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Quando se fala em atividade física ao ar livre, um estilo de modalidade se repete, principalmente nos bairros considerados mais nobres da Região Metropolitana do Recife (RMR). Trata-se do exercício funcional. A ação, que virou "febre" nas praias da capital pernambucana desde 2013 e há cinco anos conquistou também os atletas, tem o objetivo de aumentar a resistência física. Agora, ela invade os bairros do subúrbio e as mensalidades podem variar de R$ 25 a R$ 170.
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Com a novidade, a procura aumentou e abriu espaço para o mercado fitness, que se expandiu para várias localidades. Hoje, além de ser possível observar vários grupos de funcional nos bairros de classe elitizada, como Boa Viagem, Casa Forte e Beira Rio, a atividade também é vista nas praças do subúrbio, como Jardim São Paulo, Vila Cardeal e Jardim Paulista. A modalidade está conquistando vários adeptos, diversificando o público e ganhando espaço para quem quer empreender.
Foi o que aconteceu com a dupla de amigos Diogo Lins e André Luís (foto à esquerda), moradores do bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife. Para André Luís, o local apresentou um nicho que merecia ser aproveitado. "Além de o bairro oferecer mais de dez academias, aqui a população caminha bastante", diz o personal trainer, que está à frente no negócio há dois meses e possui 13 alunos. O investimento na sociedade foi de R$ 2,5 mil.
O sócio Diogo Lins ainda revelou que o planejamento do negócio foi feito a partir de pesquisa e análise do público-alvo e dos valores das academias da região. "O aluno paga praticamente o mesmo valor que as academias cobram - R$ 60 -. A diferença é que ele tem um acompanhamento personalizado", aponta o educador físico.
A assistente de crédito, Nair Cristina, gostou tanto da iniciativa que trocou a academia pela atividade. "Fiz academia por seis meses, mas desisti porque comecei a sentir dores. Depois do funcional, as dores acabaram e eu estou com mais resistência. Sem contar que o horário é flexível e o valor é muito acessível, comparado com o da Zona Sul, que é R$ 150", conta a aluna.
No bairro vizinho, Vila Cardeal, a educadora física Allyda Suânny (foto à direita) investiu, aproximadamente, R$ 600 na compra de equipamentos e disse que já está tendo retorno. "Tenho em média dez alunos, apenas à noite. Comecei cobrando R$ 40, mas com a aceitação do público, a mensalidade está por R$ 70", conta Allyda. Ela ainda revelou que para montar o negócio contou com a ajuda de amigos, familiares, professores e fez curso direcionado para exercício funcional e reabilitação.
O aluno Erivaldo Valentim fala que optou em praticar a atividade porque é ao ar livre. “Sempre caminhei, mas confesso que gosto do funcional porque ele mexe com todo o corpo e vale muito a pena”, opina o comerciante. Já Karolline Souza escolheu pelo acompanhamento. “Somos mais orientados e os professores motivam sempre”, explica a gerente técnica.
Já o personal trainer Rodrigo Nascimento está há mais tempo no mercado. Há 10 meses ele iniciou o primeiro grupo de exercício funcional, e hoje atende a três equipes, uma no Parque Treze de Maio - área central do Recife -, uma na Praça Jardim Paulista, no município de Paulista e na orla do Janga, somando 50 alunos. Segundo o instrutor, dependendo da localização e dos dias os valores variam. "No Parque Treze de Maio, a mensalidade é R$ 70, na Praça Jardim Paulista é R$ 50 e no Janga é R$ 25", explica o educador físico.
Veterano - O exercício funcional não é novidade para o personal trainer Lucio Alves, que há três anos iniciou um grupo na orla da Praia de Boa Viagem. Segundo o treinador, essa ideia começou com a preparação física de atletas que desejavam intensificar o seu rendimento. "Eu tinha apenas dois alunos, durante o primeiro ano. De 2012 para 2013, cheguei a ter cinco pessoas, mas só em 2014 expandiu de uma forma inacreditável", relata o educador físico, que em entrevista, ao LeiaJá, diz que atende 60 alunos e que tira uma renda mensal de R$ 4 mil, cobrando R$ 140 por participante.
Ainda de acordo com Lúcio, a popularização da atividade é excelente, porém os interessados devem ter cuidado ao ingressar em um grupo. "Não basta ser formado em educação física ou ser atleta. O instrutor deve ter conhecimento em fisiologia do exercício e ser registrado no Conselho Regional de Educação Física (CREF)", alerta. "Inclusive, já incentivei vários amigos a montar o seu próprio grupo. Pessoas de Camaragibe e Paulista, por exemplo. O que importa é proporcionar qualidade de vida", comenta.
Funcional - O LeiaJá foi ao bairro de Jardim São Paulo para saber como as atividades estão sendo realizadas. O personal trainer André Luís explicou o que é a atividade e como são feitos alguns exercícios da modalidade. Confira:
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CREF – De acordo com o Conselho Regional de Educação Física (CREF), ainda não existe um levantamento do número de profissionais que fazem intervenções em espaço abertos. “Como é uma modalidade nova, não foi feita nenhuma pesquisa, porém são feitas fiscalizações e orientação a esses educadores”, explana André Souza, assistente técnico de fiscalização.
Ainda segundo André, a população pode tirar dúvidas e fazer denúncias pelo telefone do Conselho, (81) 3226-0996 ou pelo e-mail: fiscalização@cref12.org.br. “O aluno deve verificar se o instrutor possui formação em bacharelado ou licenciatura plena em educação física, com qualificação em fisiologia do exercício”, aponta o técnico.