Nova variante do coronavírus é detectada em Belo Horizonte

Ainda não é possível afirmar se a variante causa maior transmissão do vírus ou se piora os casos de SRAG

por Vitória Silva qua, 07/04/2021 - 16:51
Pixabay A variante combina 18 mutações nunca anteriormente descritas no Sars-CoV-2 Pixabay

Uma possível e potencialmente perigosa nova cepa do coronavírus foi detectada na Grande Belo Horizonte, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (7) por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do grupo Hermes Pardini , da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da prefeitura da capital mineira. A variante combina 18 mutações nunca anteriormente descritas no Sars-CoV-2. Ainda não é possível afirmar se a variante causa maior transmissão do vírus ou se piora quadros clínicos mais graves, como os da SRAG.

Entre essas mutações estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 (originada em Manaus) e P2 (Rio de Janeiro), com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7., todas consideradas mais perigosas que as primeiras cepas encontradas para a doença, e também com alto índice de infecção.

Os pesquisadores sequenciaram 85 genomas do SARS-CoV-2 de amostras clínicas coletadas na capital e na região metropolitana. Dois novos genomas com “uma coletânea de mutações ainda não descritas, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2” foram encontradas.

“Esses dois novos genomas estão em amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação desta nova possível variante”, relata o grupo de cientistas.

Os sequenciadores ainda acreditam que a cepa pode estar em circulação em outras cidades de Minas Gerais, além da capital, que têm registrado uma explosão de casos graves nas últimas semanas.

“É a primeira vez que há descrição da nova possível variante. Não havia sido descrita anteriormente. Ainda não sabemos o que ela pode causar. As mutações que ela possui, sempre no mesmo local, na proteína S, podem ou não estar relacionadas com aumento de transmissibilidade. Acabamos de descobrir, ainda não sabemos”, explica Danielle Zauli, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Pardini.

 

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