Confusão em novo protesto dos profissionais de saúde

Uma suposta policial agrediu os manifestantes, sendo necessária a intervenção da Guarda Municipal

qua, 12/12/2018 - 11:40
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Este é o quarto protesto dos profissionais de saúde Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Pela quarta vez, profissionais de saúde do Hospital da Restauração (HR) e outros hospitais públicos interditam a Avenida Agamenon Magalhães, no centro do Recife, nesta quarta-feira (12). Durante o ato, houve uma confusão entre os manifestantes e uma suposta policial civil.

A mulher que se identificou como policial tentava passar com o carro na via interditada pelo protesto. Ela saiu do carro e agrediu pelo menos uma manifestante, precisando ser contida pelos guardas municipais e agentes de trânsito. Mesmo sendo separada dos manifestantes, a mulher ainda conseguiu dar um tapa e derrubar um celular da mão de um participante do protesto.

Um guarda de trânsito contou que a alegação da mulher era de que precisava ir ao seu local de trabalho no aeroporto do Recife, onde funciona a Delegacia do Turista. O guarda convenceu a mulher exaltada a entrar em seu veículo e pegar um desvio. Os manifestantes afirmaram não ter visto algo que comprovasse que a mulher era policial, mas um batedor disse ter visto uma carteira dela da Polícia Civil.

Outras pessoas que passavam pelo local também criticaram a manifestação, que já foi realizada na última quinta, sexta e segunda-feira. Os profissionais de saúde afirmam que não há prazo para o ato ser encerrado e que ele deve se repetir ao longo dos dias enquanto a situação não for resolvida. A via principal sentido Boa Viagem está interditada e o trânsito é desviado pela Rua Joaquim Nabuco.

O grupo é formado por profissionais como técnicos de enfermagem, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais que integram o regime de plantão extra dos hospitais do Estado. “Desde agosto estamos esperando o pagamento. Queremos nossos direitos, temos pagado a passagem de ônibus do nosso bolso. Estamos fazendo uma luta pacífica”, diz a técnica em enfermagem do HR Helena Ferreira.

Os profissionais recebem R$ 105 por plantão de doze horas. Eles só podem realizar 15 plantões por mês. “Houve um acordo com a Secretaria da Saúde e a Secretaria da Fazenda. Nos dois primeiros meses, eles pagaram, mas a partir daí o acordo foi quebrado”, critica o técnico José Henrique da Silva, do Hospital Agamenon Magalhães. Uma comissão pretende fazer cobrança na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ainda nesta manhã.

Durante a manifestação, um agente da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) criticou a ausência da Polícia Militar (PM) no local para dar apoio. “Solicitamos a presença há muito tempo. Isso é prevaricação”, criticou. Procurada, a Polícia Militar (PM) afirmou que o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) foi acionado às 8h49 e às 8h53 enviou uma viatura. Ela, entretanto, teria ficado presa no trânsito. Uma segunda viatura também segue ao local.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou ter finalizado o pagamento de profissionais do HR na terça-feira (11). Auditorias estão sendo realizadas para a realização dos pagamentos dos outros meses. Conforme a pasta, o depósito é feito, geralmente, após 60 dias do período trabalhado.

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