Iraquianos vão às ruas em Bagdá, apesar da violência
Desde o lançamento, em 1º de outubro passado, do primeiro movimento de protesto espontâneo no país há décadas, os manifestantes exigem uma nova Constituição e uma nova classe política
Milhares de iraquianos voltaram às ruas em Bagdá e no sul do país, neste domingo (8), apesar da violência que deixou mais de 450 mortos em dois meses, com uma mensagem clara: "Querem nos assustar de todas as maneiras, mas ainda estamos aqui", afirmou uma manifestante.
Na sexta-feira (6), 20 manifestantes e quatro policiais foram mortos perto da emblemática Praça Tahrir, durante um ataque realizado por homens armados – ainda não identificados, segundo as autoridades –, em um estacionamento de vários andares ocupados pelos manifestantes.
Desde o lançamento, em 1º de outubro passado, do primeiro movimento de protesto espontâneo no país há décadas, os manifestantes exigem uma nova Constituição e uma nova classe política. A atual liderança no poder, imutável por 16 anos, fez o equivalente ao dobro do PIB desse país rico em petróleo desaparecer com a corrupção.
No total, cerca de 450 pessoas morreram de forma violenta desde o início dos protestos, e aproximadamente 20.000 ficaram feridas, segundo um balanço feito pela AFP com base em fontes médicas e serviços de segurança.