Mesmo com as tragédias, 2022 foi de realizações de sonhos
O ano de 2022 representou um respiro diante de todo o caos que foram os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19
“Se as coisas são inatingíveis… ora! Não é motivo para não querê-las”, indicou a psicóloga e professora universitária Larissa de Oliveira, de Mário Quintana, ao falar sobre sonhos. Dentre os bons sentimentos do Natal e do final do ano, está a realização de sonhos. É a época em que se cria as metas para o ano seguinte e se analisa as que foram cumpridas ou não no ano vigente e, entre elas, os sonhos.
A psicóloga explicou que são os sonhos que nos motivam a continuar e não desistir mesmo diante das dificuldades da vida. “Os sonhos dão cor à vida, nos proporcionam dar sentido às nossas vidas. Nos dão um propósito pelo qual significaremos a nossa existência. São eles que nos motivam a continuar a caminhada da vida e fazem parte do que Heidegger chamou de: vida autêntica”, disse.
Para Larissa de Oliveira, uma vida sem sonhos e metas é sem significado e propósito. “ E uma vida sem significado é uma vida vazia e angustiante. Pessoas sem objetivos e sonhos são como barcos à deriva: não sabem para onde devem seguir e qual devem ancorar. Apenas se deixam levar pela correnteza e pelo vento”, afirmou.
Sendo assim, a reportagem do LeiaJá falou com pessoas que realizaram sonhos neste ano, depois de toda a angústia e perdas ocasionadas pela pandemia da Covid-19 e várias outras tragédias que aconteceram no Brasil, no mundo e no Recife.
O autônomo Leandro Silva e o enfermeiro Joseildo Silva realizaram o sonho de adotar o segundo filho neste ano, Silas Silva, de 13 anos. O casal já tinha um filho, Paulo Matheus Silva, de 18 anos, também por via adotiva. “Sempre foi um sonho nosso ser pai. Sabiamos que seríamos pais e escolhemos pela via da adoção. Sempre foi um sonho com muita vontade que acontecesse. E a gente correu atrás tanto de Matheus quanto de Silas”, contou.
Para Leandro, a realização do sonho foi “uma alegria imensa, um prazer imensurável”. “Desde quando começamos o processo da adoção não tivemos pensamento negativo em momento nenhum, ou deixamos de acreditar que o nosso sonho se tornaria realidade. O nosso pensamento era de que o nosso filho já estava nos esperando, só não sabíamos onde e nem quando o telefone tocaria para nos avisar dele”, revelou.
Agora, o objetivo de Leandro e Joseildo é dar todo o suporte necessário no crescimento e desenvolvimento dos filhos. “Queremos curtir cada momento com eles. Viajar, auxiliar nas tarefas, brincar e dar a atenção necessária a cada um”.
Já a executiva de negócios Rosinha Lima, realizou neste ano de 2022 o sonho de escrever e publicar um livro de poesia, que não tem lá tanto a ver com a sua vida profissional, pautada pelo atendimento aos clientes. Ela desenvolveu a escrita já na adolescência. “Gostava de escrever textos sobre os sentimentos e já apresentava muita fluidez para escrever cartas, sendo muito explorada quando minhas amigas, por algum motivo nos seus relacionamentos, pediam-me para escrever o que elas queriam transmitir aos namorados”, contou.
Mas foi em 2008 que Rosinha começou a escrever poemas, no período em que o marido viajava e ela ficava sozinha, “relatando meus sentimentos no papel”, e o sonho começou a ser idealizado.
“Sempre vinha à mente que eu poderia ter um livro de poesias. Nada obstante, igualmente aos meus poemas, era mera imaginação. O tempo passou, teve uma longa pausa e eu retomei de modo vívido esse sonho. No entanto, era um desejo, uma vontade de efetivar esse potencial como escritora, mas nada fazia rumo à essa realização. Em certo momento, em março deste ano, eu parei e pensei: eu quero muito que isso aconteça. Preciso ter atitude. Preciso agir nesse processo e só depende de mim buscar as alternativas. Assim o fiz”, disse.
E foi no intervalo de nove meses, entre março e dezembro, que Rosinha Lima escreveu o livro “Gotas de Sensibilidade”, que já está na pré-venda. A realização foi uma meta para 2022. “Era uma das minhas metas de vida emergir para o mundo literário. A ideia era ter o meu livro disponível como opção de presente de Natal. Uma maneira de falar de amor em momento bem oportuno e de forma mais abrangente. Como o processo de produção/finalização é demorado, não foi possível”, afirmou.
A sensação da realização para a agora - e oficialmente - escritora é de felicidade e gratidão. “Saber que a semente daquilo que você tanto quis, brotou, vai se transformando e permanecerá disponível a todos é muito gratificante. Tenho um objetivo maior por trás desses sentimentos em versos, que é o estímulo à leitura”, confessou.
Agora, a espera e a nova meta de Rosinha Lima é o lançamento do livro, que ainda não tem data. “É um clichê necessário: é como esperar um filho nascer e apresentá-lo ao mundo. Uma ansiedade benéfica, promovida pela alegria de poder compartilhar um momento único com pessoas queridas. Ocasião da realidade. Meu sonho no modo físico, palpável, transmitindo ‘Gotas de Sensibilidade’”, relatou.