Polícia prende 3° pessoa por morte de jovem negro nos EUA
William Bryan, de 50 anos, foi detido como parte da investigação da morte de Ahmaud Arbery, informou a polícia do estado da Geórgia, que fará uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira sobre o caso
A polícia anunciou na quinta-feira (21) a prisão do autor de um vídeo mostrando a morte de um jovem negro, um caso que provocou indignação nos Estados Unidos.
William Bryan, de 50 anos, foi detido como parte da investigação da morte de Ahmaud Arbery, informou a polícia do estado da Geórgia, que fará uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira sobre o caso.
Esta é a terceira prisão relacionada ao assassinato, que alimentou as tensões raciais nesse estado, marcado por seu passado segregacionista.
Arbery, de 25, foi morto em 23 de fevereiro em uma rua de Brunswick. Nas semanas seguintes, a polícia local não prendeu ninguém, mas um vídeo do crime, que se tornou viral na Internet, deu um novo impulso ao caso no início de maio.
Na gravação, Arbery é visto correndo pelo meio de uma rua residencial e se aproximando de uma van branca que está estacionada na faixa da direita, com um homem parado atrás.
Quando Arbery tenta contornar o veículo, ele encontra outro homem que está armado com uma espingarda. Uma briga se inicia e, enquanto o corredor e este homem lutam, o jovem negro é baleado. Pouco depois, há um segundo disparo.
O vídeo causou comoção nos Estados Unidos e a mobilização de várias personalidades, como o astro do basquete LeBron James.
O presidente Donald Trump chamou as imagens de "muito perturbadoras". Após sua difusão, a polícia do estado assumiu a investigação para substituir os agentes locais.
Dois dias depois, a polícia prendeu e acusou as duas pessoas que aparecem na gravação do assassinato: Gregory McMichael, de 64 anos, e seu filho Travis, 34.
O pai, ex-policial aposentado, trabalhou muito tempo como investigador dos serviços do promotor local. Em sua declaração aos primeiros investigadores, garantiu que confundira Arbery com um ladrão e que decidira persegui-lo com o filho com armas.
Segundo McMichael pai, quando eles conversaram com Arbery, este começou a atacar "violentamente" seu filho. Durante a briga entre Arbery e Travis McMichael, três tiros são ouvidos.
A família da vítima diz que o jovem saiu para correr e se exercitar e foi vítima de um crime racista, posteriormente ocultado por um sistema policial e judicial cúmplice.
Desde a difusão do vídeo, manifestantes e internautas pediram explicações sobre o que aconteceu. A polícia do estado está investigando o fracasso da primeira investigação.