De exibidor a realizador, Toca o Terror dribla preconceito

Grupo pioneiro em Pernambuco que começou produzindo podcasts sobre terror aposta agora na produção de filmes do gênero na capital pernambucana

por Roberta Patu qui, 01/09/2016 - 12:02
Líbia Florentino/LeiaJáImagens Grupo começou produzindo podcasts e atualmente lançaram 1° curta Líbia Florentino/LeiaJáImagens

Um sonho criado a partir da paixão pelo cinema de terror. Foi assim que o grupo intitulado Toca o Terror ganhou forma abriu espaço para as produções gênero através de mostras de curtas e longas. Formado em 2012, o Toca, como é chamado carinhosamente pelos integrantes, está crescendo e destacando nos últimos anos. O grupo abre a minissérie do LeiaJá sobre o terror pernambucano.

Os amantes do terror, que começaram o grupo com a produção de um podcast e um blog, tiveram uma grata surpresa com o crescimento da ideia. Nos últimos três anos, eles trilharam e conquistaram outros feitos: o primeiro, a realização do Festival Medonho, dedicado a filmes de terror; outro, o Cineclube Toca o Terror, que esteve recentemente na programação do Festival de Inverno de Garanhuns; e o mais recente, o lançamento primeira produção, passando de críticos e exibidores a realizadores.

Segundo o jornalista e produtor cultural Jamerson de Lima, a ideia de criar o Toca o Terror surgiu de forma despretensiosa. “Na realidade reunimos amigos que tinham o interesse pela temática e começamos a produzir conteúdos que falavam sobre zumbis, monstros e inúmeros temas ligados ao terror. A partir daí, tivemos a iniciativa de gravar podcasts, criar o blog e traçar novas oportunidades no cenário que escolhemos”, lembra, em conversa com o LeiaJá.



De acordo com Osvaldo Neto, uma das conquistas mais relevantes do projeto foi a exibição de filmes do gênero na capital pernambucana. “Muitos momentos foram indispensáveis para o Toca, mas a exibição de filmes, através de mostras, indiscutivelmente, foi uma das mais importantes porque ganhou notoriedade e espaço em grandes festivais como o Janela Internacional de Cinema e o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), nos quais fomos convidados a participar”, conta.

Atualmente, o Toca o Terror mantém dois projetos: o Cine Clube, com exibições mensais no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) e o Medonho, festival que acontece anualmente no Cine Majestick, na Boa Vista. Para Jota Bosco, outro integrante do Toca, “Graças aos projetos, as pessoas já conseguem enxergar a possibilidade fazer filme de terror, mesmo tendo que ser um pouco ‘MacGyver’, devido à pouca grana e, além disso, ter que assumir o cinema de guerrilha, com uma câmera na mão, muitas ideias e amigos”, fala, satisfeito.

Foi a partir dessa percepção que o Toca o Terror lançou o seu primeiro trabalho roteirizado e produzido pela própria equipe, Domingos. O curta metragem, de 12 minutos, lançado em 2015, conta a história de um rapaz que tem uma vida rotineira, mas que durante uma noite é surpreendido com a visita da colega de trabalho Rosinha, que acaba descobrindo que Domingos possui um segredo terrível.

Para fazer o filme, o Toca contou com a colaboração financeira de amigos, que foi capitalizada através de uma plataforma de Crowdfunding, no qual o grupo conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 6 mil para produção e finalização do curta. “Preferimos recorrer à colaboração dos amigos e conhecidos. Até porque, se fossemos atrás de incentivos, com toda a certeza, iria demorar bastante e correria o risco de nem começar”, enfatiza Bosco, que não descarta a possibilidade de fazer um longa nos próximos anos.

Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, Jota destacou o crescimento da produção cinematográfica do gênero, porém apontou também que ainda há muito preconceito dos trabalhos nacionais e locais. Assista à entrevista em vídeo:

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