Em carta divulgada nesta sexta-feira (24), 15 artistas pernambucanos reivindicam melhorias na política cultural do Estado. Entre os pontos levantados, músicos e cantores da cena local pedem maior valorização da classe, definição de cachês e revisão da política com relação aos prazos para pagamento. Assinam a carta Almir Rouche, André Rio, Dudu Alves (Quinteto Violado), Ed Carlos, Gerlane Lops, Gustavo Travassos, Karyna Spinelli, Luciano Magno, Maestro Forró, Maestro Spok, Marrom Brasileiro, Nena Queiroga, Nonô Germano, Rominho (Som da Terra), Sérgio Andrade (Banda de Pau e Corda) e Valéria Moraes (Coral Edgard Moraes). Confira o comunicado:
COLETIVO PERNAMBUCO, UMA LUTA DE TODOS
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Artistas pernambucanos se reúnem para discutir melhorias e cobrar avanços na política cultural do estado.
Empenhados nos ensinamentos com base no legado deixado por ícones como: Capiba, Nélson Ferreira, Luiz Gonzaga, Dona Santa, Sr. Luís de França, Dona Juraci da Tribo Canindé, dentre tantos outros mestres que assim como eles fizeram com que sua arte se eternizasse com o passar do tempo, proporcionando que este legado pudesse chegar aos ouvidos e aos corações das novas gerações através das suas músicas, acreditamos que, como partícipes do atual contexto cultural pernambucano também poderão reproduzir o nosso momento para as futuras gerações. Para que isso aconteça, acreditamos que com a abertura de mais espaços para os artistas pernambucanos nas programações festivas oficiais do estado, poderemos, da mesma forma, transmitir o nosso legado e forjar cada vez mais uma maior platéia e atingir profundamente os ouvidos e os corações do grande público, que é o nosso maior propósito.
É muito evidente o sentimento de orgulho extremo que o povo pernambucano alimenta por suas raízes culturais. Qual o pernambucano que não se orgulha de bater no peito e dizer: eu sou da Terra do Frevo, do Maracatu, dos Caboclinhos, do Baião de Gonzaga e muito mais, onde se faz o maior e melhor Carnaval do Brasil? Dessa forma, estamos querendo através do nosso trabalho, que esse orgulho de sermos pernambucanos, esteja mais evidente e presente nos gestos de todos nós e que perdure, se perpetue.
Assim, imbuídos do nosso desejo de ver nossa cultura no ápice que ela merece, viveremos e lutaremos dia a dia trabalhando fortemente pelo empoderamento cultural da musica do nosso estado, carregando sempre conosco o espírito de Pernambucanidade que a todos nos orgulha e envaidece.
Isso posto, apresentamos o Coletivo Pernambuco, grupo formado por artistas pernambucanos, tem por objetivo agregar toda a classe artística pernambucana do segmento da música, na luta por demandas históricas já, há muito, reivindicadas pela classe, na busca de melhores oportunidades e condições de trabalho. Inerente ao seu objeto constitutivo, o grupo pretende expandir o espaço de integração, para que, cada vez mais, artistas possam discutir, refletir sobre propostas e elaborar estratégias para atingir os principais objetivos que interessam à classe musical de Pernambuco.
Atualmente, o grupo tem em sua formação uma significativa e representativa participação de artistas que muito tem contribuído com a Cultura de Pernambuco ao longo dos anos, como: Almir Rouche, André Rio, Dudu Alves (Quinteto Violado), Ed Carlos, Gerlane Lops, Gustavo Travassos, Karyna Spinelli, Luciano Magno, Maestro Forró, Maestro Spok, Marrom Brasileiro, Nena Queiroga, Nonô Germano, Rominho (Som da Terra), Sérgio Andrade (Banda de Pau e Corda) e Valéria Moraes (Coral Edgard Moraes). Apostando na máxima de que a união faz a força, o grupo pretende buscar caminhos concretos para verem atendidas suas pautas de reivindicações. Entre as principais demandas em questão, destacam-se:
1 - Maior valorização dos artistas que trabalham com a Cultura Musical Pernambucana, objetivando maior inserção dos mesmos nas grades oficiais de todos os eventos realizados nos ciclos festivos, por todo o ano.
2 – Definir critérios para atualização dos cachês praticados, tendo em vista que os mesmos encontram-se, há muito, defasados e sem qualquer atualização, por falta de mecanismos preestabelecidos.
3 - Revisão da política de prazos de pagamento dos cachês aos artistas. Hoje, os constantes atrasos no pagamento desses cachês estão não só impedindo os artistas de honrar com seus compromissos financeiros do dia a dia, como também inviabilizando os necessários e indispensáveis investimentos nas suas carreiras artísticas. Como salienta o grupo, esses atrasos, em muitos casos, estendem-se até por meses.
4 - Demora na divulgação da programação dos ciclos festivos.
5 - Melhoria na formatação das cláusulas contratuais. No modelo atual, só existem penalidades por descumprimento do termo de contrato para uma das partes, ou seja, para o contratado, o artista. De acordo com o grupo, fica desproporcional esta condição, visto que inexiste qualquer penalidade para o contratante, o órgão gestor do contrato, quer seja ele da esfera estadual ou municipal.
O Coletivo Pernambuco entende que, nos últimos anos, houve significativos avanços na política da gestão do Poder Público com a classe, mas ainda há muito a se fazer e progredir, para que, de fato, haja uma solidificação e maior valorização da nossa real e plural música pernambucana e dos seus verdadeiros representantes. Por tudo isso, o Coletivo Pernambuco acredita que um novo tempo para a classe artística pernambucana será construído a várias mãos e que todas as demandas serão definitivamente atendidas e resolvidas de forma satisfatória com a união de todos.