Após incêndio em comunidade, moradores pedem doações

Famílias foram direcionadas a abrigos e casas de parentes

por Jorge Cosme qui, 04/02/2016 - 15:44

Após uma manhã desesperadora na Comunidade Via Mangue, dentro da Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Norte da capital, moradores pedem doações. Na quarta-feira (3), um incêndio de grandes proporções atingiu os barracos da localidade e muitas famílias conseguiram salvar apenas a roupa do corpo e alguns documentos.

De acordo com a ONG Centro de Ensino Popular de Assistência Social de Pernambuco Santa Paula Frassinetti (CEPAS), 550 famílias viviam na comunidade. Depois do incêndio, algumas famílias se mudaram para casa de parentes e quem não tinha para onde ir foi levado a abrigos da Prefeitura do Recife. 

No abrigo localizado na Travessa do Gusmão, no bairro de São José, 99 pessoas estão alojadas, sendo 51 crianças e 48 adultos. No segundo abrigo, no Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife, são 50 adultos e 14 crianças. 

Na Travessa do Gusmão, as condições são precárias – com muitas moscas e um depósito de lixo ao lado - e as famílias já cobram o auxílio moradia para poderem alugar uma casa. Eles pedem a doação de roupas, repelentes, materiais de higiene e fraudas. Nos abrigos eles recebem acolhimento, alimentação e hospedagem.

Outro ponto que está recebendo a doação é a sede do CEPAS, localizada na Rua Souza Bandeira, sem número, na Vila Santa Luzia. “Estamos precisando de kits de higiene, colchão, alimentos e roupas”, explica Elza Nira da Silva, líder da ONG. O telefone do local é o 3226-0231.

A Defesa Civil contabiliza a doação de 400 cestas básicas e 600 colchões. Nesta manhã, profissionais da Defesa Civil fizeram a contagem de barracos atingidos. “Vamos fazer uma análise com o número de cadastrados, para que as pessoas que realmente merecem o auxílio não deixem de receber”, explica o secretário executivo da Defesa Civil Cássio Sinomar. 

“Queremos o auxílio moradia para alugar uma casa e viver como todo mundo vive. Se não voltamos para barracos de novo”, explica Priscila Eduarda, 22, faxineira e uma das moradoras da comunidade Via Mangue. “Quem mora em favela já sabe que um dia vai haver um incêndio”, ela lamenta.

COMENTÁRIOS dos leitores