"Ela me matou também", diz mãe de Miguel sobre ex-patroa

Mirtes espera o fim do depoimento de Sari Côrte Real para falar com a ex-patroa

por Katarina Bandeira seg, 29/06/2020 - 10:59
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Uma última conversa. Foi para isso que Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel, acordou cedo nesta segunda-feira (29) e se dirigiu até à frente da Delegacia de Santo Amaro, área central do Recife. Dentro do prédio, a primeira dama de Tamandaré, Sari Côrte Real, prestava depoimento desde às 6h, horário fora do expediente comum da delegacia.

"Eu vim aqui dizer umas palavras a ela. Desde que isso aconteceu, eu não tenho mais saúde. Eu estou dormindo a base do remédio. A partir do momento que ela matou meu filho, ela me matou também",  conta Mirtes, com os olhos determinados, afirmando que, além do dia do velório da criança, a ex-patroa não tentou nenhuma forma de contato com ela para falar sobre Miguel.

"Ela não veio falar comigo, eu falei com ela. No dia do hospital e ela mentiu pra mim. Disse que Miguel tinha dado um drible nela e que não conseguiu segurar a porta do elevador. Mas as imagens mostram uma coisa totalmente diferente". As imagens as quais Mirtes se refere são do circuito interno do prédio, em que é possível ver Siri apertando os botões do elevador para que a criança fosse levada aos andares de cima.

A espera

"Não está sendo nada fácil sem meu filho. Ontem, em pleno domingo, eu não podia dar um abraço, dar um cheiro. Fui arrumar minha casa e não tinha meu filho para bagunçar", contou Mirtes. A mãe do menino Miguel chegou por volta das 8h, acompanhada de duas irmãs Eriloudes  de Souza, Fabiana Souza. A ideia inicial era fazer um protesto em frente à delegacia, pedido por justiça. Mas tudo teve que ser antecipado, por conta do depoimento de Sari fora do expediente.

"A justiça deveria ser igual para todos. Ela ainda tem dois filhos para dar amor. Eu não tenho mais nada. Meu filho era minha vida. Eu ainda não consegui raciocinar como será minha vida daqui para frente", diz Mirtes.

Mais de duas horas esperando a saída da primeira dama, a presença da mãe de Miguel e suas irmãs foi ganhando força. Populares se reuniram em frente à delegacia aos gritos de "assassina" e "justiça", esperando para receber a primeira dama de Tamandaré, que até o fechamento da matéria ainda não havia deixado a delegacia.

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