Desmatamento dispara 56% na gestão Bolsonaro, alerta Ipam

A organização analisou dados do próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e identificou que a destruição de uma área equivalente a 21 vezes a cidade de São Paulo

por Victor Gouveia sex, 04/02/2022 - 08:51
Marcelo Camargo/Agência Brasil Imagem aérea de área desmatada Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) emitiu uma nota que alertou para a disparada do desmatamento da floresta amazônica em 56,6% desde o início da gestão de Jair Bolsonaro (PL). De 2019 a 2021, o bioma sofreu com o desmate de mais de 32 mil km², equivalente a cerca de 21 vezes a área da cidade de São Paulo.

Os dados analisados pelos pesquisadores são do Prodes, um programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que acompanha o desmate anual dos biomas brasileiros.

Ao todo, 51% do desmatamento no período ocorreu em terras públicas, a maior parte em áreas federais (83%). As florestas não destinadas e as reservas indígenas são os principais alvos dos criminosos, que se apropriam ilegalmente dos espaços após a destruição.

"A desestruturação do aparato de governança ambiental, ocorrido a partir de 2019, tem influenciado no aumento do desmatamento como um todo, tanto em terras de uso privado (imóveis rurais e lotes em assentamentos rurais), como em terras públicas, especialmente em categorias fundiárias de proteção menos restritiva (APAs) e naquelas sem qualquer destinação", apontou a nota.

O Ipam entende que o corte no orçamento de entidades de fiscalização é um dos principais fatores que viabilizam o desmate. Outros pontos que favorecem a atividade ilegal são a substituição de diretores e chefes de operação do Ibama, mudanças no processo de autuação, flexibilização de penalidades e a desarticulação institucional nas operações com o empoderamento do Exército para realizar a fiscalização.

Com o aumento das queimadas logo no primeiro ano de Governo Bolsonaro, militares foram designados para intensificar a proteção das áreas de floresta. Porém, a presença do Exército não surtiu efeito e os índices de desmatamentos permaneceram em alta.

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