Como ficou o atendimento odontológico na pandemia
Profissional da área explica os cuidados que os consultórios devem tomar para evitar a disseminação do vírus
O atendimento odontológico foi um dos setores prejudicados pelo distanciamento social causado pelo coronavírus (Covid-19), pois tais tratamentos exigem um contato muito próximo entre o dentista e o paciente.
Seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), profissionais da área se adaptam à nova realidade.
A odontologia tem um risco elevado para a disseminação do coronavírus pois, além da proximidade, o profissional fica exposto aos materiais biológicos.
Para diminuir o contato é recomendado que tratamentos como restaurações e clareamento dentários não sejam realizados nesse período. “As prioridades devem ser as urgências, como o paciente que quebrou o dente ou tratamento de canal”, explica o coordenador e professor do curso de odontologia da Universidade Guarulhos (UNG), Max Kiausinis.
Nos casos de urgência, Kiausinis orienta os consultórios a tomar algumas medidas preventivas, entre elas, realizar uma triagem no paciente para verificar se ele possui algum sintoma de gripe.
A cada atendimento a sala deve ser esterilizada, garantir boa qualidade de ar no ambiente e evitar ao máximo o uso do aerossol (a caneta de alta rotação), que cria uma nuvem de gotículas e contribui para disseminar o vírus.
Os pacientes devem ser orientados a não virem acompanhados. Na sala de espera é preciso manter uma distância de dois metros entre os atendidos e remover todos os materiais de leitura e brinquedos desses locais.
“É importante recomendar a eles as outras medidas adotadas pelas autoridades de saúde, como higienização das mãos e utilizar o álcool em gel”, afirma Kiausinis.
Não apenas os pacientes, mas o dentista também deve estar atento à higiene das mãos, óculos de proteção, protetor facial, avental descartável (de alta gramatura) e máscara cirúrgica modelo n95.
“No meu consultório eu estou utilizando a n95 por baixo e por cima a máscara normal”, conta.
Em alguns casos, é possível realizar alguns procedimentos online. Se o paciente dispuser de alguma imagem radiográfica ele poderá encaminhá-la ao dentista para que seja feito um diagnóstico.
“É possível tratar algumas dores com medicamentos mas, se for urgente, vai ser necessário o atendimento físico”, esclarece o dentista.
Kiausinis aconselha as pessoas a observar se os consultórios estão cumprindo com todos os cuidados necessários. “Todos esses cuidados são para proteger o paciente e o próprio profissional de saúde”, destaca.