Policiais da ação em Porto de Galinhas vão seguir nas ruas

Coronel da Polícia Militar afirma que a equipe do Bope não realizou abordagem ostensiva e que só haverá afastamento caso a investigação identifique alguma infração. A ação policial resultou na morte de uma criança de seis anos

por Vitória Silva qui, 31/03/2022 - 14:05
Divulgação/PMPE Ações do Bope devem continuar na comunidade Salinas, em Porto de Galinhas Divulgação/PMPE

O coronel Alexandre Tavares, diretor Integrado Especializado da Polícia Militar, afirmou que os policiais que participaram da investida do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em uma comunidade de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, nessa quarta-feira (30), não serão afastados de suas funções até que a apuração seja concluída pela Polícia Civil. A operação policial resultou na morte de uma criança de seis anos, a menina Heloísa Gabrielle, atingida por uma bala no peito.

Policiais do Bope alegam ter entrado em confronto com suspeitos de tráfico de drogas, que teriam fugido da abordagem policial em uma motocicleta durante patrulhamento na comunidade Salinas, onde a criança atingida morava. A versão diverge dos relatos de moradores, que negam o confronto e afirmam que a polícia chegou ao local atirando. O coronel Tavares afirma que não houve abordagem violenta. 

“A investigação foi iniciada ontem pela Polícia Civil, para que ao final, o relatório informe de onde partiu a bala, qual a arma e o calibre. Eu posso garantir que a polícia não chegou de forma ostensiva, disparando tiros de forma aleatória. Na verdade, estava ocorrendo um patrulhamento e, ao avistar dois suspeitos, os agentes do Bope foram abordados por armas de fogo. A gente não segue esse critério (de afastar os policiais). Será iniciada a investigação para saber quem disparou, se a arma é compatível com o projétil que atingiu a vítima. Ainda é o início da investigação”, afirmou Tavares. 

O militar ressaltou que os policiais do Bope passam por capacitação e que os agentes envolvidos na última operação se apresentaram à direção após o ocorrido, para sinalizar “transparência na atuação”. Ninguém foi preso durante o suposto confronto e não houve feridos além de Heloísa. Alexandre Tavares alega que, possivelmente, um dos suspeitos foi atingido durante confronto, mas a polícia não conseguiu confirmar a informação. 

“Quando iniciou o tiroteio, foi verificado que uma criança havia sido atingida. De imediato foi realizado o socorro da vítima, numa das viaturas da Polícia Militar. Momentos depois, a vítima foi transferida para uma unidade de pré-atendimento com um maior suporte”, continuou. 

O diretor da PM informou ainda que a abordagem ostensiva é comum à rotina do Bope e que se faz necessária em áreas onde a atividade criminosa ganha maior espaço. “Existe uma determinação que é da gente realizar o papel constitucional, o policiamento ostensivo e preventivo, seja na comunidade ou no subúrbio. A gente tem um protocolo a seguir. O ostensivo é para prevenir o cometimento de crimes, para trazer a tranquilidade e a paz social da região”, disse. 

Tavares declarou que os policiais militares não se feriram porque a viatura serviu como “trincheira”. Duas munições atingiram as laterais da viatura, segundo o coronel. Por fim, ele informou que as ações devem continuar na região. 

“Aquela área vem mostrando um aquecimento de atividade criminal. Em decorrência da atividade policial naquela área, nesse trimestre, foram realizadas 480 prisões e 78 apreensões de armas de fogo. Ou seja, praticamente uma vez por dia, a gente retira uma arma de fogo das mãos de criminosos. As operações vão continuar até que a gente possa trazer mais tranquilidade na região”, concluiu. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil, a mando da Secretaria de Defesa Social. 

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