Israel realiza nova operação em Jenin

O ministério palestino da Saúde informou que houve dez feridos palestinos, dos quais três são de Jenin e quatro de Tulkarem, enquanto foram reportadas 24 detenções pelas forças de Israel

dom, 10/04/2022 - 10:53
Jaafar Ashtiyeh Mulher palestina arruma seus pertences, após uma operação realizada em sua casa por tropas israelenses em busca de suspeitos em 10 de abril de 2022 no acampamento de refugiados de Nur Shams, em Tulkarem Jaafar Ashtiyeh

O exército israelense realizou, neste domingo (10), uma nova operação na região de Jenin, na Cisjordânia, bastião de facções armadas palestinas de onde procedem os autores dos recentes atentados mortais em Tel Aviv.

"As forças armadas israelenses estão realizando, neste momento, uma operação na cidade de Jenin", disse o exército, também enviado a outros setores da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O ministério palestino da Saúde informou que houve dez feridos palestinos, dos quais três são de Jenin e quatro de Tulkarem, enquanto foram reportadas 24 detenções pelas forças de Israel.

Neste domingo (10), as autoridades israelenses informaram, por sua vez, sobre atos de "vandalismo" no provável túmulo de José, filho do patriarca Jacó, na cidade palestina de Nablus na Cisjordânia ocupada, local de peregrinação judaica.

No sábado (9), o exército israelense e a polícia fronteiriça fizeram uma incursão no campo de refugiados de Jenin, limítrofe com a cidade de mesmo nome, provocando um intenso tiroteio no qual morreu um palestino de 25 anos, membro da Jihad Islâmica, principal movimento islamista armado palestino depois do Hamas.

Na última hora de sábado (9), Israel anunciou medidas para reforçar o controle da região de Jenin, como o fechamento das passagens israelenses para a cidade, a restrição de entrada e de saída e o "aumento" dos controles de segurança.

- "Fazer tudo o que for necessário" -

"Faremos tudo o que for necessário, pelo tempo que for e onde for para restabelecer a segurança", declarou o chefe do exército de Israel, Aviv Kochavi, a soldados na Cisjordânia, de acordo com um vídeo divulgado pela instituição.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros perpetrados por árabes israelenses vinculados à organização jihadista Estado Islâmico (EI) e os dois últimos por palestinos originários da região de Jenin, bastião histórico das facções palestinas armadas.

Esses ataques deixaram um total de 14 mortos em Israel. Segundo uma contagem da AFP, dez palestinos, entre eles os agressores, foram mortos nos enfrentamentos de 22 de março.

O último ataque, na quinta-feira (7), em pleno coração de Tel Aviv, deixou três mortos e dez feridos, muitos deles ainda hospitalizados.

Os funerais dos três civis israelenses mortos na quinta (7) - Eitam Megini, Tomer Morad e Barak Lufan - nesse atentado em Tel Aviv vão acontecer neste domingo (10) na localidade de Kfar Saba e no kibutz Ginosar.

Os movimentos islamitas armados palestinos Hamas e Jihad Islâmica comemoraram esse atentado, que foi condenado pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, também chefe do partido laico Al Fatah.

Há 20 anos, Jenin foi cenário de uma grande ofensiva israelense em plena segunda intifada palestina e após sangrentos atentados contra Israel. Ao menos, 53 palestinos, a maioria deles civis, e 23 soldados israelenses morreram após 10 de dias de combates.

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