Governo compra 6,5 mil respiradores de fabricante nacional
Com aumento da produção nacional, Ministério da Saúde busca ser menos dependente dos equipamentos importados da China
O Ministério da Saúde assinou, na terça-feira (7), o primeiro contrato para fabricar respirador em larga escala no país. A previsão é que sejam entregues 6,5 mil aparelhos até agosto sendo duas mil unidades no primeiro mês.
A Magnamed, responsável pelo projeto, vai utilizar a capacidade de produção em larga escala da montadora internacional Flex, especializada no mercado de telecomunicações e tecnologia.
O governo também negocia um contrato com a multinacional Vyaire, segundo o jornal O Globo. A empresa é dona da Intermed e tem uma fábrica de ventiladores em Cotia, no interior de São Paulo.
O contrato é superior a R$ 350 milhões e abrange mais de um modelo de respiradores, cujo mais barato custa R$ 50 mil.
O Ministério da Saúde já havia comunicado os principais fornecedores de respiradores do país que toda a produção seria revertida para o governo federal. Essas fábricas, entretanto, precisam de parceiros para multiplicar a capacidade de entrega.
Com a assinatura do contrato, o governo federal busca reduzir a dependência do produto importado da China. Na terça-feira (7), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que havia reservado R$ 1 bilhão para a compra de respiradores no Brasil e outro R$ 1 bilhão para a importação da China. Com a disputa internacional por esses equipamentos, as remessas de 15 mil respiradores chineses não é garantida.
Outras empresas além da Magnamed e da Vyaire se disponibilizaram a produzir respiradores, mas ainda enfrentam dificuldades. A WEG, que fabrica equipamentos elétricos em Santa Catarina, fez acordo de transferência de tecnologia para produzir 500 respiradores, mas depende da chegada de peças importadas. A expectativa é que os aparelhos fiquem prontos após a segunda quinzena de maio.
A Whirlpool anunciou o interesse em produzir esses equipamentos, mas aguarda projeto que está em fase de testes pela Coppe/UFRJ.
Uma ação do Sesi/Senai, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Poli/USP e uma rede solidária de indústrias vão consertar 3,6 mil respiradores do SUS. Até a terça-feira, 599 respiradores haviam sido enviados para reparos em 19 estados e 37 já estão voltando aos hospitais de origem. O Brasil contabiliza 61 mil respiradores, sendo 43 mil pertencentes ao SUS.