Caso Miguel: família alega preconceito e cobra indenização

Na ação judicial, os familiares da criança indicam que a queda do 9º andar que resultou em sua morte é resultado de 'preconceito social'

por Victor Gouveia seg, 24/08/2020 - 13:33
Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo A ação assinada pela mãe, pai e avó do menino cobra R$ 987 mil da esposa do prefeito Sérgio Hacker (PSB) Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Os pais de Miguel Otávio Santana da Silva, que morreu em junho ao cair do 9º andar de um edifício de luxo do Recife, pedem a indenização de R$ 987 mil à primeira-dama de Tamandaré, Sarí Corte Real. A criança de cinco anos era filho da doméstica e estava sob os cuidados da patroa no momento da queda.

Na ação judicial, a mãe do menino, Mirtes Renata Santana de Souza, destaca que Sarí teria agido de outra forma caso fosse uma amiguinha da sua filha ao invés de Miguel, "jamais ela viraria a costas e voltaria para a manicure". Por isso, sugere que "houve preconceito social" na ação movida em conjunto com o pai da criança, Paulo Inocêncio da Silva, e a avó, Marta Maria Santana Alves.

Os familiares indicam que a morte foi decorrência da "impaciência, da superficialidade e da futilidade". O documento ressalta que para a primeira-dama, "sobra paciência para gastar horas modelando unhas, porém falta paciência e tato para lidar com a birra de uma criança por apenas 10 minutos".

Sarí também foi denunciada pelo Ministério Público (MP) por abandono de incapaz. Caso condenada, ela pode pegar até 12 anos de prisão. Sem apresentar defesa aos processos, a acusada relatou ao Fantástico que fez tudo o que podia. "Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer, eu voltava e tentava fazer mais do que eu fiz naquela hora", lamentou.

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