Coletivo da Paraíba tem atividades proibidas pela polícia

Integrantes do Maracastelo reclamam de "perseguição". Uma das abordagens policiais foi transmitida ao vivo pelo Facebook

por Paula Brasileiro qua, 28/03/2018 - 18:13
Reprodução/Facebook Integrantes do Maracastelo acreditam estar sofrendo "perseguição" Reprodução/Facebook

Criado em 2015, o coletivo Maracastelo de João Pessoa, trabalha para difundir a cultura afro-brasileira através de oficinas de maracatu de baque virado, entre outras. No último sábado (24), o grupo foi impedido de realizar seu ensaio, no bairro de Castelo Branco, na capital paraibana, tendo sido advertido pela Polícia Militar. A abordagem foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Maracastelo e gerou indignação em alguns internautas.

Segundo Angela Gaeta, uma das coordenadoras do grupo, esta não foi a primeira vez que o Maracastelo teve seu ensaio impedido: "No primeiro dia fomos abordados pela polícia falando sobre a Lei do Silêncio. O cara (policial) já chegou falando que eu poderia ser presa, que eles poderiam apreender nosso instrumentos e poderíamos receber uma multa de até R$ 10 mil". Angela conta que ambas as abordagens foram feitas por cerca de 11 policias vindos em três viaturas. Os dois ensaios interrompidos aconteciam na Escola Cidadã Integral e Técnica João Goulart, entre as 16h30 e 19h30, sendo a última meia hora reservada para uma roda de diálogo.

O Maracastelo tornou-se, em 2018, Ponto de Cultura e, em parceria com a direção da escola João Goulart, iniciou os ensaios na instituição no início de março. Antes, as atividades aconteciam na Associação de Moradores do bairro, onde eles também tiveram problemas: "A gente descobriu que o local estava fechado mas com CNPJ ativo, a pressão política começou a ser pesada porque a gente chamou muita atenção para o espaço e começamos a exigir que ele fosse usado com função social. A pressão politica foi muita e a gente saiu de lá em junho de 2017", explica Angela.

Mas, apesar da mudança de endereço, Gaeta acredita que o grupo está sofrendo uma espécie de "perseguição": "O policial Vasconcelos, que nos abordou, está ligado ao pessoal da Associação que já fazia uma perseguição contra nós. Passamos seis meses fora e agora que voltamos, qualquer coisa que a gente faz o cara já chega reprimindo mesmo. Uma coisa é você ver na abordagem uma reclamação, outra coisa é quando você vê que há uma repressão".

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