Funcultura poderá sofrer redução de R$ 3 milhões
Classes artísticas estão sendo convocadas para escutas com a Secretaria Estadual de Cultura e a Fundarpe para discutir onde deverão ser realizados os cortes de financiamento
Em escuta realizada nesta segunda (14), no Espaço Pasárgada, na Boa Vista, região central do Recife, a Secretaria Estadual de Cultura e a Fundarpe reuniu produtores dos segmentos de audiovisual, artesanato e artes cênicas para abrir um diálogo acerca das linhas de ação dos editais 2015/2016 do Funcultura (Geral e Audiovisual). Na reunião, teria sido anunciado um corte de cerca de R$ 3 milhões no orçamento dos editais para o próximo ano, gerando revolta nos representantes das categorias presentes.
O jornalista e pesquisador da área de teatro Leidson Ferraz falou ao Portal LeiaJá sobre a reunião desta segunda e o possível corte no Funcultura. "No ano passado, quando saiu o edital 2014/2015, a gente já teve que readequar o orçamento para as linhas de ação não saírem tão prejudicadas. Tivemos que fazer um remanejamento por conta do orçamento que já estava muito enxuto", disse. Ele ressaltou que o Funcultura é o principal fomento para aqueles que fazem cultura em Pernambuco e que, há muitos anos, artistas e produtores precisam trabalhar com valores pequenos de financiamento diante de uma quantidade grande de produção. "A gente não concorda com este corte. Mais uma vez o governo nos obriga a engolir goela abaixo uma decisão que é arbitrária. Entendemos toda a problemática do momento mas a gente fica trancafiado nas decisões que o governo nos traz. O primeiro corte que é feito é na cultura", lamentou o jornalista.
Ainda sobre a escuta, Leidson contou que foi proposto às classes que escolhessem em que linhas de ações deveriam ser feitos os menores cortes: "A única possibilidade que existe é que o corte seja igualitário para todos", explicou. Ele também falou de um estudo que está sendo feito para que, no próximo edital, os valores destinados para cada área específica não sejam mais remanejados para outras em caso de falta de inscritos: "Isso era algo que lutávamos há muito tempo para não haver briga entre as linguagens". Por fim, o pesquisador lembrou que toda a classe artística sairá perdendo com mais um aperto no orçamento dos editais: "O que a gente pode fazer é 'botar a boca no trombone' para que as pessoas saibam o que esta acontecendo. Até que ponto existe realmente um olhar do governo Paulo Câmara para o setor cultural? Ele prometeu que iria ampliar o Funcultura", disse.
Procurada pelo Portal LeiaJá, a assessoria da Fundarpe não enviou, até o fechamento desta matéria, infoemações a respeito da possível redução no orçamento.
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