As mudanças nas restrições anticovid da China
Os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves poderão se isolar em casa. Até agora, a lei exigia que qualquer caso positivo fosse levado a uma instalação do governo ou a um hospital para cumprir a quarentena
A China flexibilizou, nesta quarta-feira (7), sua estratégia de "covid zero", uma política que desencadeou uma onda de manifestações no país. A seguir, as principais mudanças anunciadas pela Comissão Nacional de Saúde:
- Quarentena em casa -
Os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves poderão se isolar em casa. Até agora, a lei exigia que qualquer caso positivo fosse levado a uma instalação do governo ou a um hospital para cumprir a quarentena.
Esses centros foram alvo de inúmeras denúncias por suas condições precárias, como a falta de água corrente e a má qualidade da comida.
A partir de agora, os chineses também poderão comprar livremente os medicamentos contra a febre e o resfriado, sem a necessidade de apresentar um documento de identidade.
- Confinamentos reduzidos -
As autoridades minimizarão o uso de confinamentos, aplicados em distritos e às vezes em cidades inteiras.
A partir de agora, serão aplicados apenas a determinados edifícios ou estabelecimentos. Se nenhum caso for registrado por cinco dias, eles serão levantados.
As escolas deverão permanecer abertas se nenhum caso positivo for registrado.
A nova regulamentação também proíbe as autoridades de bloquear as saídas de emergência ou as portas de saída. A medida é uma resposta ao incêndio de Urumqi, onde as autoridades foram acusadas de ter prejudicado o trabalho dos socorristas.
As restrições também não podem impedir que as pessoas tenham acesso a tratamento médico de emergência. Várias pessoas morreram nos últimos meses depois que os hospitais se recusaram a tratá-las porque não tinham testes de PCR válidos.
- Fim dos testes em massa -
As autoridades também encerraram os testes em massa. Antes, para acessar espaços públicos, era necessário apresentar um teste de PCR negativo.
Os "profissionais de alto risco", profissionais de saúde e entregadores de comida ainda precisarão fazer esse tipo de teste. As empresas ainda poderão exigi-los de seus funcionários.
Por outro lado, não será mais exigida a apresentação de um teste de PCR de menos de 48 horas para viagens entre províncias.
- Fim dos códigos verdes -
A população também não terá que mostrar um código sanitário verde no celular para acessar a maioria dos edifícios e espaços públicos, com exceção dos espaços "geriátricos, instituições médicas, creches e centros educacionais".
O código gerou temores na população pelo respeito à vida privada.
Em junho, cinco funcionários do governo da cidade de Zhengzhou (centro) foram punidos por alterar deliberadamente a cor do código de milhares de moradores para impedi-los de protestar após um escândalo bancário.
Apesar dessas mudanças, as fronteiras do país asiático permanecem quase totalmente fechadas e os viajantes do exterior ainda devem passar por uma quarentena de oito dias após a chegada.