Quatro cargueiros com grãos zarpam de portos ucranianos
O bloqueio de milhões de toneladas de grãos devido à guerra na Ucrânia provocou a disparada dos preços dos alimentos e o temor de uma crise mundial
Quatro navios de carga com grãos zarparam neste domingo (7) dos portos ucranianos de Odessa e Chornomorsk, no Mar Negro, com quase 170.000 toneladas de mercadorias, anunciaram as autoridades de Kiev.
"O segundo comboio com entregas ucranianas acaba de sair dos portos de Odessa e Chornomorsk: três navios de de Chornomorsk e outro de Odessa", informou o ministério ucraniano da Infraestrutura no Telegram.
De acordo com o ministério, os navios são os cargueiros "Mustafa Necati", "Star Helena", "Glory" e "Riva Wind", que transportam "quase 170.000 toneladas de mercadorias".
O Centro de Coordenação Conjunto (CCC), que supervisiona as operações em Istambul, anunciou no sábado que cinco cargueiros partiriam dos portos ucranianos neste domingo, mas Kiev informou apenas quatro.
No sábado, um cargueiro chegou vazio ao porto de Chornomorsk para receber grãos pela primeira vez desde a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O bloqueio de milhões de toneladas de grãos devido à guerra na Ucrânia, que ao lado da Rússia é um dos maiores produtores mundiais de cereais, provocou a disparada dos preços dos alimentos e o temor de uma crise mundial.
Rússia e Ucrânia anunciaram em 22 de julho um acordo, com mediação da Turquia e da ONU, que permitiu a retomada das exportações de cereais ucranianos e dos produtos agrícolas russos, apesar das sanções ocidentais.
Vários cargueiros zarparam da Ucrânia durante a semana.
No Vaticano, o papa Francisco afirmou neste domingo que a retomada das exportações de grãos ucranianos é um "sinal de esperança" e uma prova de que um diálogo é possível para acabar com a guerra.
"Quero elogiar com satisfação a saída dos carregamentos de grãos dos portos ucranianos. Este passo demonstra que é possível dialogar e alcançar resultados concretos que beneficiem a todos", disse o pontífice aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, ao final da tradicional oração do Angelus.
"Este acontecimento também é um sinal de esperança. E espero de todo coração que, seguindo este caminho, seja possível acabar com os combates e alcançar uma paz justa e duradoura", acrescentou.