Pesquisadores analisam dentição de bebês com microcefalia
Resultados preliminares apontam que os bebês apresentaram os dentes formados no mesmo padrão das crianças sem a malformação craniana
Com a epidemia do vírus da Zika, causado pelo mosquito Aedes aegypti, que assola a saúde pública brasileira, pesquisadores da ciência têm se empenhado em estudar e conseguir respostas científicas sobre o vírus, apontado como responsável por um surto de microcefalia. Com a intensidade da doença, pesquisadores pernambucanos, integrantes da Faculdade de Odontologia de Pernambuco, analisam radiografias odontológicas de crianças nascidas com microcefalia cujas mães foram testadas positivamente para o vírus.
No recente estudo, os resultados preliminares apontam que os bebês apresentaram os dentes formados no mesmo padrão das crianças sem a malformação craniana. A primeira hipótese da pesquisa é que se a doença tem atingido a mãe entre a 6ª e a 10ª semana de vida intra uterina, os dentes não teriam se formado, uma vez que o folículo dentário se origina do mesmo tecido embrionário de onde se forma o sistema nervoso central. A segunda hipótese é que os dentes apresentarão defeitos de estrutura, o que os deixará mais predispostos à cárie.
A equipe de pesquisa científica é integrante do Programa Mestrado e Doutorado da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP) coordenado pela Profª. Aronita Rosenblatt. Para ela, o estudo da estrutura do vírus é fundamental. "Os pacientes com microcefalia e outras afecções do sistema nervoso central apresentam defeitos de esmalte dentário e esse estudo, além de gerar novos conhecimentos, permitirá que crianças tenham aplicações periódicas com um produto anticarie", explicou a pesquisadora.
A coordenadora e Profª. Aronita Rosenblatte também falou que a pesquisa deve ter continuidade com uma grande mostra. "Nossos pesquisadores continuarão examinado essas crianças em um grupo de 77 indivíduos, até os cinco anos de idade, quando serão observados os dentes permanentes” concluiu a estudiosa.
Os estudos ainda estão na fase inicial, mas o Governo de Pernambuco, através da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), já lançou edital de R$ 3 milhões para apoio aos estudos já estruturados do vírus.
Com informações da assessoria