Professor universitário é investigado por torturar a ex

Suspeito teria ameaçado, agredido e torturado vítima por oito horas, após sentir ciúme de interação da mulher com um vizinho

por Vitória Silva qui, 28/07/2022 - 14:26
Reprodução/Google Street View A 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Norte, vai investigar o caso Reprodução/Google Street View

Um professor universitário de 45 anos é alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal após ser considerado suspeito de agredir e ameaçar a ex-noiva de morte, sob prática de tortura, durante oito horas. O caso ocorreu na última quarta-feira (21), na região de Taguatinga, na casa do docente, dois dias após ele pedir a ex-companheira em casamento. O homem teria usado uma faca para ameaçar a vítima. As informações são do Universa, blog da Uol. 

De acordo com os relatos da vítima à reportagem, foram oito horas de tortura física e psicológica. A mulher, que não foi identificada, alegou ter sido agredida com socos, chutes e puxões de cabelo, das 9h30 às 17h30, além do agressor tê-la ameaçado de morte, colocando a ponta de uma faca em seu pescoço. A vítima diz ter pensado em se jogar pela janela do terceiro andar, para fugir do suspeito, mas conseguiu convencê-lo a deixá-la ir após dizer que não procuraria a polícia. 

"Todas as agressões possíveis eu vivi. Ele jogava água gelada em mim e ligava o ar-condicionado. Me dava murros na cabeça. Pensei que fosse morrer. Só pedia a Deus para que me tirasse dali", contou a vítima. 

Ainda segundo a ex-noiva, o investigado tinha um comportamento possessivo e controlador. O que engatilhou a situação que resultou nas agressões e na tortura, na última quarta-feira (21), foi uma simples interação com um vizinho, enquanto o casal dividia o elevador do prédio do professor com esse conhecido.  

"Eu apenas respondi o 'bom dia'. Depois disso, ele fechou a cara e fomos para a academia. Como não estava me sentindo bem, voltei para o apartamento. Minutos depois, ele chegou dizendo que não tinha gostado da minha postura e começou a me xingar. Ele disse que iria atrás de mim e me mataria caso procurasse a polícia. Depois, quebrou meu celular e apagou todos os registros. Fui embora toda machucada e desesperada”, relatou a mulher. 

Denúncia 

A vítima procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, e registrou um boletim de ocorrência contra o professor. Em nota, a Polícia Civil do DF informou que a 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Norte, vai investigar o caso. 

"Por se tratar de violência doméstica ou familiar contra a mulher, dentro do âmbito da Lei Maria da Penha, o caso corre em sigilo", explica o texto. A Justiça do Distrito Federal também emitiu uma medida protetiva, que impede que ele volte a se aproximar da ex-companheira. 

No processo, ao qual Universa teve acesso, a juíza Nádia Vieira de Melo Ladosky, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, de Taguatinga, alega que "a situação merece intervenção do Judiciário, a fim de que a integridade física e psicológica da requerente sejam protegidas pelo Estado". 

O agressor, também não identificado, faz parte do corpo docente da Universidade de Brasília (UnB) pelo departamento de medicina, de acordo com a reportagem. Em nota, a instituição disse não ter sido abordada formalmente sobre o assunto, mas que “a Administração Superior da UnB repudia todo e qualquer ato de violência contra as mulheres”. 

 

COMENTÁRIOS dos leitores