Negros saem em marcha pelas ruas do Recife
De acordo com Monica Oliveira, uma das organizadoras da Articulação Negra de Pernambuco, o 20 de novembro foi criado em contraponto ao 13 de maio, já que o movimento negro não reconhece essa data
Dezenas de manifestantes se concentram no Parque Treze de Maio, localizado no Centro do Recife, em celebração ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Os presentes pedem pelo fim do racismo, do genocídio do povo preto - além de reforçarem a importância da data nacionalmente para dar foco às questões que permeiam a população.
De acordo com Mônica Oliveira, uma das organizadoras da Articulação Negra de Pernambuco, o 20 de novembro foi criado em contraponto ao 13 de maio, já que o movimento negro não reconhece essa data. "No dia 20 de novembro a gente celebra a resistência, nossas lutas, heróis e heroínas como Zumbi dos Palmares e Dandara", reforça.
Mônica, que também integra a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, esclarece que o 13 de maio não é um dia reconhecido pelos negros porque a partir dele nada foi oferecido para a população que por 380 anos foi escravizada no Brasil. "A população negra foi largada nas ruas sem escola, sem comida, sem segurança, sem emprego - que espécie de liberdade é essa? Para nós o 13 de Maio representa uma falsa abolição", exemplifica Monica Oliveira.
Os manifestantes reunidos devem sair pelas ruas do Centro do Recife e encerrar a movimentação no bairro de São José, mais especificamente na Rua da Guia, com intervenções artísticas.