Deficientes visuais encontram no judô forma de integração

Associação Souza Filho de Arte Marciais (Asfam), de Belém, apoia jovens com deficiência e os transforma em atletas

sex, 02/06/2017 - 11:18
Pâmela Gomes/Asfam Mequias Miranda ganhou duas medalhas em torneio Pâmela Gomes/Asfam

Atividades físicas são comprovadamente um fator de melhora na qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiências. Além disso, o esporte é uma grande ferramenta de inclusão social. O judô é referência quando se fala em deficientes no esporte. Foi a primeira competição de origem asiática a entrar no programa paralímpico e muitos atletas com deficiências encontram no judô um caminho para levar a vida como qualquer outro.

Algumas associações dão suporte para atletas com algum tipo de deficiência a ingressarem no judô. Umas dela é a Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam), que dá suporte para mais de 50 atletas com deficiências de todas as idades.

Reinaldo Ribeiro da Costa é técnico da Seleção Brasileira de base de judô e sensei da Asfam. Ele comenta sobre a importância do esporte na vida dessas pessoas. “Além da formação como um todo, podemos desenvolver várias habilidades motoras e aguçar outros sentidos. Levando para o lado social, é muito importante no processo de aprendizagem”, diz.

Mequias Miranda é um dos atletas que recebem ajuda da Asfam. Mequias é deficiente visual e conheceu o judô pela Associação Souza Filho. O judoca participou no mês passado do torneio Elmo Vieira e levou duas medalhas, enfrentando até mesmo atletas sem deficiência. Ele conta que deve muito desses resultados à sua academia. “A Asfam é o nosso suporte, foi lá que conheci o esporte e eu tenho orgulho de representar a academia. Na verdade eles são como uma família.”

Para torneios oficiais, as regras são praticamente as mesmas. No início da luta os dois lutadores devem segurar o quimono um do outro (o juiz da partida vai auxiliar o atletas nesse momento) e não podem mais largar. Caso eles se separem, a luta será interrompida. Outra diferença é que o lutador pode pisar fora do tatame.

O carro-chefe da academia da Asfam são os deficientes visuais. Ana Cecília Moreira Silva, presidente da associação, fala sobre o processo de adaptação desses novos alunos. “Quando um aluno com deficiência visual chega na nossa academia, a gente projeta um prazo de 90 dias para ele se adaptar. Nos preocupamos com a acessibilidade para ele chegar na academia para ele desenvolver um bom desempenho”, fala.

Esses lutadores ainda passam por muita dificuldade por falta de apoio. Mesmo com ajuda ainda falta bastante para um atleta manter a melhor condição física possível. No momento a Asfasm não está conseguindo acolher mais alunos por falta de recursos e pede para que empresários ajudem a Associação. “Não estamos conseguindo apoiar mais atletas por falta de incentivo e patrocínio. Fazemos um apelo para empresários para nos apoiar. Temos alguns parceiros como a Ascepa (Associação de Cegos do Pará) e também a Unama (Universidade da Amazônia), que nos ajuda com alunos de comunicação e fisioterapia”, comenta Ana Cecília.

Reinaldo da Costa explica o motivo de a Asfam acolher pessoas com deficiências. “A gente quer fazer diferente. Incluir. Entrar na praia deles. Quem precisa se adaptar somos nós. Mostramos para eles que eles tem serventia na sociedade.”

Facebook da Associação: https://www.facebook.com/profile.php?id=100004184678073

Informações da Assessoria de Comunicação da Asfam.

 

 

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