'Coletivo Pernambuco' quer o fim dos atrasos de cachês
Grupo foi formado por Nena Queiroga e Marrom Brasileiro, entre outros, para reivindicar por esta e outras necessidades da classe artística
Artistas pernambucanos estão juntando forças para pleitear, junto ao poder público, antigas reivindicações no sentido de melhorar as oportunidades e condições de trabalho para a classe artística. Nesta segunda (27), Nena Queiroga, Marrom Brasileiro, André Rio, Rominho e Maestro Forró, entre outros, apresentaram o Coletivo Pernambuco, grupo formado por estes e outros 11 cantores e cantoras com o objetivo de sanar algumas dificuldades da classe.
Em coletiva de imprensa, os músicos apresentaram o projeto - que iniciou com uma comissão formada pela cantora Nena Queiroga, em 2012 -, e explicaram quais as pautas do, agora, Coletivo Pernambuco: “A cultura é de todo mundo, a gente tem que cuidar. Tudo que a gente pleiteia é para toda nossa classe”, disse Nena, que será a homenageada do Carnaval do Recife no ano de 2018. André Rio acrescentou: “Se a gente deixar como anda, nossa vida cultural do jeito que está, a gente vai ter dificuldade de colocar nossa mensagem que é a de um Pernambuco Forte.”
Dentre as reivindicações do Coletivo Pernambuco estão uma maior valorização dos artistas do estado, reajuste dos cachês praticados e o pagamento destes dentro dos prazos estipulados, discussão de editais e publicação das grades dos eventos culturais, além de melhoria nas cláusulas dos contratos, hoje, segundo a classe, feitas de maneira unilateral. Segundo os artistas presentes na coletiva, como Karyna Spinelli e Rominho, do grupo Som da Terra, algumas conquistas já foram alcançadas como a abertura do diálogo com a gestão municipal, reuniões com o Ministério Público de Pernambuco e Tribunal de Contas e, também, com o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry. O grupo está, agora, à espera de um encontro com o governador Paulo Câmara e com o secretário de turismo do estado, Felipe Carreras.
Contando ainda com nomes como Nonô Germano, Maestro SPok e ALmir Rouche, que não puderem estar presentes nesta segunda (27), o coletivo se mostrou otimista e garantiu que o propósito é deixar um legado de melhores condições para as próximas gerações de artistas. “A gente quer voltar a ter uma autoestima, para que o público não olhe mais para o artista com pena”, disse Nena. Também confiante, o cantor Marrom Brasileiro pontuou: “Se acontecer ‘tudo’ amanhã, partiu da junção desses artistas em prol de toda a classe artística. E se ‘nada’ acontecer, pode ficar certo que não foi porque não fizemos nada”.