Políticos fazem festa para homenagear Marín em Brasília
Na véspera da abertura da Copa das Confederações, José Maria Marín viveu uma noite de unanimidade em Brasília. No Bar do Alemão, restaurante do ex-deputado Celso Russomanno (PRB) às margens do Lago Paranoá e a poucos metros do Palácio da Alvorada (residência oficial da presidência), o presidente da CBF e seu vice, Marco Polo Del Nero, foram homenageados pelo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), com a Ordem do Mérito de Brasília. Cerca de 500 convidados participaram da festa, entre deputados, governadores e cartolas.
O cenário em nada lembrava uma cerimônia solene e, em meio a petiscos e bebidas de boteco, Marín usou seu discurso para afagar o governo federal e convocar o Brasil a "dar as mãos, independentemente das diferenças políticas e das siglas partidárias". Embora sua relação com a presidente Dilma Rousseff seja apenas protocolar, Marin afirmou existir "uma perfeita integração entre a CBF, o COL (Comitê Organizador Local), o governo federal e os governo estaduais."
Entretanto, chamou a atenção à ausência do nome da presidente em todos os discursos da noite. "Hoje é sobre futebol e não sobre política", afirmou Marin. Marco Maia, deputado e ex-presidente da Câmara, também discursou, lembrando o empenho de Lula para a realização da Copa no Brasil: "Se não fosse a decisão do governo federal, representado pelo presidente Lula de ter cerrado fileiras junto com a CBF, não estaríamos realizando esse evento".
Marco Polo Del Nero, candidato à sucessão de Marin, foi engrandecido pelo presidente que o chamou de "irmão" e, em seu discurso, o presidente da federação paulista rememorou o hino da Copa de 70: "Para frente Brasil" foi a frase usada por ele, para finalizar sua fala, seguida de aplausos.
A festa foi marcada por trocas de elogios e presentes. Depois de receber as honrarias do Governador, Marin presenteou Agnelo Queiroz com o primeiro "pin" de ouro da CBF e com uma camiseta assinada por todos os jogadores da Seleção. "Essa homenagem que recebo é de um valor muito grande, porque representa o pensamento, a grande caixa de ressonância dessa cidade", afirmou o presidente da CBF ao governador.
Apesar de acontecer no mesmo dia em que representantes do MST montaram barricadas em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, o protesto foi ignorado. Solenemente.
Os cartolas permaneceram no local noite adentro. Os primeiros convidados começaram só a ir embora depois da 1h30 da manhã. Foi apenas o esquenta para a abertura da Copa das Confederações, neste sábado, com o jogo entre Brasil e Japão, às 16 horas, no Estádio Nacional (Mané Garrincha).