Del Potro desafia o jogo consistente de Nadal no US Open
Argentino tenta repetir a façanha de 2009 e chegar a mais uma final do Grand Slam norte-americano
A segunda semifinal da chave de simples do US Open tem tudo para ser um grande jogo. De um lado, o espanhol Rafael Nadal, campeão de 15 Grand Slams em toda a carreira e que voltou ao topo do ranking da ATP nas últimas semanas. Do outro, o argentino Juan Martín Del Potro, que tem um único título entre os quatro maiores torneios do circuito profissional - justamente o torneio em Nova York, local em que ele afirma "se sentir em casa".
Rafael Nadal e Juan Martin del Potro disputam a semifinal nesta sexta-feira, na quadra Arthur Ashe (a quadra central), em Flushing Meadows. Nas quartas de final, Juan Martin del Potro venceu o suíço Roger Federer por 3 sets a 1 em mais um jogo onde ele recebeu grande apoio dos torcedores - muitas vezes, o árbitro precisou pedir silêncio por conta da gigantesca festa, similar à feita pelos argentinos em estádios de futebol.
"Me sinto em casa jogando nessa quadra, jogar aqui me faz muito feliz. Me encanta ver a arquibancada me animando, como o fazem por Roger ou Rafa (Nadal). Espero que apoiem da mesma maneira na próxima partida", afirmou Delpo logo após vencer Federer. Na quadra, muitos argentinos levaram bandeiras do país e uma cena chamou a atenção - um torcedor com a camisa do Boca Juniors comemorando a vitória abraçado a outro que vestia a camisa do arquirrival River Plate.
Sobre o duelo contra Rafael Nadal, o argentino disse que vai estudar o que fazer em quadra até momentos antes do duelo. "Ele é o número 1 do mundo e está jogando com confiança este torneio. É canhoto, então pode achar meu backhand facilmente, não sei qual será minha estratégia. Com certeza vou tentar fazer winners no meu forehand e não correr muito, pois minhas pernas estão cansadas".
A vitória de Juan Martin del Potro em cima de Roger Federer também serviu para muitos argentinos criticarem a seleção de futebol do país, que ocupa a quinta posição nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Mário Kempes, campeão mundial em 1978, escreveu em seu Twitter que "se pelo menos dois ou três jogadores tivessem a garra de Del Potro, a seleção argentina não estaria sendo criticada da maneira que está sendo".
Rafael Nadal, que nas quartas de final venceu por 3 sets a 0 o jovem russo Andrey Rublev, considerado uma das maiores promessas do tênis mundial, já enfrentou Juan Martin del Potro em 13 ocasiões - venceu oito partidas e perdeu cinco. O espanhol elogiou muito o rival argentino. "Juan Martín é um grande jogador. Quando ele está jogando bem, é difícil vencê-lo. O forehand dele é provavelmente o golpe o mais rápido do circuito", disse o espanhol.
"Para vencer, precisarei jogar o meu melhor tênis, preciso estar muito concentrado em meu saque e ser agressivo porque se você deixar Delpo jogar de boas posições com seu forehand, você está morto", complementou Rafael Nadal, que perdeu no duelo mais recente, no ano passado, na semifinal do torneio olímpico de tênis dos Jogos do Rio-2016.
Na outra semifinal, o sul-africano Kevin Anderson, número 28 do mundo, enfrenta o espanhol Pablo Carreño Busta, 12.º . Os dois jogadores estão bem ranqueados, mas têm popularidade bem menor do que Rafael Nadal e Juan Martin del Potro.