Fãs de Felipe Prior ameaçam advogada do caso de estupro
Jurista tem recebido mensagens e ligações anônimas e alega que fanbase do ex-BBB é violenta e insistente
A criminalista Maira Pinheiro, que há quase quatro anos está à frente do caso de estupro no qual o arquiteto e ex-BBB Felipe Antoniazzi Prior foi condenado pelo crime sexual, tornou públicas algumas das mensagens de ódio e ameaças que tem recebido nas redes sociais, desde que se tornou representante da vítima. “Vagabunda” e “vadia” fazem parte dos xingamentos deixados pelos fãs do empresário, que se tornou famoso após a passagem pelo Big Brother Brasil 2020.
“Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide”, disse a advogada em entrevista ao G1, que recebeu a nova denúncia com exclusividade.
Mensagens diretas com xingamentos no Instagram da criminalista
Arquivo Pessoal
O teor das ameaças ficou mais violento desde que a denúncia contra Prior voltou a ter repercussão, na última semana. O empresário foi condenado pela Justiça de São Paulo a seis anos de reclusão pelo crime de estupro. A decisão de primeira instância definiu o regime inicial de cumprimento de pena como semiaberto, e ele poderá recorrer em liberdade. Ele foi condenado por um crime ocorrido em 2014. Os advogados de Prior pretendem entrar com um recurso de apelação ao TJSP.
As advogadas da vítima informaram que o condenado foi denunciado por outras três mulheres. Os delitos teriam acontecido em 2015, 2016 e 2018 — o arquiteto se tornou réu em um deles e é investigado nos outros dois. Desde então, as redes sociais da criminalista Maira Pinheiro têm sido bombardeadas por novos comentários, mensagens diretas e até ligações anônimas.
“Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegaram a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático”, continuou.
Algumas das palavras usadas para definir a advogada foram vagabunda, bandida, pilantra, rata, nojenta, segundo prints divulgados. A criminalista ainda garantiu que os profissionais homens que trabalharam com ela no caso não passaram pelos mesmos episódios.
Após a condenação, Prior publicou uma nota nas redes sociais dizendo ser inocente e que vai recorrer da decisão. Os comentários da postagem foram limitados e apenas os de apoio foram mantidos.