Manifestantes queimam centro religioso hindu na Índia
Governo estadual comunicou que cerca de duas mil pessoas foram detidas por bloquear o acesso de mulheres entre dez e 50 anos ao templo
Um grupo de manifestantes colocou fogo em um centro religioso hinduísta no sul da Índia por causa do apoio a uma decisão da Suprema Corte indiana, que desde de o último mês permite o acesso de mulheres com idade para menstruar em um dos maiores templos de peregrinação do país. Não foram registrados feridos no incidente.
Líder do templo religioso, situado no Estado de Kerala, Swami Sandeepananda Giri relatou que veículos também foram queimados. Ele culpou o Partido do Povo Indiano, do qual o primeiro-ministro Narendra Modi faz parte.
A exigência do grupo político é de que o Partido Comunista da Índia, que governa a região, tome a iniciativa de entrar com um recurso na Suprema Corte contra a decisão.
O governo estadual comunicou que cerca de duas mil pessoas foram detidas por bloquear o acesso de mulheres entre dez e 50 anos ao templo - cortes locais liberaram 1,5 mil pessoas, que pagaram fiança.
Uma série de grupos civis se organizaram para entrar com petições que pedem à Suprema Corte que revise a decisão, com o argumento de que figuras importantes da religião hinduísta consideram que mulheres que menstruam são impuras. Ainda dizem que o celibato da divindade que preside o templo, Lord Ayyappa, é protegida pela constituição da Índia, por isso a entrada dessas mulheres não seria bem-vinda.
A Suprema Corte tem até o dia 13 de novembro para analisar as petições e emitir um parecer. A entrada de mulheres entre dez e 50 anos no templo era banida de forma informal durante muitos anos e, depois, por lei, desde 1972. Em 1991, a Corte Superior de Kerala confirmou que o banimento seria mantido, decisão derrubada há um mês.