mirim (SP) e Circo Lahêto, em Goiânia (GO).

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