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Libertado da prisão antes do fim da pena por ser do grupo de risco do novo coronavírus, José Maria Marin chegou na manhã deste domingo (5) no Brasil. O ex-presidente da CBF, de 87 anos, desembarcou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas.

Ele estava preso desde o fim de maio de 2015, inicialmente na Suíça e depois nos Estados Unidos (parte da prisão foi domiciliar), onde foi condenado por corrupção. Assim, ficou cerca de cinco anos afastado do País.

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O ex-dirigente conseguiu durante a semana o direito à liberdade antes do cumprimento total da pena de quatro anos a que fora condenado. Em sua decisão, a juíza Pamela K. Chen listou entre os motivos para soltar o brasileiro a sua "idade avançada, saúde significativamente deteriorada, risco de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de covid-19, status de crime não violento e cumprimento de 80% de sua sentença original".

Marin estava detido em uma penitenciária federal de Allenwood, na Pensilvânia junto a outros 1.300 presos. Ele foi condenado pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF, de 2012 a 2015, acusado de ter recebido U$ 6,5 milhões (mais de R$ 34,7 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Libertadores, Copa do Brasil e Copa América.

A Justiça dos EUA condenou Marin a pagar US$ 1,2 milhão (R$ 6,4 milhões) e confiscou mais US$ 3,3 milhões (R$ 17,6 milhões) do brasileiro. Já a Fifa baniu Marin do futebol e aplicou multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 5,5 milhões).

Após conseguir na Justiça dos Estados Unidos o direito à liberdade antes do cumprimento total da pena de quatro anos a que fora condenado, o ex-presidente da CBF José Maria Marin aguarda os últimos trâmites burocráticos para deixar a prisão e pegar o primeiro voo disponível rumo ao Brasil, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Aos 87 anos e com a saúde debilitada, o ex-dirigente está detido em uma penitenciária federal de segurança baixa em Allenwood, no interior do estado da Pensilvânia, e na última segunda-feira (30) viu a juíza Pamela K. Chen acatar pedido de soltura feito pelos seus advogados em meio à pandemia do novo coronavírus.

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De volta ao Brasil, o Estado apurou que Marin vai morar com a mulher, Neusa, em um apartamento no bairro de Cerqueira César, na zona de sul de São Paulo. O imóvel tem cerca de 140 metros quadrados.

Antes, os dois moraram por mais de duas décadas em um apartamento nos Jardins, também na zona sul da capital paulista, de 609 metros quadrados e cinco vagas de garagem. O imóvel foi vendido em julho de 2018 por R$ 7,6 milhões. O dinheiro foi usado para pagar despesas com advogados, dívidas processuais e multas nos Estados Unidos.

Entre os motivos listados pela juíza Pamela K. Chen para aceitar que Marin saísse da cadeia agora estão a sua "idade avançada, saúde significativamente deteriorada, risco de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de covid-19, status de crime não violento e cumprimento de 80% de sua sentença original".

Ao todo, mais de 160 mil pessoas foram diagnosticadas com a covid-19 nos Estados Unidos. Cadeias estão relatando uma propagação acelerada da doença e, por isso, detentos foram libertados antes do término de suas penas. Em Allenwood estão 1.300 presos.

Marin deixará a prisão dois anos e quatro meses depois de ter sido condenado pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF. Antes, em 2015, ele já havia ficado detido na Suíça e em prisão domiciliar em Nova York acusado de ter recebido U$ 6,5 milhões (mais de R$ 32 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América.

A Justiça dos Estados Unidos condenou Marin a pagar US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões) e confiscou mais US$ 3,3 milhões (R$ 16 milhões) do brasileiro. Já a Fifa baniu Marin do futebol e ainda aplicou multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 5,4 milhões).

Preso em 2015 na Suíça, Marin vendeu além do apartamento onde morava com a mulher um prédio comercial na rua Colômbia, no Jardim América, por R$ 18,1 milhões, e um casarão localizado no Jardim Europa por R$ 11,5 milhões. A mansão estava em terreno de 2.600 metros quadrados, possuía dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros.

Durante os quase cinco anos em que esteve fora do Brasil depois de ter sido preso na Suíça, Marin se desfez no período de um patrimônio imobiliário avaliado em R$ 37 milhões. Os imóveis foram adquiridos em mais de três décadas, quando Marin foi governador do Estado de São Paulo, além de presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e da CBF.

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin ganhou a liberdade em meio à pandemia de coronavírus. O ex-dirigente brasileiro estava detido em uma prisão federal dos Estados Unidos, mas recebeu nesta segunda-feira uma sentença favorável, que o liberta da cadeia antes do cumprimento do período total de sua pena.

Marin foi condenado a quatro anos de prisão em agosto de 2018 por sua participação em um esquema de corrupção, no qual recebia subornos em acordos pela negociação dos direitos de transmissão e de marketing de torneios de futebol.

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A juíza Pamela K. Chen anunciou sua decisão um dia depois de os advogados de Marin entrarem com uma moção de emergência solicitando a redução da sentença do ex-presidente da CBF, que completará 88 anos em 6 de maio.

Chen citou "sua idade avançada, saúde significativamente deteriorada, risco de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de Covid-19, status de crime não violento e cumprimento de 80% de sua sentença original" entre os motivos de sua decisão.

Marin está na Instituição Correcional Federal de Allenwood, na Pensilvânia, e estava programado para ser posto em liberdade em 9 de dezembro. Ele foi governador de São Paulo de maio de 1982 a março de 1983 e presidiu a CBF de março de 2012 a abril de 2015. Ele também presidiu o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

O ex-dirigente foi preso em maio de 2015, quando iria participar de um congresso da Fifa em Zurique. Marin, então, foi extraditado para os EUA em novembro, libertado sob fiança e morava em um apartamento da Trump Tower enquanto aguardava julgamento.

Os promotores alegaram que Marin recebeu US$ 6,6 milhões (aproximadamente R$ 34,2 milhões, na cotação atual) em subornos. Um júri o condenou em dezembro de 2017 por três acusações de conspiração fraudulenta, duas de conspiração para lavagem de dinheiro e uma de conspiração para extorsão, crimes relacionados à Copa América, Copa Libertadores e Copa do Brasil.

A sentença de prisão foi definida por Chen em agosto de 2018. Além disso, no âmbito esportivo, Marin foi banido do futebol pela Fifa em abril de 2019 e multado em 1 milhão de francos suíços (R$ 5,4 milhões).

O ex-presidente da CBF José Maria Marin se desfez nos últimos dois anos de um patrimônio imobiliário adquirido em mais de três décadas para conseguir pagar despesas com advogados, dívidas processuais e multas nos Estados Unidos. Com as vendas, ele arrecadou R$ 37 milhões.

O ex-governador de São Paulo está preso na penitenciária de Allenwood, nos Estados Unidos, condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF, de 2012 a 2015. Ele teria recebido U$ 6,5 milhões (R$ 25,3 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. Marin nega os crimes.

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Quando foi preso, em maio de 2015, na Suíça, ele tinha quatro imóveis registrados em seu nome na cidade de São Paulo. Hoje, possui apenas uma sala comercial na Avenida Paulista, de acordo com registros em cartórios obtidos pelo Estado. Os advogados de Marin confirmam as transações, mas só se pronunciarão após os recursos apresentados pelo brasileiro serem julgados na corte americana.

Entre fevereiro de 2017 e dezembro de 2018, o ex-dirigente, de 86 anos, vendeu três imóveis (um apartamento, um casarão e um prédio comercial) e arrecadou R$ 37 milhões com os negócios. Boa parte do dinheiro foi usada para pagar multas relacionadas ao processo aberto contra o dirigente nos EUA.

Em agosto do ano passado, por exemplo, a juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, de Nova York, condenou Marin a pagar US$ 1,2 milhão (R$ 4,6 milhões) e confiscou US$ 3,35 milhões (R$ 13 milhões) do brasileiro. Em novembro, ele teve de devolver US$ 137,5 mil (R$ 529 mil) para a Conmebol e a Fifa. Na última segunda-feira, a Fifa baniu Marin de qualquer atividade relacionada ao futebol e aplicou multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,8 milhões).

Para pagar as contas, o cartola vem se desfazendo de bens. O último e mais valioso imóvel vendido por ele foi um prédio comercial na Rua Colômbia, no Jardim América, região com um dos metros quadrados mais caros do País. Em dezembro do ano passado, o ex-dirigente vendeu o local por R$ 18,1 milhões. O prédio comercial havia sido comprado por Marin em maio de 1983, poucos dias depois de ele ter deixado o governo do Estado de São Paulo.

Antes, em julho de 2018, o ex-dirigente já havia vendido o apartamento onde morou por mais de duas décadas com a mulher Neuza Augusta Barroso Marin, na rua Padre João Manoel, no bairro de Cerqueira César. O imóvel, de 609m² e com cinco vagas de garagem, foi negociado por R$ 7,6 milhões.

O primeiro imóvel vendido por Marin após sua prisão foi um casarão localizado no Jardim Europa por R$ 11,5 milhões, em fevereiro de 2017, conforme o Estado revelou na ocasião. A mansão estava em terreno de 2.600m², possuía dois andares, 12 salas, dez banheiros e estacionamento para 30 carros.

O casarão havia sido comprada por Marin em 2014. O ex-presidente da CBF pagou R$ 13,5 milhões. Ele a registrou em nome da JMN Empreendimentos e Participações, empresa criada para administrar os bens da família. A mansão foi um mau negócio para o cartola. Ele acumulou mais de R$ 2 milhões de prejuízo com o imóvel. Além de ter vendido por um preço menor do que pagou na compra, somente de IPTU ele gastava quase R$ 200 mil por ano.

Em 2015, quando já estava preso nos EUA, Marin deixou a sociedade da JMN Empreendimentos e Participações. Permaneceram como proprietários sua mulher e o filho Marcus Vinícius Marin. O dirigente banido tentou, com a manobra, se proteger de uma possível tentativa da Justiça americana de pedir o confisco e o bloqueio de seus bens e contas no Brasil.

Mesmo preso, Marin recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo de R$ 20.257,80 por mês, referentes à pensão parlamentar da extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas. Recebe desde 1987.

O Comitê de Ética da Federação Internacional de Futebol (Fifa) considerou o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, culpado por recebimento de propina. Com isso, nesta segunda-feira (15) ele foi banido de qualquer atividade relacionada ao futebol pelo resto de sua vida. Marin está preso nos Estados Unidos desde 2017.

A Fifa também impôs uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,2 milhões). Segundo a Fifa, Marin, ex-governador de São Paulo de 1982 a 1983, foi notificado hoje (15), data a partir da qual começam a valer as sanções.

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Segundo a federação, Marin se envolveu em diversos esquemas de pagamento de propina de 2012 a 2015, em relação a contratos com empresas de mídia e marketing de direitos de transmissão de eventos esportivos da CBF, da Confederação Sul-Americana (Conmebol) e da Confederação das Américas Central, do Norte e Caribe (Concacaf).

 Outro ex-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, já tinha recebido as mesmas punições em abril de 2018, pelas mesmas irregularidades.

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Mesmo preso nos Estados Unidos, o ex-presidente da CBF José Maria Marin recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 por mês - com os descontos e impostos, sobraram líquidos para o ex-dirigente R$ 14.914,56 no mês de dezembro.

O valor refere-se à pensão parlamentar da extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas. Marin foi deputado estadual por dois mandatos, de 1971 a 1979. Também foi governador do Estado por dez meses, entre 1982 e 1983. O ex-presidente da CBF contribuiu por 16 anos, de 1971 a 1987. Ele recebe a pensão há quase 32 anos, desde o dia 16 de março de 1987. O valor da pensão é reajustado na mesma proporção dos deputados estaduais em mandato. Em 2012, por exemplo, Marin recebia R$ 16.033,00 por mês.

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Ao ser condenado à prisão em agosto do ano passado pela Corte Federal do Brooklyn, nos Estados Unidos, o ex-cartola teve US$ 3,35 milhões (R$ 12,2 milhões na cotação atual) confiscados e foi multado em US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 4,3 milhões).

Marin ainda foi condenado em novembro a devolver US$ 137.532,60 (R$ 500 mil) para a Conmebol e a Fifa. Desse montante, US$ 118 mil (R$ 430,8 mil) são referentes à entidade sul-americano e US$ 19.532,60 (R$ 71,2 mil) à Fifa.

Para conseguir arcar com todas as despesas e pagar advogados no Brasil e nos EUA, Marin tem vendido bens adquiridos no período em que presidiu a CBF, como uma mansão no Jardim Europa comprada por R$ 13,5 milhões em 2014 e passada para frente três anos depois por R$ 11,5 milhões.

Acostumado com o conforto do seu apartamento de 600 metros quadrados nos Jardins, zona nobre de São Paulo, e com hotéis luxuosos, o ex-presidente da CBF José Maria Marin tem convivido com uma realidade bem diferente na penitenciária federal de Allenwood, nos Estados Unidos. Transferido em outubro da Metropolitan Detention Center, cadeia no Brooklyn, em Nova York, onde passou dez meses, para o presídio de segurança baixa localizado em uma pequena cidade no interior do estado da Pensilvânia, o ex-cartola passou a ter acesso a serviços como biblioteca e programas educativos, mas continua submetido a uma rígida rotina imposta pelos agentes do sistema prisional norte-americano.

Aos 86 anos, Marin ganhou o direito de deixar a Metropolitan Detention Center - chamada por advogados de "depósito humano" por causa da condições dadas aos presos - devido principalmente à idade avançada e por não oferecer risco de fuga. Isso, no entanto, não significa que em Allenwood ele tenha privilégios.

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O Estado conversou com pessoas próximas a Marin e teve acesso a documentos que detalham não só como o brasileiro tem passado os últimos quatro meses, mas a lista de deveres e obrigações dele dentro da cadeia. Condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF, de 2012 a 2015, Marin teria recebido U$ 6,5 milhões (R$ 23,7 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. Ele nega.

Em Allenwood, Marin acorda todas os dias às 5h da manhã, quando os agentes penitenciários passam nas celas para fazer a contagem dos presos. A partir das 6h, o café da manhã começa a ser servido. Quem não acordar no horário estipulado ou não deixar a cela "de forma organizada" está sujeito a medidas disciplinares.

A cama tem de estar arrumada com lençol, cobertor e travesseiro até 7h30, no máximo. Às 10h, o ex-presidente da CBF tem de ficar "quieto" e em pé dentro da cela, para uma nova contagem dos presos. Às 10h45, vai para o almoço. Às 16h, mais uma vez Marin tem de estar em pé na cela para outra conferência de detentos. Na sequência, vem o jantar.

Dentro do refeitório, as regras são rígidas. As mesas não podem ser reservadas, por exemplo, colocando casacos ou roupas nas cadeiras. A acomodação é por ordem de chegada. Na fila do bandejão, o preso não pode se servir em nenhuma hipótese e tem de esperar que os funcionários do presídio coloquem a comida no seu prato. Depois de sair do refeitório, o detento não poderá entrar novamente no espaço "por qualquer motivo". Também é proibido retirar frutas ou qualquer item do restaurante.

Marin é obrigado a usar o tempo todo um cartão preso a um cordão em volta do pescoço com seus dados de identificação. Só pode tirar o crachá quando estiver dentro da cela. O seu número de inscrição no sistema prisional norte-americano é 86356-053.

Outra obrigação é o uso de uniforme com uma importante observação: a camisa deve ficar dentro da calça, exceto quando Marin estiver no ginásio ou no pátio. Mas, por causa do inverno rigoroso que tem castigado Allenwood, com temperaturas entre -15ºC e -20ºC, o ginásio e a sala de musculação só devem reabrir em maio, quando não estiver mais tão frio.

A previsão é de que Marin fique ao menos mais dois anos e meio em Allenwood e ganhe a liberdade em junho de 2021, quando terá 89 anos - seu aniversário é no dia 6 de maio. Nos Estados Unidos, não existe progressão da pena para os regimes semiaberto e aberto para cidadãos estrangeiros não residentes. Assim, a expectativa dos advogados de defesa de Marin é reduzir a pena por bom comportamento e também porque o ex-cartola ficou 13 meses detido (na Suíça e em Nova York) antes do anúncio da sua sentença, em agosto do ano passado. Não entra nesta conta o período de mais de um ano em que o brasileiro cumpriu prisão domiciliar em seu apartamento localizado na 5.ª Avenida, no arranha-céu Trump Tower, numa das regiões mais valorizadas de Nova York. Durante esse período, ele podia sair até sete vezes por semana de casa, desde que permanecesse dentro de um raio de até duas milhas (o equivalente a 3,2 quilômetros) de seu apartamento e usasse tornozeleira eletrônica.

Na prisão de Allenwood, cabe a Marin manter a sua cela com "um alto nível de saneamento", "limpa e ordenada". Isso significa varrer o chão todos os dias e esvaziar a lata de lixo. As celas no presídio são padrão, com uma escrivaninha e um armário. Todos os pertences pessoais de Marin tem de ficar guardados nas gavetas.

Não é permitido nenhum item pendurado nas paredes ou no teto. Quem montar prateleiras dentro do armário, adicionando ganchos, por exemplo, ou mudar a decoração da cela é punido.

O dia de Marin em Allenwood termina às 22h. Novamente o ex-presidente da CBF tem de ficar "quieto" e em pé dentro da cela para a última contagem antes de dormir. Às 5h do dia seguinte, a rotina recomeça infalivelmente.

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol(2012-2015), José Maria Marin, foi condenado nesta quarta-feira (22) a uma pena de quatro anos de prisão e uma multa de mais de US$1,2 milhão. Além disso, ele terá US$3,3 milhões de bens confiscados, informaram as autoridades dos Estados Unidos.

Marin foi julgado pela juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, no distrito leste de Nova York, após ter sido, em dezembro de 2017, considerado culpado em seis de sete acusações.

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O cartola foi condenado por três crimes de fraude, ligados à Copa América, à Libertadores e à Copa do Brasil; por dois de lavagem de dinheiro, relativos à Copa América e à Libertadores; e um por organização criminosa.

O Ministério Público dos Estados Unidos havia pedido uma pena de 10 anos de prisão, além de uma multa de pelo menos R$26 milhões, por alegar que Marin usou mais de US$150 milhões em prejuízo com seus atos. Na ocasião, a defesa de Marin alegou que a culpa do cartola foi exagerada e sua avançada idade e estado de saúde são razões para uma pena não tão alta. O ex-presidente da CBF, de 86 anos de idade, está atualmente em prisão domiciliar, em Nova York.

No julgamento, o Departamento de Estado norte-americano disponibilizou diversas provas detalhadas, como testemunhos de ex-executivos de TV, extratos bancários, gastos em cartões de crédito. Além disso, os documentos relatam a participação do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero.

Entenda o caso: Marin foi condenado por receber US$ 6,5 milhões em propinas ligadas a contratos de transmissão televisiva e marketing relativos à Copa do Brasil, à Copa América e à Libertadores. O caso foi julgado nos EUA porque Marin usou o sistema bancário norte-americano para movimentar o dinheiro.

Essa é a primeira vez na história que um ex-comandante do futebol brasileiro é condenado pela Justiça. O também ex-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, suspenso pela Fifa, e o ex-mandatário da entidade Ricardo Teixeira também foram indiciados, mas o Brasil não extradita seus cidadãos, e portanto nunca responderam ao processo. 

Da Ansa

Os advogados do ex-presidente da CBF José Maria Marin vão recorrer da decisão da corte de Nova York, caso a sentença que será anunciada nesta quarta-feira contra o ex-cartola inclua um período extenso de prisão ou uma pesada multa. A juíza americana Pamela Chan vai anunciar a sentença contra o brasileiro, já condenado por seis crimes e prejuízos milionários ao futebol.

A estratégia de defesa é recorrer à Corte de Apelação e, ao mesmo tempo, pedir que Marin aguarde a decisão em prisão domiciliar, valendo-se do fato de possuir um apartamento em Nova York e de ter demonstrado, entre 2015 e 2017, que não existiria risco de fuga. Assim, o objetivo é prolongar ao máximo uma decisão final, garantindo ao brasileiro mais tempo em sua própria residência. De acordo com sua defesa, o cenário de aceitar a culpa nos crimes denunciados, como fizeram os demais ex-cartolas presos pelo FBI, está descartado.

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O Estado apurou com pessoas próximas a Marin que sua idade é um fator que tem pesado. A segregação teria deixado sequelas em um homem de 86 anos e que, mesmo no dia da humilhação da seleção pela Alemanha por 7 a 1 em 2014, foi obrigado a tomar remédios para aguentar o choque. Marin tem sido consultado pelo serviço de saúde da prisão nas proximidades de Nova York. Ele também tem sido medicado, diante de seus problemas de hipertensão arterial.

Vestido com um uniforme laranja, ele é um preso como qualquer outro no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn. Detido no local desde dezembro de 2017, ele não conta com privilégios, as visitas são raras e se limitam aos seus advogados de defesa. Prestes a saber seu destino, o ex-presidente da CBF e ex-governador foi abandonado pela cúpula da CBF e, por instruções suas, pediu que sua mulher não o visite.

A questão da idade e o estado de saúde foram os argumentos usados pela própria promotoria americana para pedir uma sentença menor. Em documentos enviados à corte, eles alertam que seus crimes teriam de ser punidos por uma sentença de 24 anos. Mas admitem que o período seja reduzido para dez anos. Em troca, os promotores querem a aplicação de uma multa de R$ 26 milhões (R$ 103 milhões), duas vezes o valor da propina que ele recebeu.

Seus advogados usam a carta da saúde e a idade para tentar uma liberação imediata, mesmo diante da condenação. Além disso, dizem que uma multa não poderia passar de US$ 2 milhões (R$ 7,9 milhões). Para eles, Marin já cumpriu sua pena, diante dos cinco meses detidos na Suíça e outros oito em Nova York, além de mais de um ano em prisão domiciliar em seu apartamento na cidade norte-americana. A exposição midiática de sua prisão também seria um argumento para tentar convencer a juíza de que ele já foi devidamente penalizado.

Por outro lado, os americanos avisam que a sentença deve ser exemplar, mesmo diante dos 86 anos de Marin. Caso contrário, a mensagem que estaria sendo passada aos demais cartolas é de que o crime no futebol compensa.

Espelho da disparidade social que existe nos EUA, a prisão tem uma importante população de filhos de imigrantes latino-americanos e asiáticos. Ainda assim, a defesa de Marin afirma que um dos aspectos que deve ser levado em conta é o fato de ele não falar inglês e, portanto, estar ainda mais isolado. Com o número de registro # 86356053, suas ligações telefônicas são reguladas e a internet, proibida.

Mas o isolamento vai além. Pelas ordens determinadas pela Justiça americana, Marin não pode ter contato com outros indiciados no escândalo de corrupção da Fifa. Isso, portanto, inclui dois de seus maiores aliados: Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, o dirigente que colocou o ex-governador no cargo de presidente da CBF em 2012.

Já no julgamento em dezembro de 2017 ficou claro o afastamento entre Del Nero e Marin. Sentando no banco dos réus, o ex-governador deliberadamente acusou Del Nero de ser o organizador da propina. Numa carta enviada nesta semana à corte, Marin voltou a reforçar a tese de que ele teria apenas um "papel perfunctório" na estrutura de poder da CBF. Mas a promotoria deixou claro que ele chegou à presidência "com a mão estendida para as propinas".

Sem a presença de seus antigos aliados, Marin também vive uma distância em relação à família. Sua esposa, que passou meses ao seu lado em Nova York durante a prisão domiciliar, não realizou visitas frequentes.

Se a juíza optar por uma punição severa nesta quarta-feira, não há garantias de que Marin continue na mesma prisão, já que uma parcela importante dos detentos no local apenas aguarda suas sentenças ou a conclusão de julgamentos.

O Ministério Público dos Estados Unidos pede uma pena de 10 anos de prisão a José Maria Marin, condenado no final de 2017 por corrupção por um tribunal em Nova York. Os procuradores ainda querem que o ex-cartola brasileiro restitua o dinheiro que ele desviou. Sua sentença será anunciada na próxima quarta-feira, dia 22, pela juíza Pamela Chan.

José Maria Marin foi condenado por seis crimes, envolvendo propinas de US$ 6,5 milhões. Mas seus advogados, em carta ao tribunal, solicitam que ele seja solto "imediatamente" e que o tempo que ele esteve em prisões na Suíça desde 2015 e nos Estados Unidos já teriam cumprido a função de o penalizar. Pela lei norte-americana, poderia pegar até 24 anos de prisão.

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O caso ainda envolve milhões de dólares e os procuradores insistem que o brasileiro também deve pagar uma "multa substancial". Apresentando-se como vítimas, a Fifa, Conmebol e Concacaf querem recuperar pelo menos US$ 120 milhões de José Maria Marin, o ex-presidente da CBF, e outros condenados no esquema de corrupção do futebol. As entidades agora acusam seus ex-líderes de ter causado um "dano irreparável" às instituições.

Conforme o Estado antecipou, apesar de também ter sido fraudada, a CBF abriu mão de solicitar qualquer tipo de reparação, mesmo que esteja provado que ela foi prejudicada por seus líderes. Procurada, a entidade brasileira que ainda vive sob a influência de dirigentes indiciados optou por não se pronunciar.

A Justiça norte-americana já reuniu o equivalente a US$ 300 milhões e congelou outros US$ 100 milhões, depois de receber multas e outros pagamentos por parte dos diferentes acusados de corrupção no futebol. Agora, as entidades esportivas mundiais querem aproveitar a condenação de José Maria Marin para justificar a devolução do dinheiro, alegando que foram vítimas desses cartolas.

Para a Fifa, "Marin abusou de forma grosseira de sua posição de confiança na comunidade do futebol para se enriquecer, enquanto causava dano para a Fifa e seus membros". "O dano causado por Marin e pelos demais conspiradores não pode ser menosprezado", escreveu. "Marin conspirou para fraudar a Fifa, ao aceitar pagamentos ilícitos", insistiram os advogados, que indicaram que o brasileiro "violou repetidamente" as regras da entidade.

A Fifa, portanto, quer recuperar cerca de US$ 97 mil em gastos que teve com viagens e salários ao brasileiro entre 2012 e 2014. Isso inclui o pagamento de US$ 17 mil que a entidade teve com o dirigente durante a Copa do Mundo no Brasil. A entidade também quer que José Maria Marin pague pelos custos de advogados, no valor de US$ 125 mil, apenas durante os dias do julgamento, no final de 2017.

A defesa preparada pela Fifa ao longo de três anos ainda custou um total de US$ 28 milhões em honorários para advogados, valor que a Fifa também quer recuperar. Para a entidade, o dinheiro deve ser devolvido, já que José Maria Marin não agiu de forma "honesta" enquanto serviu a Fifa. "Marin participou de uma campanha de corrupção sem precedentes", disse.

Na avaliação da Fifa, José Maria Marin "fracassou espetacularmente" em agir de forma ética e, junto com os demais cartolas, comprometeram os "fundamentos da Fifa".

Para a Conmebol, o brasileiro causou um "dano "significativo" para a entidade e ela deveria receber como restituição pelo menos US$ 94 milhões. Isso incluiria os US$ 6,5 milhões desviados, mas também as perdas com seus salários, gastos de US$ 8 milhões com advogados e "possivelmente milhões" de dólares em perda de renda. Um dos valores não determinados ainda seria a quantia que torneios como Copa América e Copa Libertadores poderiam ter rendido aos cofres oficiais se esquemas corruptos não tivessem sido estabelecidos na venda de direitos de TV.

De acordo com a entidade sul-americana, José Maria Marin impediu que a Conmebol usasse os recursos para "desenvolver o futebol".

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin pediu a anulação do seu julgamento nos Estados Unidos e que um novo processo seja instaurado. Em dezembro, ele foi condenado por seis crimes por uma corte de Nova York e, desde então, aguarda sua sentença em uma prisão americana. Agora, ele insiste à Justiça dos EUA que deve ser inocentado ou que, pelo menos, um novo processo seja realizado.

O argumento do brasileiro é de que os promotores que apresentaram a acusação não mostraram provas concretas de que ele teria de fato recebido dinheiro em troca de contratos com empresas de televisão e marketing. O Ministério Público americano o acusa de ter recebido US$ 6,5 milhões (aproximadamente R$ 20,8 milhões, na cotação atual) em propinas, em troca de contratos para eventos como a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil.

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Para convencer o júri, os promotores levaram à corte diferentes testemunhas. Todas indicaram como teriam recebido do brasileiro pedidos específicos por propinas. Os mesmos empresários ainda apontaram como o então vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também fazia parte do esquema, chegando a solicitar até mesmo um aumento no valor cobrado da propina. Foram essas informações que levaram a Fifa a o afastar do futebol de forma temporária, enquanto o caso é investigado.

Mas, para os advogados de Marin, não existe prova de que um pagamento tenha sido retribuído com os contratos. Portanto, a relação criminosa não seria estabelecida.

Outro argumento usado por Marin se refere ao uso de provas. De acordo com seus advogados, documentos do empresário Kleber Leite, apontando como um dos supostos responsáveis pelas propinas, teriam sido usados de forma ilegal. Nos dias seguintes à prisões de dirigentes da Fifa, em maio de 2015, a Polícia Federal realizou uma operação nos escritório de Leite, no Rio. Poucos meses depois, uma juíza decidiu que o Brasil não poderia cooperar com a Justiça americana, em sentença que passou a ser questionada pela Procuradoria-Geral da República.

Com 85 anos, o brasileiro aguarda o dia 4 de abril para saber sua sentença definitiva. Enquanto isso, está em uma prisão do Brooklyn. Marin não foi o único a pedir a anulação de seu julgamento. Os advogados de Juan Napout, ex-presidente da Conmebol, também apresentaram o mesmo pedido, depois que seu cliente foi também condenado no mesmo processo que envolvia o brasileiro.

No caso de Napout, seu argumento principal é de que a principal testemunha do caso - o empresário argentino Alejandro Burzaco - mentiu. Durante as audiências, entre novembro e dezembro, o executivo indicou que esteve em outubro de 2014 no Paraguai, justamente para negociar a suposta propina com Napout e Del Nero.

Para tentar provar isso, os advogados apresentaram documentos do voo e da imigração citados pelo executivo. Mas, na ficha das autoridades aeroportuárias, Burzaco não apareceria como um dos viajantes em um avião que, de fato, levava vários cartolas argentinos para Assunção. Ele aparece apenas em uma declaração da imigração paraguaia, apontando sua entrada no país uma só vez em 2014. Mas apenas no mês de dezembro.

A juíza do caso, Pamela Chen, já havia alertado em dezembro que não iria considerar as teses de um novo julgamento com base nos argumentos de Napout. Mas se ficar provado que Burzaco mentiu, seu testemunho seria anulado e o processo poderia ganhar novos contornos. O executivo, porém, perderia todos os benefícios que negociou em uma delação premiada com a Justiça norte-americana.

A juíza Pamela Chen, da Corte do Brooklin, marcou para 4 de abril a divulgação da sentença de José Maria Marin. O ex-presidente da CBF foi condenado por crimes como fraude financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa e está preso desde 22 de dezembro no Centro Metropolitano de Detenção, também no distrito do Brooklin, em Nova York, nos Estados Unidos.

José Maria Marin pode ser condenado a até 120 anos de prisão. Mas em função de sua idade avançada, a pena deverá ser menor. A própria juíza Pamela Chen, ao final do julgamento que durou cerca de seis semanas, disse que pelos seus cálculos ele ficará no mínimo 10 anos na cadeia.

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O ex-presidente da CBF foi considerado culpado na última sessão da Corte antes do Natal. Ele foi acusado de sete crimes: conspiração para recebimento de dinheiro ilícito, conspiração para fraude relativa à Libertadores, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa Libertadores, conspiração para fraude relativa à Copa do Brasil, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa do Brasil, conspiração para fraude relativa à Copa América e conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa América. Ele só foi inocentado da acusação de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil.

José Maria Marin é acusado ainda de ter recebido US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 21,6 milhões na cotação atual) desde que assumiu o comando da entidade, em 2012.

O ex-presidente da CBF José Maria Marin, de 85 anos, foi condenado nesta sexta-feira na Corte do Distrito Leste de Nova York, nos Estados Unidos. A pena ainda não foi imposta pela juíza Pamela Chen, o que deve acontecer somente depois do Natal. Junto com o brasileiro, outro cartola também foi condenado: Juan Angel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa. Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, ainda não teve o veredicto de sue caso anunciado.

O trio responde a 13 denúncias, transformadas em 7 acusações. Há três semanas, o júri norte-americano, composto por 12 pessoas, delibera sobre o assunto depois de ouvir acusações e defesas dos réus. O cartola brasileiro e seus pares cumprem prisão domiciliar em Nova York. Todos eles estavam no tribunal nesta sexta-feira.

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Marin foi condenado na última sessão do tribunal antes do Natal, embora não haja semana de recesso na Corte dos EUA. Ele era acusado de sete crimes: conspiração para recebimento de dinheiro ilícito, conspiração para fraude relativa à Libertadores, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Libertadores, conspiração para fraude relativa à Copa do Brasil, conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa do Brasil, conspiração para fraude relativa à Copa América e conspiração para lavagem de dinheiro relativa à Copa América. A Justiça dos EUA o acusou formalmente de ter recebido US$ 6,5 milhões desde que assumiu o cargo em 2012.

Na decisão desta sexta em Nova York, o jurado considerou Marin culpado em seis das sete acusações. O dirigente brasileiro foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro da Copa do Brasil. Juan Angel Napout foi considerado culpado em três das cinco acusações.

Quando José Maria Marin foi surpreendido pela polícia em seu luxuoso quarto de hotel, em Zurique, no dia 27 de maio de 2015, recebeu uma recomendação dos agentes que o levaram: a mala que estava preparando era pequena demais. "Faça uma mala maior. Existe o risco de que isso não termine muito cedo", disse um deles.

Eles sabiam do que falavam. Eram 6h10 da manhã daquela primavera europeia. Não houve chute na porta ou algemas. No luxuoso hotel Baur au Lac de Zurique, uma operação da polícia suíça daria início a uma revolução no futebol, com a prisão de alguns dos mais poderosos dirigentes do esporte em cooperação com o FBI.

Dois anos e meio depois, 41 cartolas foram indiciados e mais de uma dezena de federações viram seus presidentes serem presos por corrupção. No total, a Justiça norte-americana já aplicou mais de US$ 190 milhões em multas. A Fifa, bilionária, foi obrigada a se refundar para não desaparecer e gastou US$ 60 milhões apenas com advogados.

Mas se Marin foi condenado, o julgamento e acordos de delação premiada mostraram de forma inédita as "entranhas do futebol brasileiro", com revelações sobre como sede de Copas foram compradas, como jogos foram arranjados e como um sistema criminoso penetrou no futebol.

Para investigadores envolvidos no caso, a condenação debilita Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que tinham conseguido evitar uma prisão. Em ambos os casos citados diante do tribunal, a interpretação é de que eles também foram em parte julgados em suas ausências e que, para a Justiça brasileira, ficará cada vez mais difícil justificar a inexistência de um processo.

Oficialmente, o único condenado por enquanto entre os cartolas brasileiro é Marin, que herdou uma CBF de Ricardo Teixeira repleta de "acordos". Segundo as investigações, o ex-governador de São Paulo nada fez para acabar com a corrupção. De fato, ele a ampliou e, em apenas dois anos, recebeu mais de US$ 6,5 milhões em propinas relacionadas a Copa do Brasil, Libertadores e Copa América.

Marin se recusou a confessar seus crimes e, assim, passou seis meses preso em uma cadeia em Zurique. Acabou cedendo, em troca da garantia que ficaria em prisão domiciliar nos EUA.

Nesta semana, enquanto aguardava a deliberação do júri, Marin foi visto por pessoas que acompanhavam o processo comendo banana na cafeteria do tribunal, sem cerimônias. Ao longo dos últimos dois anos, ele foi obrigado a buscar mais de R$ 60 milhões em garantias de crédito para sua fiança, para pagar por sua segurança e por um pequeno batalhão de advogados na Suíça, EUA e Brasil.

Para investigadores que conversaram com o Estado, Marin era apenas o elo mais fraco do esquema na CBF. Seu julgamento, segundo esses investigadores, serviu, ainda assim, como uma grande vitrine para o que de fato é o futebol no Brasil: um assunto pessoal de alguns dirigentes.

Os efeitos, mesmo distantes, acabaram se concretizando inclusive para aqueles que conseguiram fugir.

Marco Polo Del Nero, depois de manobrar o estatuto da CBF, continuou a mandar na entidade. Mas foi afastado pela Fifa na semana passada, depois de gravações, evidências e testemunhas terem o apontado como receptor de US$ 6,5 milhões em propinas. Ainda que seus advogados garantam que ele vai se defender, na Fifa não existe qualquer predisposição a aceitar uma volta sua ao futebol.

Ricardo Teixeira, apontado como um dos artífices do esquema de corrupção em denúncias de outros cartolas presos, continua solto. Mas foram as investigações nos EUA que levaram a Espanha a abrir um processo que culminou na prisão de Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, e emitir uma ordem internacional de prisão contra o brasileiro. Foi também o processo que levou Monaco e a França a descobrir depósitos em seu nome, enquanto o cerco também se fecha na Suíça.

O julgamento também acabou revelando cúmplices do esquema montado por 30 anos na CBF. A Rede Globo foi citada como autora de pagamento de propinas, em troca de contratos e a Nike foi acusada de fazer parte de um esquema de propinas no patrocínio da seleção brasileira. Ambos negaram.

No Brasil, o processo nos EUA levou o Senado a instaurar a CPI do Futebol. Mas que teve seu trabalho bombardeado pela bancada da bola, que, nos bastidores, esvaziou o processo. O senador Romero Jucá, que responde a três processos no Supremo Tribunal Federal, foi escolhido como relator da CPI. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também atuou para garantir que Del Nero e Teixeira não fossem chamados a depor. Ele teve sua campanha eleitoral em parte financiada pela CBF.

Na América do Sul, renunciaram os presidentes das federações da Colômbia, Venezuela, Peru, Chile e Bolívia. Na América Central, caíram os caudilhos das federações da Costa Rica, Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Panamá. Argentinos, uruguaios e paraguaios também foram abalados. Na Fifa, Joseph Blatter, Michel Platini, Franz Beckenbauer e outros pilares do poder do futebol hoje fazem parte do passado.

No total, mais de 30 dirigentes admitiram culpa. Alguns chegaram a entregar o anel de noivado de sua mulher entre os itens da fiança. Pelo menos um dos citados cometeu suicídio, enquanto o esporte mais popular do planeta viu seus donos mudarem de mãos.

Uma eventual condenação dos dirigentes José Maria Marin, Juan Angel Napout e Manuel Burga no julgamento que está sendo realizado em Nova York pode influenciar a Fifa a também condenar Marco Polo del Nero, presidente da CBF, suspenso pelo Comitê de Ética da entidade por 90 dias na sexta-feira. Especialistas ouvidos pelo Estado apontam que os dois casos estão interligados.

"O julgamento a que estão sendo submetidos Marin, Naput e Burga nos EUA e as provas que foram ali apresentadas nas últimas semanas tiveram impacto decisivo na suspensão de Del Nero. Uma condenação dessas três pessoas no processo americano tende a respaldar fortemente uma possível sentença condenatória do Comitê de Ética da Fifa contra o Marco Polo del Nero", opinou o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em Direito Desportivo Internacional.

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Na sexta-feira (15), na Corte do Distrito Leste de Nova York, jurados iniciaram as deliberações para definir o futuro dos dirigentes. Os trabalhos serão retomados nesta segunda, mas não existe uma previsão sobre a data de divulgação do veredicto. Os advogados acreditam em uma definição até o fim desta semana.

Marin responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção feitas pelos promotores do governo dos Estados Unidos, sendo três delas relativas a lavagem de dinheiro. "Acredito em uma influência direta do julgamento de Nova York na suspensão de Del Nero e em todos os outros casos. Ele vai definir um parâmetro", defende o advogado Carlos Eduardo Ambiel.

RECURSO - Paralelamente, Marco Polo del Nero tem até terça-feira para apresentar um recurso no Comitê de Apelação da Fifa contra sua suspensão. Ele não precisará viajar até a Suíça para se defender. Desde 2015, o dirigente evita sair do Brasil com receio de ser preso pelas autoridades norte-americanas.

O recurso, no entanto, não tem efeito suspensivo, ou seja, ele continuará fora da CBF, e as investigações vão continuar. Del Nero divulgou nota em que desafia "qualquer pessoa, entidade, órgão de imprensa, investigador a comprovar que ele tenha recebido dinheiro ilegal."

Para voltar ao cargo na CBF, o dirigente teria de reverter a suspensão mediante um recurso no Comitê de Apelação da Fifa ou na Corte Arbitral do Esporte. Ou ainda ser absolvido na decisão de mérito do processo.

A definição da situação de Del Nero deve ocorrer antes da Copa. "Entendo que não é desejo da Fifa chegar ao Mundial sem haver uma resolução definitiva do caso", opina Carlezzo.

O argentino Alejandro Burzaco voltou nesta sexta-feira a comprometer o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no seu quarto dia de depoimento no processo da Justiça dos Estados Unidos contra ex-mandatário da entidade, José Maria Marin, preso desde 2015. O empresário disse ao júri, no Tribunal do Brooklin, em Nova York, que ambos se comportavam como "irmãos siameses", mas que era Del Nero que, de fato, dava as cartas na entidade.

"Eles sempre apareciam juntos na Conmebol. Mas o Del Nero era quem tomava as decisões enquanto o Marin se encarregava dos discursos. Seria como se Del Nero fosse o presidente e Marin, o rei", comparou Alejandro Burzaco em trecho do depoimento.

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A declaração do empresário argentino, ex-diretor da empresa Torneos y Competencias - que negociava direitos de transmissão de competições organizadas pela Conmebol -, e uma das principais testemunhas de acusação no processo contra Marin, vai ao encontro do que pretendem os advogados do ex-presidente da CBF - minimizar sua atuação à frente da entidade, tentando convencer os jurados dos Estados Unidos de que quem tomava as decisões era Del Nero.

Na última segunda-feira, ao falar no Tribunal do Brooklin, Charles Stillman, um dos advogados de Marin, disse que ele, enquanto esteve na CBF, era como uma criança, que servia apenas para completar o time, mas que não participava de fato do jogo.

Alejandro Burzaco, porém, afirmou, em depoimento anterior, ter pago US$ 2,7 milhões de propina a Marin. Disse também ter feito pagamentos a Ricardo Teixeira (US$ 600 mil/ano) e que Del Nero queria receber US$ 1,2 milhão a partir do momento que assumisse a presidência da CBF.

A defesa de Ricardo Teixeira não foi localizada. Marco Polo Del Nero já havia divulgado nota em que "nega, com indignação, que tivesse conhecimento de qualquer esquema de corrupção supostamente existente no âmbito das entidades de futebol" a que Alejandro Burzaco se referiu em audiência.

Começou na manhã desta segunda-feira o processo de escolha dos jurados que decidirão se o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, deve ou não ser condenado por acusações de vários crimes, como o de receber suborno em contratos de marketing da Copa do Brasil e de aceitar recursos ilegais de negociações de direitos de televisão de torneios da Copa América. "Esta semana será dedicada para a escolha de jurados. Temos insistido que nosso cliente não é culpado", comentou Júlio Barbosa, um dos advogados de Marin. O ex-presidente da CBF está em prisão domiciliar em Nova York há dois anos, onde espera seu julgamento.

Marin chegou por volta das 9 horas (horário local) na Corte do Distrito Leste de Nova York acompanhado de advogados. Ele mostrava-se tranquilo, acenou para os jornalistas e não deu declarações. Às 10h10, a juíza que vai presidir o julgamento, Pamela Chen, iniciou a sessão na qual apresentou os procedimentos que serão adotados nesta semana para a escolha de 12 jurados e cerca de seis suplentes, entre um grupo potencial de 240 candidatos.

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A juíza determinou que os trabalhos fossem retomados nesta quarta-feira às 10 horas, que contará com a presença de Marin e de outros dois acusados: Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, e Juan Angel Napout, ex-vice presidente da Fifa. O mais provável é que tal processo de seleção será encerrado na quinta. O julgamento está previsto para começar na próxima segunda-feira e pode durar seis semanas ou pouco mais, apontou Júlio Barbosa.

Ao sair do tribunal, Marin foi rodeado por uma faixa empunhada por Moisés Campos de Lima, ex-funcionário da CBF, e Valmir Alves Diniz, tenente da PM do Rio de Janeiro, que dizia em letras vermelhas em inglês: "EUA, Ajude-nos para prender os brasileiros corruptos da nossa administração do futebol. Cadeia neles". Enquanto José Maria Marin se dirigia para o carro, Moisés gritava que deveriam ser presos ele, Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e Marco Polo Del Nero, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

"Viemos para cá do Rio de Janeiro às nossas custas para protestar contra Marin", comentou Moisés. "Esperamos que ele seja punido severamente. Entregamos à juíza Pamela Chen um dossiê com informações do Ministério Público Federal na qual são apontados os mal feitos do senhor Marin", destacou. Moisés espera embarcar de volta para o Brasil nesta quinta-feira.

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin senta nesta segunda-feira (6) no banco dos réus do Tribunal do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos. O julgamento começa dois anos e meio depois de ele ter sido preso na Suíça. Marin é acusado de receber propinas em negociações de direitos de TV em edições da Copa América e ainda suborno em contratos da Copa do Brasil.

Marin diz ser inocente. Entre os 42 dirigentes ligados à Fifa acusados de fazer parte de um grande esquema de corrupção que teria movimentado US$ 200 milhões (R$ 662,7 milhôes) em vários países, somente o brasileiro, Manuel Burga (ex-presidente da Federação Peruana de Futebol) e o paraguaio Juan Ángel Napout (ex-presidente da Conmebol) ainda não se declararam culpados.

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Entre as acusações contra Marin está uma viagem feita pelo cartola em abril de 2014 a Miami, nos Estados Unidos, para participar de uma conferência de imprensa. Ele teria aproveitado para se reunir com J.Hawilla, dono da Traffic, para acertar pagamentos das propinas. Marin, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o atual comandante da entidade, Marco Polo Del Nero, teriam divididos R$ 2 milhões por ano de suborno da Traffic, que tinha os direitos de TV.

Nas últimas semanas, o Tribunal do Brooklyn anunciou duas sentenças contra dirigentes esportivos que servem de alerta para Marin. Ex-secretário-geral da Federação da Guatemala, Hector Trujillo foi condenado a oito meses de prisão e a pagar multa de US$ 415 mil (R$ 1,3 milhão). Já o ex-secretário-geral da Associação das Ilhas Cayman e ex-assessor da presidência da Concacaf, Costa Takkas, foi condenado a 15 meses de prisão. Terá de devolver US$ 3 milhões (R$ 9,9 milhões) à federação, juntamente com Jeffrey Webb, ex-vice da Fifa e ex-presidente da Concacaf.

Marin foi detido dia 27 de maio de 2015, em Zurique. Depois de cinco meses, foi extraditado aos Estados Unidos, onde, desde então, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na 5.ª Avenida, no arranha-céu Trump Tower, em uma das regiões mais valorizadas de Nova York.

A defesa de Marin passou os últimos dois anos tentando, em vão, enfraquecer a acusação. O dirigente pediu, por exemplo, à Justiça norte-americana a anulação da acusação de participação de "grupo conspiratório", o equivalente à formação de quadrilha no Brasil, o que agravaria a sua pena, e teve o recurso indeferido. Mais recentemente, reclamou de gravações usadas como provas contra ele.

Também questionou o anúncio de Stefan Szymanski, professor da Universidade de Michigan, como testemunha de acusação. Ex-presidente da Associação Europeia de Assuntos Econômicos do Esporte, Szymanski foi escolhido para falar sobre os efeitos da corrupção no futebol. Ele está impedido de conceder entrevistas e ter contato com pessoas interessadas no caso. "Não posso falar porque sou uma testemunha pericial do governo. Só posso falar depois que o julgamento acabar", informou Szymanski em breve contato com o jornal O Estado de S.Paulo.

Por enquanto, a única vitória de Marin foi ter conseguido autorização da Justiça para sair até sete vezes por semana do seu apartamento. Às segundas, quartas e sextas-feiras, ele vai à academia de ginástica do prédio para fazer exercícios físicos. Às terças, quintas, sábados e domingos, pode fazer compras, caminhar e ir à missa, desde que permaneça dentro de um raio de até duas milhas (o equivalente a 3,2 quilômetros) de seu apartamento e esteja acompanhado de um segurança. Todo o monitoramento eletrônico é feito por meio de tornozeleira e ele paga os custos de sua vigilância.

O ex-presidente CBF, de 85 anos, tem o hábito de ir a uma livraria perto do Central Park. Ele não fala inglês, mas tem compreensão geral do que lê. Ainda costuma ir a restaurantes nos arredores da 5.ª Avenida.

DEFESA - A linha de defesa do dirigente será dizer ao júri que ele presidiu a CBF por três anos (de março 2012 a abril de 2015), enquanto que a denúncia feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que o esquema de corrupção durou mais de duas décadas, a partir de 1991.

O brasileiro negará que confederações de vários países formavam uma organização criminosa. O seu argumento é que as entidades eram independentes e promoviam seus próprios torneios. A única competição organizada por mais de uma confederação foi a Copa América Centenário, realizada em 2016 nos Estados Unidos por Conmebol (América do Sul) e Concacaf (Américas Central e do Norte).

A defesa estima que o julgamento dure entre seis e oito semanas até que a Justiça anuncie a sua decisão. Assim, o caso pode terminar no fim de dezembro ou se arrastar até o início de 2018.

Para ajudar a pagar os custos de sua prisão domiciliar em Nova York e despesas com advogados, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, vendeu por R$ 11.550.000,00 uma mansão localizada no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres de São Paulo. O imóvel fica em um terreno de 2.600 metros quadrados e tem 818 metros quadrados de área útil. Possui dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros.

A nova proprietária da residência é a empresa Meta Administradora de Bens, especializada em empreendimentos de alto padrão. O negócio foi registrado no 4.º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo no último dia 22 de fevereiro.

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Apesar de a transação ter sido feita por R$ 11,5 milhões, o valor de referência do casarão de José Maria Marin é de R$ 24.945.754,00, mais do que o dobro do valor pago de acordo com a matrícula do imóvel. Procurada pelo Estado, a Meta não se pronunciou sobre o negócio.

A mansão foi comprada por José Maria Marin em 2014. O ex-presidente da CBF pagou por ela R$ 13,5 milhões. A casa estava registrada em nome da JMN Empreendimento e Participações, empresa criada pelo dirigente brasileiro para cuidar dos bens da família.

Em 2015, quando já estava preso nos Estados Unidos por corrupção no futebol, José Maria Marin deixou a sociedade da empresa. Permaneceram como proprietários apenas a sua mulher, Neuza Augusta Barroso Marin, e o filho Marcus Vinícius Marin. Com a manobra, o ex-presidente da CBF tentou se proteger de uma possível tentativa da Justiça norte-americana de pedir o confisco ou bloqueio de alguns de seus bens no Brasil.

José Maria Marin acumulou mais de R$ 2 milhões de prejuízo com o imóvel - além de ter vendido por um preço menor do que o pago há três anos, somente de IPTU ele gastava quase R$ 200 mil por ano. Em outubro do ano passado, o Estado revelou que o casarão estava desocupado e o dirigente o colocou para alugar por R$ 110 mil/mês.

Antes de José Maria Marin comprar o imóvel, funcionava no local uma clínica médica de oncologia. A mansão pertenceu à família Klabin Lafer (líder no setor de produção de papel no Brasil) e fica próxima ao MIS (Museu da Imagem e do Som).

RECURSOS - Preso em seu apartamento na Quinta Avenida, em Nova York, o dirigente de 85 anos tem buscado recursos no Brasil para arcar com os custos da vigilância imposta pela Justiça dos Estados Unidos, que inclui tornozeleira eletrônica e câmeras de segurança instaladas na porta de seu apartamento e em todas as saídas do prédio Trump Tower. Por mês, os seus gastos são superiores a R$ 200 mil.

O ex-presidente da CBF recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 relativa à extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas. José Maria Marin foi deputado estadual por dois mandatos, de 1971 a 1979. Também foi governador de São Paulo por 10 meses, entre 1982 e 1983.

José Maria Marin é acusado de ter cometido vários crimes, como o de receber propinas nas negociações de direitos de TV em edições da Copa América e suborno em contratos de comercialização e marketing da Copa do Brasil. Em abril de 2014, por exemplo, ele teria viajado para Miami, na Flórida, para participar de uma conferência de imprensa e teve uma reunião com J. Hawilla (dono da Traffic) para acertar os pagamentos das propinas.

O ex-presidente da CBF está em prisão domiciliar em Nova York desde 2015, à espera do julgamento, marcado para novembro deste ano. Ele obteve permissão para deixar o apartamento por até quatro dias da semana, mas não pode sair do raio de até duas milhas (3,2 quilômetros).

Após se dizerem frustrados com o parecer oficial do relator Romero Jucá (PMDB-RR) na CPI do Futebol, os senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentaram um relatório alternativo em que pedem o indiciamento de nove pessoas, entre elas os ex-cartolas da CBF, Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, além do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES). De acordo com o texto, há materialidade de crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, caixa dois, entre outros.

"Não podemos esconder um certo desapontamento por tudo que poderíamos ter feito e não foi permitido. A CPI foi limitada pelos inúmeros obstáculos articulados pelo lobby financeiro que sustenta os interesses da CBF, um dos maiores lobbys atuantes no Congresso Nacional", afirmou o senador Randolfe ao apresentar seu relatório.

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Randolfe acusou o relatório de Jucá de ser "chapa branca" e tratar de temas gerais do futebol, enquanto o objetivo central da CPI era a investigação de esquemas de corrupção. Jucá se defendeu e disse que essa não era uma competência da CPI. "Eu não me sinto à vontade. A CPI não indicia ninguém. Eu não vou ensinar ao Ministério Público o serviço dele", alegou.

Romário também rebateu Jucá e afirmou que a sugestão de indiciamento é sim um papel da CPI, que pode ou não ser acolhido pela Procuradoria Geral da República. De acordo com os senadores, o parecer com mais de mil páginas será encaminhado também para o Ministério Público, a Polícia Federal, outros órgãos de investigação e para a FIFA.

O relatório alternativo sugere que Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira sejam indiciados por estelionato, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e financeira. Del Nero e Marin acumulam ainda a acusação de organização criminosa. Del Nero e Teixeira foram acusados de crime eleitoral considerando envolvimento em episódios da Fifa e financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF, o conhecido "caixa 2". Por último, Marin recebeu ainda a acusação de falsidade ideológica.

Também fazem parte da lista de pedidos de indiciamento os vice-presidentes da CBF, Gustavo Dantas Feijó e Marcus Antônio Vicente, que é também deputado federal pelo PP, o ex-diretor financeiro da entidade, Antônio Osório Ribeiro Lopes, o diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes, além dos empresários Kleber Fonseca de Souza Leite e José Hawilla, este último, réu-confesso, denunciou os esquemas de corrupção ao FBI nos Estados Unidos em 2015.

PRÓXIMOS PASSOS - A CPI concedeu vista coletiva aos relatórios. Tanto o parecer oficial de Jucá, como o texto alternativo de Randolfe e Romário podem ser votados. A expectativa é que a CPI se reúna novamente na próxima semana para a análise dos pareceres, mas o próprio Romário considera que deve prevalecer o relatório oficial.

"Infelizmente, o nosso relatório agrada menos do que o relatório do Jucá em relação ao plenário da CPI, mas eu espero que esses senadores até lá tenham tempo para mudar de ideia", afirmou.

Confira as acusações feitas no relatório alternativo da CPI do Futebol:

MARCO POLO DEL NERO - Presidente da CBF

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro; organização criminosa; crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nas infrações penais listadas nos capítulos referentes à compra da sede da CBF; ao caso FIFA; e ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2).

GUSTAVO DANTAS FEIJÓ - Prefeito de Boca da Mata (AL)

Crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2).

ANTONIO OSÓRIO RIBEIRO LOPES DA COSTA - Ex-diretor financeiro

Estelionato; crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nas infrações penais relacionadas nos capítulos referentes à compra da sede da CBF; e ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF (caixa 2);

MARCUS ANTONIO VICENTE - Deputado federal (PP-ES)

Falsidade ideológica, considerando o seu envolvimento no ilícito penal apontado no capítulo referente ao acordo fraudulento juntado no Superior Tribunal de Justiça - STJ, ressalvada prerrogativa constitucional prevista no art. 102, inciso I, alínea b, da Constituição Federal de 1988;

JOSÉ HAWILLA - Empresário (preso nos EUA)

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro organização criminosa, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao caso FIFA.

KLEBER FONSECA DE SOUZA LEITE - Empresário

Estelionato; crime contra a ordem tributária; crime contra o Sistema Financeiro Nacional; lavagem de dinheiro; organização criminosa, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao caso FIFA.

CARLOS EUGÊNIO LOPES - Advogado da CBF

Falsidade ideológica, considerando o seu envolvimento no ilícito penal apontado no capítulo referente ao acordo fraudulento juntado no Superior Tribunal de Justiça - STJ.

Envolvido em um grande esquema de corrupção na Fifa e acusado de ter cometido vários crimes, como o de receber propinas nas negociações de direitos de TV, entre outros, em edições da Copa América e suborno em contratos da Copa do Brasil, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, completa nesta quinta-feira (3) um ano de prisão domiciliar em Nova York, após ficar 160 dias detido na Suíça.

Com início do julgamento nos Estados Unidos marcado para apenas novembro de 2017, o ex-dirigente tem levado uma vida "razoavelmente normal, dentro do possível", segundo pessoas próximas a ele. Isso porque Marin pode sair até sete vezes por semana do seu apartamento localizado na 5.ª Avenida, no arranha-céu Trump Tower, em uma das regiões mais valorizadas de Nova York.

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Às segundas, quartas e sextas-feiras, ele vai à academia de ginástica do prédio para fazer exercícios físicos. Às terças, quintas e sábados, das 12 horas às 17 horas, e aos domingos, das 12 horas às 18 horas, Marin está autorizado pela Justiça dos Estados Unidos a sair de sua residência para "comprar alimentos, acompanhar eventos religiosos e participar de atividades recreativas, como caminhadas". Tudo desde que permaneça dentro de um raio de até duas milhas (o equivalente a 3,2 quilômetros) de seu apartamento e esteja acompanhado de um segurança durante todo o trajeto.

O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso às solicitações de relaxamento da prisão domiciliar feitas à Corte de Nova York. Em um dos pedidos, datado de 20 de abril, a defesa diz que o objetivo da autorização para que ele saia de casa "é permitir que ele obtenha um pouco de ar fresco, areje a cabeça, ande com sua esposa (Neuza Augusta) e apenas seja uma pessoa". Marin tem 84 anos.

DISTRAÇÃO - Uma das atividades preferidas do ex-dirigente da CBF é ir a uma livraria que fica perto do Central Park. Mesmo morando há um ano nos Estados Unidos, ele não se comunica bem em inglês. Tem apenas "compreensão geral do que lê", de acordo com pessoas próximas. Ele, no entanto, gosta de se manter informado, apesar de preferir não falar sobre futebol.

Nos próximos dias, Marin deve entrar com um pedido na Justiça para que possa sair de casa sem a companhia de segurança, só com monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira. A justificativa é de que não há risco de fuga, já que o seu passaporte brasileiro está nas mãos das autoridades norte-americanas desde o ano passado.

O pedido também visa reduzir os custos da prisão domiciliar de Marin em Nova York, já que o ex-presidente da CBF tem de arcar com todos os custos de sua vigilância. O gasto inicial era de US$ 20 mil (R$ 63 mil) por semana, mas ele conseguiu, em março, acordo com a Justiça que o livrou da obrigação de ter um agente dentro do seu apartamento 24 horas por dia. Mesmo assim, Marin continua pagando a manutenção de câmeras de segurança instaladas na porta de seu apartamento e em todas as saídas do edifício Trump Tower.

No mês passado, a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que, para ajudar a bancar suas despesas em Nova York, o ex-cartola do futebol colocou para locação uma mansão em São Paulo comprada por ele em 2014. O aluguel do imóvel, localizado no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres da cidade, é de pelo menos R$ 110 mil por mês. O casarão fica em um terreno de 2.600 m² e tem 818 m² de área útil. Possui dois andares, 12 salas e 10 banheiros. A área externa tem estacionamento com capacidade para até 30 carros.

Marin pagou R$ 13,5 milhões pelo imóvel, cujo custo anual do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é de R$ 199,6 mil. A mansão está em nome da empresa JMN Empreendimento e Participações, constituída pelo dirigente para administrar seus bens.

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