'Pensando no futuro', Marin aciona Fifa por Diego Costa

A Confederação Brasileira de Futebol alegou que não se trata mais apenas do atacante Diego Costa, mas, sim, do precedente aberto que pode se repetir com outras revelações do País

qua, 30/10/2013 - 17:00

A briga da CBF para impedir que Diego Costa defenda a seleção da Espanha é mais profunda e não se trata de revanchismo pela decisão do atacante em recusar a convocação do Brasil, que será completada nesta quinta-feira para os amistosos contra Honduras e Chile. Pelo menos é o que atesta o presidente da entidade, José Maria Marin, que prometeu prosseguir no processo para que a Fifa valide a participação do jogador em dois amistosos com a seleção brasileira e proíba o jogador de atuar por outro país.

Destaque do Atlético de Madrid, o atacante sergipano recusou oficialmente na terça-feira a convocação de Luiz Felipe Scolari, antecipada na semana passada. Diego Costa tem nacionalidade espanhola e a predileção do técnico Vicente del Bosque, da Espanha. Nesta quarta, o jogador oficializou sua posição de defender o selecionado espanhol.

"O caso do Diego está superado. Apoiamos integralmente a decisão do Felipão (de não mais convocar o atacante). Mas nossa luta é uma preocupação mais ampla com o futuro da seleção brasileira", disse Marin, através de sua assessoria.

Segundo o presidente da CBF, a decisão da Fifa de aceitar a convocação do atacante pela Espanha cria um precedente perigoso. Seleções mais fracas e com dinheiro poderiam garimpar jogadores de outras nacionalidades, ainda que tenham disputado amistosos com suas seleções ou competições das categorias de base, com a oferta de vantagens financeiras para que se naturalizem e disputem campeonatos como as Eliminatórias e mesmo a Copa do Mundo por outros países.

"Não se trata de uma questão específica contra o Diego. Pensamos no futuro do futebol, principalmente da seleção brasileira", reforçou Marin. Em março, Costa foi convocado pelo Brasil e disputou alguns minutos dos amistosos contra Itália e Rússia. Mas a Fifa considera apenas jogos por competições adultas oficiais para impedir um atleta de defender duas seleções distintas.

A CBF argumenta em seu pleito na Fifa que tais amistosos servem para a confecção do ranking da própria entidade, com peso até mesmo no emparelhamento do sorteio para a Copa do Mundo, e que, portanto, deveriam ser considerados como jogos oficiais. Como última instância, se for derrotada na Fifa, a CBF pode levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Desde os jogos de março, Diego Costa não foi mais chamado por Felipão, que preferiu atletas como Jô (Atlético-MG) e Alexandre Pato (Corinthians). Com a certeza de que Del Bosque vai convocá-lo para a Espanha, o atacante optou por vestir o uniforme daquele país, onde está há seis anos.

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