Policiais civis fazem passeata no Recife pedindo melhorias
O reajuste salarial também está na pauta da categoria, que não tem aumento desde 2019
No nono dia de paralisação, os policiais civis de Pernambuco foram às ruas nesta quarta-feira (23), em prol do reajuste salarial e de melhorias nas condições de trabalho. A categoria fez uma passeata organizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), saindo da sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro, até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio.
Desde a deflagração da paralisação da segunda-feira, o Sinpol vem monitorando o movimento em todo o Estado, cuja adesão continua em 90% de todas as Delegacias e Institutos do Estado.
Os Policiais Civis de Pernambuco protestam por reajuste salarial, tendo em vista que estão sem aumento desde 2019, somando quatro anos sem aumento real. “O Estado tem oferecido um aumento de 20%, e com o pagamento só para julho. Vale lembrar que o que nos oferecem não cobre nem a inflação dos últimos três anos, o que dirá a inflação que vem agora de 2022 que já tem uma projeção de 6% a 7%? O que nós pedimos é o que seja igual ao que foi dado aos professores, 35%. Após sete meses tentando negociar, dialogar e buscar uma saída que a categoria se sinta valorizada, chegamos ao nosso limite. Quem nos empurrou para essa greve foi o Governo do Estado", ressaltou Rafael Cavalcanti, presidente do Sinpol.
Os Policiais Civis pedem melhores condições de trabalho. Eles alegam que os equipamentos públicos estão sucateados, sendo uma das piores estruturas do País, com o mesmo valor investido de 11 anos atrás, sendo o 22° estado que menos investe em Segurança Pública e a categoria de base tendo um dos piores salários do país.
“Não podemos deixar de reforçar que a taxa de homicídios em Pernambuco de 2021 ficou quase o dobro do Estado do Rio de Janeiro. Já os estados do Nordeste onde as polícias têm salário maior, reduziram mais homicídios, como Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, enquanto isso Pernambuco reduziu menos do que prevê o Pacto pela Vida, ou seja, a falta de investimentos funcionais e salariais em Segurança Pública reflete diretamente na redução da criminalidade. A nossa disposição é de dialogar e construir uma saída que seja justa, que seja honesta, e que tenha uma valorização mínima, real, para que a categoria possa produzir", finalizou Rafael Cavalcanti.
Aumento
Paulo Câmara alegou que o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco é fruto de diversos estudos com o objetivo de valorizar os trabalhadores da segurança e promover qualidade de vida dos servidores.