Aluna trans é espancada em briga de escola em São Paulo
Adolescente teve pronome feminino desrespeitado e reagiu chutando as cadeiras da sala de aula. Caso gerou uma briga generalizada entre os estudantes
Uma estudante do ensino médio da rede estadual de ensino foi vítima de transfobia na manhã da quarta-feira (9) em um caso que gerou briga generalizada entre estudantes da escola Galdino Pinheiro Franco, na cidade de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. A aluna trans, que é menor de idade e teve identidade preservada, foi alvo de agressões físicas e xingamentos por parte de outros adolescentes.
Após ter sido tratada pelo pronome masculino pelos colegas de classe, a vítima reagiu, tendo chutado carteiras e assentos da sala de aula. Na confusão, um dos objetos teria atingido uma outra aluna, o que desencadeou uma reação de outros estudantes; em seguida, um grupo se uniu para agredir a jovem trans.
Toda a briga ocorreu durante o intervalo. Nas imagens é possível ver a aluna sendo agredida com socos e pontapés em um corredor da escola.
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP) afirmou que repudia toda e qualquer forma de agressão dentro ou fora do ambiente escolar. "O caso seguirá sendo apurado pela Pasta, assim como pela DE e a direção da escola, para uma conclusão assertiva", diz o posicionamento.
Apesar da instituição pertencer ao Estado de São Paulo, o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos), emitiu nota de repúdio ao acontecimento e se mostrou disposto a prestar assistência à vítima. “Como prefeito e, principalmente, como pai, os meus sinceros sentimentos a essa aluna. Todas as pessoas merecem respeito, dignidade e têm o direito de serem quem elas quiserem ser. Contem conosco para uma cidade segura e cada vez mais educativa”, escreve o gestor.
O Fórum Mogiano LGBT realiza a acolhida da vítima e dos familiares. “Recebemos essa denúncia através das redes sociais e estamos tentando, por diferentes modos, fazer contato com a vítima e com a família para dar o acolhimento necessário e cobrar providências por parte do poder público”, afirma a presidente e fundadora Regina Maria Tavares.
Confira a nota da Seduc:
“A Diretoria de Ensino (DE) de Mogi das Cruzes esclarece que o episódio ocorrido nesta quarta-feira (9) na EE Galdino Pinheiro Franco foi pontual, e que a direção da escola agiu assim que tomou conhecimento. A Ronda Escolar foi acionada para garantir a segurança dos estudantes e os familiares do envolvidos foram chamados pela direção da unidade, a fim de dar ciência dos fatos. O caso seguirá sendo apurado pela Pasta, assim como pela DE e a direção da escola, para uma conclusão assertiva. A equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Seduc-SP, foi acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi registrado no Placon, sistema do programa que tem como principal objetivo monitorar a rotina das escolas da rede estadual. A unidade escolar também dispões da assistência do Programa Psicólogos na Educação, que poderá ser acionado para auxiliar no caso, se for necessário.”