Quase 70%: brasileiros não confiam na melhora da economia

Segundo o Instituto Datafolha, desânimo da população em relação ao crescimento do país apresentou alta nas duas últimas pesquisas

por Alex Dinarte ter, 05/01/2021 - 15:56
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Uma pesquisa do Instituto Datafolha mostra que 69% dos brasileiros não confiam na melhora da economia do país nos primeiros meses de 2021. De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (5), o número dos que temem pela piora do cenário econômico do Brasil é de 41% e outros 28% acreditam que o panorama vai permanecer como está.

Segundo o Datafolha, a confiança da população cai a cada estudo. Em dezembro de 2019, o instituto mostrou que 43% dos entrevistados viam perspectiva de melhora na situação econômica do país. Já em agosto de 2020, a pesquisa apontou que 30% dos brasileiros tinham esperança de que o cenário estivesse melhor nos meses subseqüentes. No entanto, o atual levantamento avalia que, em dezembro, eram 28% os que tinham confiança em um bom desempenho do crescimento da economia brasileira no começo de 2021.

A pesquisa do Datafolha ouviu 2.016 pessoas na primeira semana de dezembro de 2020.

Fim do auxílio, início da desconfiança

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), encabeçado pelo pesquisador Vinícius Botelho, coloca o fim do pagamento do auxílio emergencial como preponderante para a queda na expectativa de melhora econômica.

Segundo o FGV Ibre, o benefício de R$ 600 era a única fonte de renda de 36% das famílias que receberam ao menos uma parte do valor pago pelo governo federal durante a pandemia. Ainda conforme o levantamento, a redução das parcelas do subsídio para R$ 300 levou mais de 7 milhões de brasileiros para o nível abaixo da linha de pobreza (renda de até R$ 5,50 por dia) em outubro de 2020. Além disso, a perspectiva não é nada favorável à população pobre. Com o término do auxílio emergencial, o Brasil terá mais 10 milhões de pessoas na mesma situação nos próximos meses.

De acordo com o Ministério da Economia, o benefício do Auxílio-Emergencial foi pago a 70 milhões de brasileiros.

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