'Idolatria do dinheiro' causou tragédia, diz arcebispo
Há sete dias, o rompimento de uma barragem que continha resíduos de mineração, propriedade da empresa Vale, causou um tsunami de lama que matou 110 pessoas e deixou mais de 230 desaparecidos, segundo o último balanço
![Voluntárias da igreja Matriz de Brumadinho confortam uma mulher durante missa em memória dos desaparecidos e das vítimas da comunidade Parque das Cachoeiras Mauro Pimentel](http://www.leiaja.com/sites/default/files/styles/400x300/public/field/image/noticias/2019/02/ecd9daa4e5aa01e5db0f1ce060f92280e1d7b802.jpg?itok=9lGCDsao)
Em uma emocionante missa de sétimo dia pelas vítimas de Brumadinho, o arcebispo de Belo Horizonte disse, na noite desta quinta-feira (31), que a tragédia é resultado da "idolatria do dinheiro", e exigiu uma investigação.
"O que vimos acontecer é fruto da idolatria do dinheiro. Precisamos de uma sociedade que gere trabalho, oportunidades. Que o lucro não passe por cima de pessoas", disse Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte.
Há sete dias, o rompimento de uma barragem que continha resíduos de mineração, propriedade da empresa Vale, causou um tsunami de lama que matou 110 pessoas e deixou mais de 230 desaparecidos, segundo o último balanço. A maioria das vítimas era empregada pela empresa.
Ao cair da noite, nesta quinta-feira, familiares e amigos se reuniram na Igreja Matriz de São Sebastião, em Brumadinho.
Aqueles que chegaram cedo foram recebidos com flores brancas e puderam ser acomodados dentro da paróquia. Os demais acompanharam a cerimônia através de um telão instalado do lado de fora.
Durante a missa, na qual foram lidos os nomes das vítimas já identificadas, o arcebispo recordou a tragédia de Mariana, que deixou 19 mortos e devastou ecossistemas inteiros.
"Precisamos de leis mais adequadas. Minas Gerais não pode mais ser a mesma. O Brasil precisa mudar", afirmou.