“Corpo Opaco” marca estreia de Flávio Nassar na poesia
Lançado na Livraria da Fox, em Belém, livro trata de temas universais e funde linguagens escrita e visual com tecnologia
O primeiro livro de poesias do escritor, urbanista e professor Flávio Nassar nasceu por acidente. Desde que escreveu “O armagedon na cidade do Pará e a polêmica ressurreição do Engolecobra”, em 2001, o autor buscava inspiração para um novo romance. “Apesar de inúmeras tentativas, não consegui me convencer do que estava fazendo. Então mudei de ideia e, como leio muita poesia, comecei a me arvorar por esse caminho. Comecei a escrever uma coisa ou outra, até que o livro ficou pronto”, relata Nassar.
Intitulado “Corpo Opaco”, lançado na quinta-feira, na Livraria da Fox, em Belém, a obra trabalha a criatividade não apenas na escolha de palavras, mas também na estética de apresentação dos textos. O escritor, que também assina o projeto gráfico, criou uma tipografia exclusiva e ilustrações em forma de QR Code para marcar cada um dos seis capítulos do livro.
“O QR Code por si só já trabalha com a linguagem de branco e preto, essas duas cores antagônicas. As minhas ilustrações acabaram tendo uma terceira cor, que é o vermelho, um pouco inspirado no grafismo dos poetas concretistas russos”, explica o autor.
A maior parte dos poemas reunidos no livro foi escrita entre 2016 e 2018. Entre os temas explorados há reflexões sobre a condição humana, a ocupação de cidades, o momento brasileiro nos últimos cinco anos e a própria literatura a partir do sentimento do autor.
Apesar da variedade de temas, Flávio Nassar ressalta que os textos não possuem referências regionalistas. “Tentei fugir ao máximo de referências como Ver-o-Peso, tacacá, pirarucu. Tentei escrever um texto que não chega a ser universal, mas foge do regionalismo. A única poesia que vai dar uma dica do lugar de onde eu sou é uma que cita Santa Maria de Belém, mas em um contexto que tem a ver com qualquer cidade”, conta.
Lançado sob o selo da editora 7Letras, “Corpo Opaco” tem direção de arte de Mirtes Morbach e editoração de Calazans Souza. A apresentação da obra é assinada por Pedro Pinho, professor de literatura brasileira da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os escritores Vicente Cecim e Caco Ishark assinam os textos na orelha da edição física. A obra já pode ser adquirida no site www.7letras.com.br.
Flávio Nassar é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (FAU-UFPA). Também é coordenador do Fórum Landi, entidade de caráter internacional que reúne estudiosos brasileiros, portugueses e italianos interessados no estudo da realidade amazônica no século XVIII. Além de sua produção acadêmica, escreveu o romance “O armagedon na cidade do Pará e a polêmica ressurreição do Engolecobra” (2001), além de diversos artigos publicados em jornais e revistas.
Da assessoria da editora.