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Uma pesquisa do Instituto Datafolha mostra que 69% dos brasileiros não confiam na melhora da economia do país nos primeiros meses de 2021. De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (5), o número dos que temem pela piora do cenário econômico do Brasil é de 41% e outros 28% acreditam que o panorama vai permanecer como está.

Segundo o Datafolha, a confiança da população cai a cada estudo. Em dezembro de 2019, o instituto mostrou que 43% dos entrevistados viam perspectiva de melhora na situação econômica do país. Já em agosto de 2020, a pesquisa apontou que 30% dos brasileiros tinham esperança de que o cenário estivesse melhor nos meses subseqüentes. No entanto, o atual levantamento avalia que, em dezembro, eram 28% os que tinham confiança em um bom desempenho do crescimento da economia brasileira no começo de 2021.

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A pesquisa do Datafolha ouviu 2.016 pessoas na primeira semana de dezembro de 2020.

Fim do auxílio, início da desconfiança

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), encabeçado pelo pesquisador Vinícius Botelho, coloca o fim do pagamento do auxílio emergencial como preponderante para a queda na expectativa de melhora econômica.

Segundo o FGV Ibre, o benefício de R$ 600 era a única fonte de renda de 36% das famílias que receberam ao menos uma parte do valor pago pelo governo federal durante a pandemia. Ainda conforme o levantamento, a redução das parcelas do subsídio para R$ 300 levou mais de 7 milhões de brasileiros para o nível abaixo da linha de pobreza (renda de até R$ 5,50 por dia) em outubro de 2020. Além disso, a perspectiva não é nada favorável à população pobre. Com o término do auxílio emergencial, o Brasil terá mais 10 milhões de pessoas na mesma situação nos próximos meses.

De acordo com o Ministério da Economia, o benefício do Auxílio-Emergencial foi pago a 70 milhões de brasileiros.

Um sentimento de desânimo toma conta dos recifenses. De acordo com o novo levantamento do Instituto de Pesquisa UNINASSAU, encomendando pelo LeiaJá, em parceria com o Jornal do Commercio, a expectativa para o futuro, após a eleição presidencial, é de incerteza.

Questionados pelo Instituto UNINASSAU, os entrevistados das classes A e B acreditam que ainda vai demorar para que o cenário no país melhore, embora afirmem que "a esperança é a única que morre”. Por sua vez, o grupo das classes C e D se mostra ainda mais negativo. “Percebo esperança entre os eleitores das classes A e B e baixa esperança entre os eleitores das classes C e D. Estes últimos, volto a afirmar, desejam continuar sobrevivendo”, ressalta Adriano Oliveira, cientista político e coordenador do Instituto de Pesquisa UNINASSAU. 

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Para a técnica de enfermagem Jéssica Bonfim, 30 anos, apesar de toda a incerteza na política brasileira, tudo tem jeito. “O que falta mesmo é entrar uma pessoa para fazer a diferença no comando do Brasil. Se a gente entrar pelo certo, tudo pode mudar e as coisas melhorarem”, acredita. 

 Para a autônoma de artesanato Cecília Vasconcelos, 35 anos, a falta de interesse da população com a política agrava a situação. “Para os políticos a falta de interesse é muito bem-vinda. Quanto menos as pessoas souberem do que eles fazem é mais fácil  delas serem manipuladas. O que falta é um entendimento das pessoas de que a política faz parte do nosso dia a dia. Elas afastam a política de si como se fosse algo de outro mundo e afirmam que quem se envolve na política é porque tem alguma vantagem”, opinou. 

Defender uma causa política sob o sol não é fácil, mas mais difícil é com menos gente ao lado. Manifestantes que foram neste domingo (13) à Avenida Paulista demonstravam descrença e desconfiança no processo de impeachment da presidente. "Isso aqui está uma decepção", disse a aposentada Tereza Marinho, de 77 anos, que participava de sua terceira manifestação anti-Dilma. "Se o povo não vem, essa manifestação não tem impacto nenhum."

A baixa adesão desanimou mesmo defensores esforçados da deposição, como o comerciante Heverton Ferreira, de 37 anos, que distribuía adesivos de "Fora Dilma" na esquina com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. "Gastei R$ 300 numa gráfica pra fazer uma montanha de panfletos e mais esses adesivos, mas acho que vai sobrar", disse. "Na outra manifestação, do dia 15 (de março), fiz o mesmo tanto e faltava braço pra distribuir."

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O engenheiro Pedro Estevão, de 57 anos, que ouvia a conversa, concordou: "Pelo visto o povo está desacreditado de que alguma coisa vai mudar. Como a coisa não anda lá em Brasília, os políticos não se mexem, as pessoas vão ficando cansadas."

Havia também quem creditasse ao medo o menor número de manifestantes. "Ouvi falar que o povo da esquerda também viria e que podia haver confronto. Quase não vim", disse a oficial de Justiça aposentada Wilma de Almeida, de 72 anos, que usava uma bandeira do Brasil na cabeça para se proteger do sol. "Mas no fim decidi vir, porque achei que é o que todo mundo deveria fazer. O povo brasileiro não tem cultura política, por isso foi esvaziado. Não entendem a importância de vir pra rua agora."

Dia de lazer

Este foi o primeiro protesto anti-Dilma na Paulista após a decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) de fechar a via para carros aos domingos. Ao longo da tarde, manifestantes, ciclistas e skatistas disputavam espaço na ciclovia do canteiro central da via, obstruída em alguns trechos por carros de som ou vendedores ambulantes. "No fim das contas a ciclovia do Haddad ajudou a engrossar o público da manifestação que vai derrubar o PT", disse o professor Geovani Aquino, de 35 anos, que segurava um cartaz com os dizeres "Petista, vai pra Cuba que o pariu".

O protesto marcou também a primeira participação direta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) numa manifestação pelo impeachment. A entidade levou para a avenida uma campanha contra a recriação da CPMF e instalou um pato inflável de 15 metros, símbolo da campanha, em frente à sede da entidade. Também foram distribuídas milhares de bexigas amarelas que foram disputadas pelos manifestantes, que chegaram a fazer fila.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também participou pela primeira vez do ato, tirando selfies e distribuindo abraços. Mas não discursou. Ao Estado, Skaf disse que estava lá para divulgar a campanha contra a CPMF e que foi uma coincidência.

Em relação a outras manifestações contra o governo, havia ontem menos grupos defensores de uma intervenção militar no País. Um único carro de som, da União Nacionalista Democrática (UND), que defende uma "intervenção militar constitucional", estava estacionado em frente ao prédio da Gazeta.

Havia também integrantes da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que levou uma fanfarra com gaitas de fole. Paramentados com o símbolo do grupo, atravessaram a avenida tocando o hino nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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