Anàpuaká Tupinambá destaca protagonismo indígena
Líder e ativista falou no Festival de Saberes Ancestrais, realizado em Belém, e convidou à reflexão sobre os povos originários na sociedade brasileira
Realizado no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém, o Festival de Saberes Ancestrais tem por objetivo promover a discussão em torno da população indígena e do ativismo no Brasil. O evento começou com a oficina “Etnomídia e Empreendedorismo Indígena”, ministrada pelo líder indígena e ativista Anàpuaká Muniz Tupinambá. No primeiro dia, após o encerramento da reunião, houve a abertura de coletivos com mestres e mestras do carimbó e com presença de coletivos MST, Quilombo África, Rede RAMA e Lacitata.
Anàpuaká destacou o protagonismo do indígena na sociedade brasileira. Segundo o comunicador, essas populações estão presentes na sociedade desde sempre e disse que a comunicação é uma ferramenta de empoderamento para as sociedades originais.
Para o ativista, a elaboração de políticas públicas é inerente aos cidadãos indígenas. “Trazer eles para debater e fazer parte de conselhos de entidade de Estado, participar. A solução é construir e dialogar”, explicou. “Não esqueça da população indígena em políticas públicas de editais, cotas de acesso a serviço público e educação.”
Dentre os projetos que administra, Anàpuaká citou a rádio Yangê, fundada em 2013 por ele com outros três colegas, fundamentada no conceito que ele define como “etnomídia indígena”. Segundo o líder, é a “aplicabilidade da comunicação aos povos indígenas”.
“Eu não conseguiria fazer em outras mídias, tive que reformular um projeto e espaço de desenvolvimento na nossa própria tecnologia comunicacional”, detalhou. “Hoje nós estamos em mais de 90 países, temos três milhões de ouvintes e mais de 180 línguas em conteúdo na nossa grade da rádio.”
O festival ocorreu nos dias 20, 21 e 22, no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém.
Por Sergio Manoel (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).