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Um sonho criado a partir da paixão pelo cinema de terror. Foi assim que o grupo intitulado Toca o Terror ganhou forma abriu espaço para as produções gênero através de mostras de curtas e longas. Formado em 2012, o Toca, como é chamado carinhosamente pelos integrantes, está crescendo e destacando nos últimos anos. O grupo abre a minissérie do LeiaJá sobre o terror pernambucano.

Os amantes do terror, que começaram o grupo com a produção de um podcast e um blog, tiveram uma grata surpresa com o crescimento da ideia. Nos últimos três anos, eles trilharam e conquistaram outros feitos: o primeiro, a realização do Festival Medonho, dedicado a filmes de terror; outro, o Cineclube Toca o Terror, que esteve recentemente na programação do Festival de Inverno de Garanhuns; e o mais recente, o lançamento primeira produção, passando de críticos e exibidores a realizadores.

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Segundo o jornalista e produtor cultural Jamerson de Lima, a ideia de criar o Toca o Terror surgiu de forma despretensiosa. “Na realidade reunimos amigos que tinham o interesse pela temática e começamos a produzir conteúdos que falavam sobre zumbis, monstros e inúmeros temas ligados ao terror. A partir daí, tivemos a iniciativa de gravar podcasts, criar o blog e traçar novas oportunidades no cenário que escolhemos”, lembra, em conversa com o LeiaJá.


De acordo com Osvaldo Neto, uma das conquistas mais relevantes do projeto foi a exibição de filmes do gênero na capital pernambucana. “Muitos momentos foram indispensáveis para o Toca, mas a exibição de filmes, através de mostras, indiscutivelmente, foi uma das mais importantes porque ganhou notoriedade e espaço em grandes festivais como o Janela Internacional de Cinema e o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), nos quais fomos convidados a participar”, conta.

Atualmente, o Toca o Terror mantém dois projetos: o Cine Clube, com exibições mensais no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) e o Medonho, festival que acontece anualmente no Cine Majestick, na Boa Vista. Para Jota Bosco, outro integrante do Toca, “Graças aos projetos, as pessoas já conseguem enxergar a possibilidade fazer filme de terror, mesmo tendo que ser um pouco ‘MacGyver’, devido à pouca grana e, além disso, ter que assumir o cinema de guerrilha, com uma câmera na mão, muitas ideias e amigos”, fala, satisfeito.

Foi a partir dessa percepção que o Toca o Terror lançou o seu primeiro trabalho roteirizado e produzido pela própria equipe, Domingos. O curta metragem, de 12 minutos, lançado em 2015, conta a história de um rapaz que tem uma vida rotineira, mas que durante uma noite é surpreendido com a visita da colega de trabalho Rosinha, que acaba descobrindo que Domingos possui um segredo terrível.

Para fazer o filme, o Toca contou com a colaboração financeira de amigos, que foi capitalizada através de uma plataforma de Crowdfunding, no qual o grupo conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 6 mil para produção e finalização do curta. “Preferimos recorrer à colaboração dos amigos e conhecidos. Até porque, se fossemos atrás de incentivos, com toda a certeza, iria demorar bastante e correria o risco de nem começar”, enfatiza Bosco, que não descarta a possibilidade de fazer um longa nos próximos anos.

Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, Jota destacou o crescimento da produção cinematográfica do gênero, porém apontou também que ainda há muito preconceito dos trabalhos nacionais e locais. Assista à entrevista em vídeo:

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Um fenômeno bastante rentável para as bilheterias de cinema é a produção de filmes que fazem paródias de grandes sucessos das telonas. Algumas vezes, a produção ganha tanta repercussão que novas sequências desses filmes são feitas. Um desses casos é o filme Inatividade Paranormal 2, que chega aos cinemas nesta quinta (24). 

O primeiro Inatividade Paranormal, lançado em 2013, foi um sucesso no Brasil. O filme brinca com sucessos do gênero terror como Atividade Paranormal, Filha do Mal e O Último Exorcismo. Já sua sequência faz paródias dos filmes Invocação do Mal e Sobrenatural: Capítulo 2. O elenco do segundo longa continua o mesmo, com Marlon Wayans, Essence Atkins e Cedric The Entertainer, acrescentando agora a atriz Jaime Pressly.

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As paródias de filmes são fenômenos dos anos 80 e 90, mas foi no início dos anos 2000 que esse tipo de comédia ganhou ascensão com Todo Mundo em Pânico. O primeiro filme da franquia arrecadou nada mais que US$ 278 milhões, algo impressionante para uma produção que custou US$ 19 milhões. Logo depois, nasceram outras sequências de Todo Mundo em Pânico, estagnando, atualmente, com o volume 5.

Outras paródias também são feitas além do gênero terror. Um exemplo do fenômeno é a comédia A Saga Molusco-Amanhecer, que tem como base a adaptação cinematográfica da saga Crepúsculo

No Brasil, o fenômeno é recente. Paródias com filmes terror ainda não foram feitas, até porque o cinema brasileiro tem poucas produções nesse gênero. Em 2013, foi lançado Totalmente Inocentes, com Fábio Porchat no elenco. O filme faz diversas referências ao filme Tropa de Elite, mas não fez tanto sucesso. O destaque fica por conta de Copa de Elite, que estreou na quinta-feira (17), e faz paródias de diversos sucessos brasileiros como Minha Mãe é uma Peça, Chico Xavier e De Pernas pro Ar.

Acostumado com comédias, o público brasileiro tem a chance de conferir uma das raras produções do gênero terror genuinamente canarinha. Quando eu era vivo é um thriller psicológico, sem vilão e mocinho, mas aborda, sobretudo, a relação entre pai e filho. O novo filme de Marco Dutra (Trabalhar Cansa) homenageia o horror e tem Antonio Fagundes e Sandy Leah no elenco.

Júnior (Marat Descartes) acaba de enfrentar um divórcio e está desempregado. Sozinho, o rapaz se refugia na casa do pai Sênior (Antonio Fagundes), que divide o apartamento com Bruna (Sandy Leah), uma estudante de música. Quando retorna ao local onde viveu a infância, Júnior se incomoda com a mudança da casa. No filme, esse momento pode ser visto através de uma bela sequência fotográfica dos cômodos do local. Para evitar lembranças do passado, o pai havia escondido todos os objetos da falecida mulher. Mas com a volta do filho, as memórias voltam a amedrontar o personagem de Fagundes.

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O suspense é presente em todo o filme. Dutra insere o efeito através de uma trilha sonora instrumental, que oscila entre a calmaria e a agitação de um piano. A câmera também se torna um bom recurso. Dutra dá preferência a planos fechados em detalhes dos personagens e do cenário. O horror também é uma característica da trama, que teve roteiro baseado no livro A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli (O cheiro do ralo). Com imagens macabras feitas em vídeos caseiros, o passado retorna ao presente de Júnior, que acaba apresentando sintomas de loucura com tantas lembranças.

A grande sacada de Dutra foi trazer ao filme certas crenças que dividem opiniões entre os brasileiros. O roteiro ganha uma benzedeira e uma mãe que possui fé em imagens de cera, gerando um ocultismo durante todo o filme. Amante do horror, Dutra faz referência a clássicos do gênero como O Iluminado, livro de Stephen King que ganhou adaptação cinematográfica de Stanley Kubrick. Até mesmo o boneco Fofão aparece em cena. 

A atuação também surpreende. Marat Descartes comanda a insanidade do filme. Em oscilações de humor do personagem Júnior, o ator mostra todo seu talento como protagonista. Conhecido por seus papeis nas novelas da Globo, Antonio Fagundes retorna às telonas mostrando todo seu talento como ator. 

Sandy talvez seja a verdadeira surpresa do longa. Cantora e atriz, a artista carrega um símbolo de inocência entre as gerações dos anos 1990 e 2000. Com papéis de mocinha em novela e seriado, a atriz mostra que pode falar palavrão, “dar uma amaço” no carro, e até ser o símbolo sexual do filme. A escolha da atriz não foi à toa. A personagem Bruna também canta na trama, aliás, as músicas não aparecem como pano de fundo. Elas fazem parte do ocultismo por trás da história.

Com um final inteligente e sensível, Quando eu era vivo se torna uma das marcas do thriller psicológico brasileiro. Por ter um conhecimento vasto no terror, o diretor Marco Dutra desenvolve uma boa história. Sem falar na sua qualidade técnica por trás das câmeras, que é perceptível em todo filme.

 

 

 

 

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